terça-feira, 30 de novembro de 2010

Eu adoro o cheiro de Napalm pela manhã...

Acordei com a manchete do Jornal "O Povo" noticiando que a Polícia está tentando evitar que os traficantes cariocas entrem no Ceará. A turma, depois de saber das trapalhadas do Secretário de Segurança do Estado, de repente ficou com uma vontade louca de fazer turismo criminal por aqui. E fiquei sabendo que no roteiro dos viajantes estará incluída uma passagem pela Pajuçara, bairro onde moro e que é famoso nas páginas policiais. O objetivo da visita é a realização de um Workshop de Empreendedorismo intitulado: "De aviãozinho à Pablo Escobar: Como Vender Mais e Expandir seus Negócios"!

Na verdade acho que há um pouco de preconceito contra a minha Pajuçara. Desde que cheguei lá, há 2 meses, só foram assassinadas umas 8 ou 9 pessoas. Isso não é nada comparado ao Afeganistão e à Faixa de Gaza.

Mas deixando um pouco o humor negro de lado e abrindo um parêntese para a indignação de cidadã, fico pensando se todo mundo "encalissou" (como se diz por aqui) e não estão mais dando a mínima pra tudo que está acontecendo.

Lembro bem que quando criança minha mãe relatava como as pessoas mais idosas do interior do sertão (onde ela foi criada), falavam sobre as previsões que anunciariam o "fim do mundo". A que mais me chamava a atenção era a que dizia que quando o Apocalipse chegasse, as pessoas viveriam presas em suas casas, enquanto os marginais viveriam livres.

A minha cabecinha infantil e exagerada imaginava algo bem literal, cenas do tipo MAD MAX ou coisa parecida, conosco vivendo trancafiados, morrendo de fome e sede por não poder sair às ruas tomadas pelos meliantes. E hoje, embora não seja assim, tão descarado, vivemos mais ou menos dessa forma. Quem se arrisca a sair de casa fora de hora ou a atender o SEU celular na rua?

Lá no Rio, a polícia tá tocando o terror! Na verdade uma faxina temporária que provoca a emigração em massa dos ratos, jogando o problema para o bairro, cidade ou estado vizinho. Mas não deixa de ser um espetáculo midiático cujo foco são as cenas principais e não os bastidores. E o curioso é que os responsáveis pela operação ficam anunciando de 5 em 5 minutos pela imprensa o que vão fazer, como se os pobres traficantes não tivessem um simples radinho de pilha para antecipar-se aos passos deles. Poxa, cadê o Rambo nessas horas, com sua imprevisibilidade, força, independência e aquelas armas cuja munição nunca acaba?

Tá na hora de virar o disco! E se você espera um parágrafo conclusivo para este post, comigo relatando as estratégias relacionadas ao desenvolvimento humano e coletivo, com uma descrição completa sobre as políticas públicas voltadas para a juventude e para as comunidades em situação de fragilidade social, pode esquecer! Vim só para reclamar mesmo, como todo bom cidadão que adora jogar pedra no governo e nem por isso deixa de votar nos mesmos figurões, afinal, de quem vamos falar mal depois?

Boa terça pra todos e até a próxima!

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Fala aí, cunhã!