sábado, 19 de novembro de 2011

Atenção! Mulher Trabalhando!

É hora de botar a mão na massa, sem amarrotar o vestido nem borrar a maquiagem!
Bom dia, gente amiga do meu Brasil!

Hoje é sábado! E que belo sábado! E para mim esse sétimo dia tem um sabor todo especial (além do gosto de arroz com brócolis que acabei de queimar por culpa de vocês).  É o primeiro descanso remunerado depois do meu retorno triunfal ao concorrido, louco e caótico mercado de trabalho.

Sim, voltei ao batente. E, pra variar, caí de pára-quedas numa função inteiramente nova, dessa vez no escritório de uma construtora. Numa postagem anterior (Retalhos tão pequenos de nós dois), já havia comentado sobre esse traço tão peculiar da minha personalidade, sobretudo no campo profissional. Pois é, agora mais uma peça acaba de ser acrescentada a esse mosaico que compõe a trajetória da Feminista fajuta.

Eu, que um dia fui tão glamourosa, agora estou em meio a sacos de cimento, cerâmicas, tintas e afins. Além de papéis, muitos papéis! E tudo isso envolvida por um embriagante aroma de cânfora e mentol. Sim, porque para voltar a trabalhar precisei destinar uma parte do meu salário a incontáveis pacotes de emplastros Salonpas, diariamente aderidos a uma coluna castigada por anos de afinco, dedicação e paranóia perfeccionista. É sério! Por baixo dos meus vestidinhos fashion (que mesmo cobertos de cimento, não deixei de usar), eu pareço uma múmia! Só espero que a Hisamitsu leve em conta a propaganda inteiramente gratuita que estou fazendo neste blog internacionalmente conhecido e me presenteie com embalagens gratuitas dos curativos salvadores. Fica a dica!

Mas quando parei para pensar nessa novidade, percebi que ela não era tão inédita assim! Na verdade, ela representa um retorno às origens. Porque minha primeira experiência profissional (informal, mas tá valendo) foi justamente relacionada com material de construção. Meu velho, querido e saudoso papai era um visionário empreendedor, embora não tenha obtido o sucesso que pretendia. Mesmo trabalhando durante anos como empregado, alimentava o sonho de ser o próprio patrão. Fez várias tentativas de abrir um pequeno negócio e reunia bastante competência e habilidades com vendas, negociações e controle financeiro. Pena que não herdei este último talento, porque vivo à beira da falência. Mas quanto ao resto, tenho mesmo a quem puxar!

Uma das suas empreitadas foram depósitos de construção. Quando eu tinha 7 anos de idade, ele deu início ao primeiro, em sociedade com um parente. E meu pai fez questão de me colocar a par desde o princípio. Ele sempre dizia que eu era muito inteligente e aprenderia rápido. Então, numa época em que computadores eram máquinas infinitamente distantes da nossa realidade, ele me levou àquele pequeno e promissor negócio, sentou solenemente numa mesa, me apresentou uma caixa com várias fichas individuais de controle (referentes a cada um das centenas de produtos à venda) e explicou o que cada um significava (desde pregos, tijolos, tubos, conexões e tudo mais), onde estavam expostos e estocados, como medi-los, quantificá-los, vendê-los e, principalmente, o controle diário de entrada e saída, com precificação e cálculo de percentuais e lucros. Não sei como isso foi possível, mas sobrevivi! Absorvi a lição, embora ainda hoje tenha uma enorme preferência por letras, ao invés de números (deve ter sido trauma decorrente da experiência). Mas, não obstante a capacidade e a dedicação do meu pai, o empreendimento não deu certo. Bom, pelo menos não pra ele. O tal sócio passou a perna no coitado e apropriou-se indevidamente do comércio. Algo dífícil de engolir!

