Amigo é legal, só não vale ser grudento! |
Comecei o post com essa música chata que todo ano nos obrigam a cantar de mãos dadas durante as constrangedoras festas de confraternização da empresa, porque mesmo sendo azucrinante, irritante e inoportuna, ela é verdadeira. E é menos insuportável do que aquela outra: “amigos para sempre é o que nós devemos ser...”.
Não vou sair contando toda minha sofrida história de vida (até porque estou guardando para o BBB), mas já vivi alguns altos e baixos (e bota baixos nisso) e quem me socorreu nesses instantes foram amigos incríveis que esbarrei pelo caminho.
Às vezes fico triste porque muitas dessas pessoas que me deram força, hoje já não tenho mais contato. Mas procuro enxergá-las como anjos que Deus coloca na nossa vida e que naquele momento cumpriram seu propósito de forma espontânea, sem expectativas. E é justamente essa falta de pretensão que torna esses instantes mágicos e eternos.
Por isso, costumo valorizar muito as amizades. Mesmo quando me decepciono ou percebo os sinais da ingratidão, procuro não refletir esse desapontamento com quem ainda está ao meu lado. A verdade é que ninguém tem culpa de ser do jeito que é e quem garante que eu também não tenha decepcionado, mesmo sem querer, muita gente que gostava de mim?
E para entender o que é amizade de verdade a primeira coisa que a gente precisa aprender é que amigo não é sinônimo de perfeição. Ele dá mancadas, sim, assim como você também apronta as suas. Então, não fique arrasada nem ache que o mundo conspira contra você só porque aquela amiga que ama de paixão até hoje não teve a consideração de devolver seu livro predileto, enquanto que para outra fulaninha que nem é assim tão próxima ela age com o maior cuidado e nunca deixa de cumprir o que foi acordado. É provável que realmente ela nem lembre de te devolver porque tem tanta confiança na firmeza do sentimento que as une que direciona as preocupações dela para outras coisas.
Parece sem sentido, mas é assim mesmo. Mas pode ter certeza de uma coisa: mesmo que esteja morrendo de ciúmes dessa nova fulaninha, saiba que se você saísse no tapa com a dita cuja sua amiga já chegaria dando uma voadora na coitada sem ao menos querer saber quem está com a razão. Só não invente de fazer o teste, porque corre o risco da amiga não ser de briga (e você ter que apanhar sozinha) ou dela não ser tão sua companheira assim (sinto muito, mas pode acontecer).
Outra coisa que precisamos esclarecer: nada de dar uma de Gasparzinho! Não tem quem suporte uma pessoa grudenta, controladora, passional e melindrada. Se você é assim, fique logo sabendo que sua mãe não te ama igual aos outros filhos, não. Ela só diz isso porque se sente culpada por ter vontade de te entregar no setor de achados e perdidos.
A amizade não é medida pela quantidade de instantes em que passamos juntos. Ela é avaliada pela certeza, pela segurança que temos na afeição daquela pessoa, mesmo que esteja há quilômetros de distância. Afinal, o amigo também tem vida própria e mesmo que isso possa lhe doer, ele tem OUTROS amigos. Talvez não se trate de melhores ou piores, mas simplesmente de tipos diferentes e perder tempo com comparações é inútil e chato pra caramba!
Então, aproveite as festas de final de ano em que pieguice e sentimentalismo barato são altamente permitidos (e de certa forma, até obrigatórios), tome todas e abrace seus amigos derramando em palavras desconexas o sentimento genuíno que brota do seu coração. E fique tranqüilo porque os fogos irão abafar boa parte do que você falou e a ressaca do dia seguinte irá apagar da sua memória (e reze para que da dele também) o aMICO que você pagou!
Abraços fraternais!
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