Será que o mau humor dela é por falta de homem? |
Calma, nada de pânico. Os mais pudicos contenham o sermão: não estou oferecendo favores sexuais. Os mais saidinhos, por favor, desmanchem a fila e vão catar coquinho!
Comecei o post com esse trecho da música da banda “Ultraje a Rigor” (bastante popular nos anos 80), por duas razões: a primeira, porque a pesquisa pelo termo “sexo” retorna milhões de ocorrências no Google e tenho esperanças que meu humilde bloguinho seja visto por algum coração devasso em meio ao mar de pornografia; a segunda, porque queria de cara quebrar esse tabu de que mulher decente não pode falar sobre isso. OK! Não sou tão decente assim, mas valeu a tentativa. Vai que cola?
O gênero da minha reflexão, dentro deste universo em expansão de safadezas e afins, surgiu por conta de uma piadinha machista constantemente repetida pelos machos alfa de todas as esferas sociais: se a mulher está estressada, é por falta de homem. Em outras palavras, por falta de chamego. Se a cunhã é comprometida, é porque o sujeito escorrega na palha; se é solteira, é porque não tem quem a queira (até rimou). Uma grosseria que só perde para o diagnóstico de TPM ou menopausa ante o menor sintoma de mau humor, como se acumular serviço doméstico, profissional, intelectual e ainda arrumar tempo pra se cuidar não fosse suficiente para deixar qualquer cristão emburrado de vez em quando.
O curioso é que os homens, em sua constituição básica, prática e apegada à rotina, são muito mais suscetíveis aos mínimos aborrecimentos quando alguma coisa sai do roteiro do que nós. A maioria detesta esperar, são ranzinzas no trânsito, impacientes e apressados. Já pensou se cada sinal de rabugice masculina fossemos atribuir à falta de mulher?
Bom, mas chumbo trocado não promove a paz. E não tenho intenção alguma de pintar os homens como criaturas arrogantes e insuportáveis (até porque a maior parte já consegue fazer isso sozinhos, com bastante eficiência). Portanto, vou me ater a discussão deste tema lascivo dentro do âmbito feminil.
A educação repressora é responsável por incutir conceitos e parametros completamente diversos para homens e mulheres. Assunto, inclusive, por demais batido: meninos são educados para procriar; meninas para segurar o tchan. E aquelas que ousam agir diferente, são taxadas por singelos adjetivos impossíveis de serem publicados num blog de família. E o caldo entorna ainda mais quando entra em pauta um relacionamento firme, pois para a maioria da ala masculina existem basicamente dois tipos de mulheres: pra casar e pra curtir. E na lista de desqualificadas para o casamento, não raramente entram mulheres com várias qualidades, dentre elas com a sexualidade muito bem resolvida, o que na visão dos mais machistas torna-se um defeito irreparável para a condução de uma relação monogâmica. Como assim????? Qual é a lógica dessa constatação? Quer dizer que a condição básica para a fidelidade reside na frustração e na mediocridade sexual? Será que não seria o contrário?
Num vínculo realmente saudável, nenhum aspecto é ignorado. Há a felicidade afetiva, a convivência harmoniosa, até mesmo as realizações individuais que se refletem positivamente na vida a dois. E o sexo? Fica de fora? Muito pelo contrário, é essencial. Uma necessidade física e psicológica. Não é por acaso que o êxtase é uma das sensações mais incriveis que alguém pode experimentar. É sinônimo de prazer, alegria, contentamento, uma sensação para ser plenamente vivida e repetida pelos dois com igualdade de satisfação, sem estabelecer limites de deleite para cada gênero. Isso não existe! Ou pelo menos, não deveria existir.