No entanto, duas lições importantes restaram da experiência. A primeira: não confie em ninguém! Bom, quanto a essa nem ele e muito menos eu aprendemos patavina nenhuma. Nesse ponto, sempre fomos idênticos. Dois bocós que acreditavam na conversa fiada de qualquer Zé Mané. Prova disso é que depois dessa, papai foi enganado muitas outras vezes. E eu também já tive meus prejuízos por confiar demais. Alguns deles, até bem recentes e que me causam dor de cabeça só de lembrar. Mesmo assim, ainda creio que todo ser humano é digno da minha confiança, pelo menos até que me prove o contrário. Há um ditado que diz que o desconfiado excessivo erra tanto quanto aquele que confia em demasia. Afinal, sua suspeita quanto a tudo e a todos é tamanha que espera sempre o pior das pessoas, agindo de forma hostil, continuamente armado para o ataque iminente do inimigo que, na sua cabeça, está em todo lugar. Com isso, acaba encontrando seu malfadado destino justamente no caminho que tomou para evitá-lo. Pensamento é energia e não tem como não atrair àquilo para o qual empenhamos, tão obsessivamente, os nossos pensamentos. Até porque, ainda que não ocorra a punhalada que o desconfiado tanto espera, fica difícil pra qualquer um conviver com quem nunca baixa a guarda e vive repelindo e interpretando da forma mais deturpada e agressiva possível, qualquer tentativa inútil de afeto ou aproximação. E cedo ou tarde, o mais bem intencionado dos amigos decide se afastar, por não suportar mais dar murro em ponta de faca.

Mas isso é outra história. Quanto à segunda lição a que me referi, é a que de tudo tiramos um proveito. Toda experiência, todo aprendizado, toda tentativa é válida, mesmo que os frutos, a princípio, sejam duros e amargos. Paciência. Vai chegar uma época em que a árvore vai vingar. E produzir, ao seu tempo, bons resultados.

Pois é. Chegou o período da minha colheita. Lá vou eu desenterrar da memória os conhecimentos latentes sobre o assunto, para aplicar nessa nova fase. Quem sabe isso sirva ainda para superar a lembrança negativa inevitavelmente associada ao fato. Porque coragem e disposição para aprender, eu tenho de sobra. Só preciso que a coluna dê uma trégua e me ajude a vivenciar mais essa peripécia profissional com a saúde e o bem estar de que tanto necessito. Torçam por mim!

Beijos,

6 comentários:

  1. Nossa eu sou suspeito pra falar de sociedade, também não tive experiências muito boas, mas ficou o aprendizado!!! Muito bom seu post, parabéns querida!!!

    Luís Butrago...

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  2. Querido Luís, obrigada pelo carinho! Desejo muito sucesso em seus projetos, você é muito talentoso e profissional. Com certeza vai superar completamente essa experiência negativa. Você vai longe!

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  3. Amiga,

    você tá trabalhando na produção? É isso mesmo Brasil? Bem, só desejo sorte nessa nova jornada profissional. Competente do jeito que és, concerteza vai se sair muito bem!

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  4. Huahuahuahua!!!! Não, Jeff querido, também não é pra tanto. Até porque, coitada de mim, mal posso segurar a bolsa, quanto mais levantar uma saca de cal!!!! Estou trabalhando no escritório de uma construtora, mas acabo tendo de lidar com os materais que entram e saem do estoque, para efeitos de controle. Então, queira ou não, preciso entender um pouco do assunto, né! Mas tô amando, vai dar tudo certo! Brigada pela força, amore.

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  5. desde ja lhe parabenizo pela nova caminhada em sua vida lhe desejo todo o sucesso do mundo pois vc e gabaritada e tem conhecimento no que faz e ter confiança nas pessoas e dificil bastante dificil nos simples e meros mortais nao podemos fazer nada com esse tipo de gente fajuta sem carater hipocrita mais tenha fe em deus que mais resto e resto parabens

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  6. Querido amigo (ou amiga) anônimo, agradeço de todo coração pelo carinho e consideração. O apoio que recebo dos meus amigos, próximos ou distantes, foi fundamental para que eu conseguisse dar a volta pro cima. Obrigada!

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