sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Guarda a faca, cunhã!

Não pretendia adentrar num terreno tão delicado quanto o posicionamento feminista histórico, até porque tenho amor à vida e sei que uma feminista ofendida é pior do que vizinho briguento: não te deixa em paz até que você concorde com ele ou então venda a sua casa pela metade do preço e se mude pra bem longe. Para o mercado imobiliário, o fator “vizinho abusado” é equivalente à área de risco, reduzindo consideravelmente o valor do imóvel.

Mas deixando de lado minhas divagações que nada tem a ver com o peixe, decidi expor minhas modestas considerações acerca do tema, após tomar parte num interessante debate conduzido ontem na faculdade. Até porque, depois de posar de metida e marrenta no blog não posso simplesmente pedir arrego agora. Vou enfrentar a revanche de peito aberto. Então, vamos lá!

Em primeiro lugar, respeito de todo coração as feministas originais. O radicalismo tão criticado por muitos, a meu ver, foi essencial para promover o “boom” do movimento. Afinal, não se faz revolução com água de rosas e meios termos. Tinha mesmo que botar pra quebrar, senão ninguém levaria a sério!

Porém, as “Feministas New Generation” tem o direito de readaptar os conceitos dentro daquilo que acreditam e preferem. A capacidade crítica do ser humano é uma das mais sagradas liberdades e merece ser respeitada. E toda ideologia passa naturalmente por estágios de infância e adolescência, até atingir sua maturidade. Se uma mulher apresenta um comportamento aparentemente contraditório, vale lembrar que no fundo, todo filho de Deus é assim. Mudamos a nós mesmos e aos outros todos os dias, num processo de intercâmbio de conhecimentos e experiências que ocorre de uma forma tão espontânea que muitas vezes sequer nos damos conta.

Concordo plenamente que toda mulher tem um certo dever de combater, mesmo que o mínimo possível, o germe do machismo e da discriminação, até porque estará atuando em causa própria. E claro que esse combate se faz com atitudes, não com palavras. Mas daí de ir ao extremo, agindo de forma intolerante e radical, pra mim só vai servir para gerar ainda mais hostilidade e aumentar consideravelmente o nível de preconceito social. Em outras palavras, quando a criatura dobra a esquina só se ouve o comentário: “lá vem a doida!”.

Portanto, garota, relaxa! Como diriam meus pares acadêmicos, a mulher não pode perder sua essência. Aliás, ser humano nenhum. Se você tem uma alma de Rambo, tudo bem, pode cair matando. Mas se de vez em quando se pega lavando a cuequinha do marido ou rindo de uma piadinha machista e percebe que isso não altera em nada suas crenças, então deixa pra lá. Ninguém precisa provar nada pra ninguém a não ser pra si mesmo. Além do que, não se é fiel à causa alguma se primeiro não for fiel consigo mesmo.

Beijão!

P.S.: Aos machistas de plantão, asseguro: esse post é só uma trégua. Não se acostumem mal, não. A luta continua!

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