terça-feira, 28 de dezembro de 2010

A vida como ela é!

Cena do filme "E o Vento Levou": o desespero nos leva a atitudes extremas!
Hoje, depois de jurar para todos os santos que não compraria mais nada durante pelo menos 1 mês, eis que vejo diante dos meus olhos um saldão nas Lojas Americanas e não resisto à promoção de filmes, do tipo, leve 2 pague 1.

O lado bom é que não sou católica, portanto, nada de castigo divino ou morte na fogueira (até porque suponho que isso já me aconteceu na reencarnação passada, pois não aguento ver um fósforo aceso). Além disso, estou contribuindo para a receita e o fisco e para cada DVD original adquirido, livrei-me da culpa por uma dezena de piratas empilhados na estante. É o que sempre digo: "dai a César o que é de César".

Uma das aquisições foi o melhor filme da história, o mais incrível e exagerado dramalhão novelesco de todos os tempos: ...E o Vento Levou!

Sou fã incondicional da Scarlet Ohara (interpretada por Vivien Leigh), com aqueles hipnóticos olhos, a língua ferina e a postura atrevida. Isso numa época remota em que mulher só servia para ser Amélia. Ela é minha ídola da 7ªarte.

E uma das perólas dessa personagem é aquela frase que reflete o lado "Jogos Mortais" do ser humano. A coitada, suja e maltrapilha, depois de cavar com as mãos um punhado de terra dura e seca, acha uma raiz de qualquer coisa e devora feito uma esfomeada. Diante de tão grotesca situação, ela levanta-se humilhada pela própria imagem e diz com olhos marejados:

"Nem que precise matar, roubar, mentir ou trair, juro que jamais sentirei fome novamente".

O restante do filme vocês podem até imaginar. A criatura sai matando e cada ação é friamente calculada para render-lhe um benefício imediato ou futuro e isso inclui atitudes nada ortodoxas.

Embora tenha seus exageros o comportamento da ex-mimada Scarlet é a confirmação daquela célebre frase: A Vida imita a arte! Ou vice-versa, dá na mesma.

O ser humano, quando submetido a sofrimentos ou perdas extremas desenvolve mecanismos de defesa que ativam os instintos animalescos de sobrevivência. O grau necessário para despertar esses mecanismos é muito subjetivo. Eu, pelo menos, só preciso ver uma cadeira vazia no ônibus pra sair atropelando Deus e o mundo. Não me critiquem. Quem já pegou o Paranjana numa segunda-feira 7 horas da manhã entende o que quero dizer.

Como estou a tempos trabalhando minha visão "meio copo cheio" diante da vida, enxergo uma coisa boa nisso tudo. Essa compreensão me ajuda a aceitar mais as pessoas e ser menos dura com elas. Como aquela música "Epitáfio", dosTitãs: "Queria ter aceitado as pessoas como elas são, cada um sabe a alegria e a dor que traz no coração". É a mais pura verdade. Não adianta tentar justificar e pesar os motivos para alguém ter feito isso ou aquilo. O que parece estúpido e banal para uns, pode ser vital para outros. Vai entender!

A Scarlet teve tudo na vida e de repente decaiu. Presisou amadurecer décadas em questão de dias. E a coragem garantiu sua subsistência. É a Lei do Oeste. Sorte a dela que teve força para passar por cima das dificuldades e engendrar técnicas para atingir seus objetivos. Como diria minha avó, que detestava destacar os defeitos alheios, até o Diabo tem uma qualidade: Quem dera fôssemos tão persistentes quanto ele!

Xêro no olho!

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