quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

A Monotonia da Perfeição!

Acredite: tecnicamente estes olhos são um "defeito de fábrica"!
O problema das pessoas que não tem defeitos é que, com certeza, tem virtudes terríveis!

Comecei o post com essa célebre frase da diva Elizabeth Taylor, conhecida não apenas pelos olhos azul violeta como também pelo extenso currículo amoroso que inclui 8 casamentos. A afirmação reflete o tédio e o desprezo que a atriz tem pela dita PERFEIÇÃO, ou pela busca incessante dela.

Um fator curioso é que a cor dos famosos olhos de Taylor, que em muito contribuíram para alçá-la à fama, é resultado de um... DEFEITO GENÉTICO! Isso mesmo. Uma “anomalia” que produz essa rara tonalidade de íris. Interessante como a concepção de certos conceitos pode ser subjetiva. Uma falha pode ser tão maravilhosa a ponto de encantar, atrair, despertar inveja e admiração (e ainda no caso da Beth, gerar um ótimo lucro). Eu, pelo menos, adoraria ter nascido com esse “defeitinho”!

Lembrei também de uma anedota que meu pai costumava contar de um rapaz muito bonito, de boa família, rico e disputado pelas jovens da cidade que começou a namorar uma garota que mancava de uma perna. Os amigos e familiares intrigados pela exótica escolha, o questionavam sobre o que havia visto na moça sem, no entanto, tocar no ponto da deficiência (já que era óbvia). Depois de muito tempo ele confidenciou para um dos companheiros mais chegados: “Rapaz, vou te contar. Ela pode não ser tão bonita, rica ou inteligente. Mas ela tem um jeitinho na perna que eu adoro!”. Eu sempre ria dessa estória porque onde todos viam um defeito, ele enxergava o maior atrativo da figura.

O curioso é que, nos relacionamentos, a medida que estes avançam nos pegamos tentando mudar a si e ao outro. Aspectos que antes achávamos charmosos e atraentes de repente viram defeitos insuportáveis, entrando em cena nosso jeitão controlador que nos torna criaturas chatas e implicantes. E isso não é só com o parceiro não, é com a gente também.

Vejo amigas sofrendo por obrigar-se a ser a melhor mãe, a funcionária mais aplicada, a esposa prestimosa (é o novo!) e sempre atraente, ao passo que seus companheiros demonstram uma leveza muito maior na forma de encarar a vida. Sabe aquela coisa de homem que esquece um dia de trabalho tomando uns aperitivos com os amigos e falando abobrinha? Pois é! A gente não consegue ser assim. E por mais que justifique dizendo ser dedicada e aplicada, no final acaba levando nome de cri-cri.

Procurar se melhorar a cada dia é ótimo, afinal, todos somos movidos por desafios. Mas tentar ser o que não somos, não perdoar falhas, viver fazendo comparações e buscando ideais impossíveis torna a vida sufocante demais. Perfeição é uma utopia, além de ser uma tremenda chatice.

Quer meu conselho? Siga a lição de Elizabeth Taylor. Não, não estou dizendo que precisa bater o recorde da Gretchen do norte e colecionar maridos (a não ser que estes venham com pensões milionárias). Mas quando se pegar tentando dar uma de mulher biônica só para sair dizendo pra Deus e o mundo o quanto é especial, lembre-se que no mínimo vão estar te chamando de bruxa irritante pelas costas. Relaxe e compreenda que toda mulher é um paradoxo e até letra de música já fizeram pra isso: “Complicada e perfeitinha”, é isso que nos torna misteriosas, sedutoras e imprevisíveis!

Beijos tortos!

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