A verdade é que uma parcela considerável de mulheres, principalmente das gerações anteriores (nossas mães, avós e lá vai bala), nunca na vida soube o que é um orgasmo. Limitavam-se a suprir os desejos de seus maridos e contentavam-se com a serventia de procriar. Há quem diga que essas mulheres eram mais felizes do que as de hoje e sua condição submissa e ignorancia quanto ao prazer que desconheciam, lhes conferia uma existência mais modesta e tranquila, razão que possibilitava aos casamentos durarem 40, 50 anos, a vida toda. Acreditem, eu ouvi esse tipo de declaração bem recentemente. Mas alguém, por acaso, perguntou se esses casamentos eram felizes? Mas o que importa ser feliz, não é mesmo? O importante é ter marido!
Felizmente a emancipação feminina também mostrou seus resultados no campo da sexualidade. Mas ainda existem muitas mulheres que embora profissionalmente e intelectualmente realizadas, são sexualmente reprimidas. Ainda se norteiam por parametros que comprometem seu equilíbrio. Algumas, esforçam-se para corresponder a certas expectativas, porque sonham com uma união duradoura e temem parecerem ousadas e perderem a chance de firmar um compromisso ou afugentar os pretendentes. Outras distorcem a coisa toda, passam da dose e se prestam a meros objetos sexuais, cultuando o corpo em detrimento da personalidade e do bom senso, pois julgam ser essa a forma eficaz de dominar os homens e evitar o sofrimento infligido pelo envolvimento afetivo. Querem equiparar-se a eles, adotando comportamentos extremos e chegando à promiscuidade, passando a aderir àquilo que tanto condenaram.
Sexo é bom e com amor, muito melhor! E amor sem sexo é simplesmente amizade, carinho, por certo genuíno, mas não para um casal que quer cultivar e aproveitar a relação plenamente. A mulher precisa descobrir o próprio corpo e dizer, sem reservas, o que a agrada. Enxergar nos momentos íntimos uma espontânea e harmoniosa parceria onde os dois se regojizam por dar e sentir prazer. Não é pecado nem imoral gostar. Se assim fosse, Deus não teria nos dado a oportunidade de sentir prazer no ato. Cabe aos homens reconhecer que uma mulher fogosa não tem nada de vulgar, mas sim de feliz. E sorte do homem que tem uma mulher assim, compartilhando seus lençóis. Aproveita, camarada! Agora, se quer frieza, se atraca com uma geladeira. Com certeza, ela não vai te trair, no máximo o que pode acontecer é ela dar o prego na hora H. Ou você levar um baita choque, o que já é alguma coisa, melhor do que não sentir nada.
Um beijo para as safadeeeeenhas de plantão e bom fim de semana!
Se eu disser mais uma vez "que o texto é brilhante" vai ser muito repetitivo...então que seja! O texto é brilhante! Tão inspirador que chego ao ponto de me atrever a dar minha humilde opinião. Na verdade não exatamente uma opinião, mas um conselho aos homens que prestigiam esse blog, o que já é um passo a frente dos demais, valorizem a mulher que vocês têm ao lado! Imaginem só: uma mulher inteligente, com personalidade, que sabe amar na cama e fora dela e que é bem resolvida...bom né?! Tenho esperança de que um dia os homens parem de ficar olhando pra grama do vizinho e percebam que a sua própria é que é a mais verde!
ResponderExcluirAdoro esse blog! Beijos Lu ;)
Minha querida amiga, a honra de tê-la como leitora é enorme. Você tem a perspicácia madura não apenas para compreender as entrelinhas do texto, como para complementar o sentido que muitas vezes me escapa. Sua observação é totalmente verdadeira. Se os homens valorizassem mais suas mulheres, os dois seriam bem mais felizes, porque viveriam uma rotina de prazer e satisfação em todos os sentidos. Infelizmente a maioria define a própria masculinidade com base na quantidade de parceiras, e esquecem que a QUALIDADE é o que realmente importa. Beijos, linda! Espero sempre contar contigo nesse espaço!
ResponderExcluirUhuuuuu!!! adorei, vamos liberar o than com amor...kkkkkkkk
ResponderExcluirSó não pode esquecer a camisinha, uôu! rsrsrsrsrsrsrsrs
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