sexta-feira, 10 de junho de 2011

Amigos para sieeeeeempreeeeeee!

No fundo no fundo, todo mundo é lobo em pele de cordeiro: basta pisar no calo certo!

Nem vou me meter a besta de pedir desculpas pelo abandono deste espaço fofo. Promessas vãs já não colam mais. Então, pula essa parte e vamos ao que interessa (ou não!).

Ser humano é bicho engraçado. Carente, instável, contraditório... Já me conformei com essas facetas confusas, só não aprendi a lidar com elas. Um amigo, bem mais velho, costuma dizer que jamais devemos confiar em ninguém, jamais devemos dedicar ostensivamente amizade e dedicação, porque cedo ou tarde, aquele bestfriendforever se travestirá em inimigo num passe de mágica, por uma bobagem insignificante e infantil. E usará o que sabe sobre você, inclusive em termos sentimentais (afinal, conhece suas fraquezas), como arsenal típico de “fogo-ex-amigo”. O assunto, inclusive, já rendeu um post aqui no blog, com o título: “Seja sua melhor amiga!”
O diacho dessa história é que ainda não aprendi a lição. Pois esse post a que me referi foi escrito há meses. E eu, como típico ser humano que do alto da sua sabedoria professa máximas resultantes da experiência que sequer foram absorvidas antes de serem compartilhadas, mandei o pau a propagar minhas verdades ciente de que entendia tudo sobre o tema. E quebrei a cara de novo! Em suma: eu sou apenas uma bocó!
Mas tudo bem. Como diria o barbudinho Che Guevara: “Há que endurecer-se, mas sem jamais perder a ternura”. Ou seja, ninguém vai sair por aí fazendo recrutamento e seleção de amigos com direito a baterias de entrevistas e exames com psicólogos, investigadores, elenco do CSI e detectores de mentira. Relaxa! Na verdade, eu sempre caio nesse “conto do amigo” não porque nunca tenha me decepcionado ou me afastado voluntariamente de alguém. Mas porque, independente de qualquer coisa, geralmente soube conservar na mente as experiências positivas e aquilo que de bom foi cultivado da relação antes do Apocalipse. Digo “geralmente” porque evitei jogar na cara da pessoa coisas que ela me revelou em momentos de fragilidade e insegurança. Mas nem toda vida resguardei-me dessa prerrogativa. Afinal, se a fulaninha pensa que é festa da uva e solta a metralhadora em cima de mim, evidentemente que, de uma forma de outra, era preciso me defender. Nada mais natural!
Admitir as coisas como ela são pode ser duro e desestimulante. Pra acabar de lascar, ainda vem um amado mestre de Filosofia apresentar uma das constatações de Maquiavel -“É melhor ser temido do que amado!”- e um professor de Sociologia destruidor de sonhos jogar na nossa cara que nada que o ser humano faz é desinteressado. De quebra, nessa mesma aula, escuto a bombástica revelação das minhas “amigas” de sala (uma olho junto e uma paraense folgada) que admitiram, com a voz fria e o olhar impassível, que desde o período de nivelamento na faculdade, no começo deste ano, planejaram aproximar-se da minha humilde pessoa com o intuito de aproveitarem-se da minha farta inteligência e notória modéstia. E eu achando que era por causa da minha aura irresistível e estilo descolado. Ora, vejam só!
Nesse dia, cheguei em casa com um pacote de chumbinho e uma corda bem resistente (gosto de ter opções). Mas depois de um banho e uma cerveja (algo raro de acontecer), deitei na cama e pensei melhor. Realmente tem horas que a existência parece tão looooooooonga e a caminhada, bem cansativa. Então, é normal se apegar a certas ilusões, procurar fugas criativas. Eu, pelo menos, adoro fechar os olhos e pensar que estou numa praia tranquila e paradisíaca, sem um farofeiro ou paredão de som sequer, com um biquíni minúsculo, depilada a laser e zero de barriga, comendo potes de torta alemã com batata Rufles que não engordam e com o amor ao lado, dizendo a cada cinco minutos que sou linda e o quão charmoso e apaixonante é o meu hábito de deixar um monte de tranqueiras espalhadas pela casa (se Dona Nélia estivesse aqui, certamente diria: "Não se deslumbre, meu bem!"). Normalmente isso acontece dentro do ônibus, quando estou voltando pra casa depois das 22 horas: de pé, segurando a barra de ferro do coletivo só com uma mão (porque não tem um cristão de Deus que se ofereça para segurar minhas coisas) enquanto um tarado aproveita a lotação para me seviciar a cada freada brusca; ou sentada ao lado de um sujeito que deve ter nascido com um saco escrotal com capacidade para 100 litros e por isso invade meu espaço com as pernas tão arreganhadas que mais parece uma asa delta.
No entanto, o que não é normal é virar uma pessoa amarga, com medo de viver. Desconfiado de tudo e de todos, cheio de ódio e rancor. Remoendo mágoas e massacrando a mente e o corpo com sentimentos que, à exemplo das ilusões que citei acima, também impedem que se enxergue a realidade: nem melhor, nem pior – simplesmente do jeitinho que ela é!
Há um provérbio que diz que o desconfiado erra tanto quanto aquele que confia demais. Talvez mais ainda. Então, não vale a pena nortear sua vida por esses aspectos negativos. O que é ruim atrai o que é ruim. Não há nada de maduro e inteligente em impedir o sofrimento evitando as pessoas e as experiências que a vida nos traz: está mais pra covardia. A verdadeira maturidade é expressada pela serenidade e a resiliência, a capacidade de superar obstáculos e lidar com problemas. E o lado bom é que dá pra exercitar. Com bom humor e alto astral, combustíveis essenciais pra rir de si mesmo e dessa vida bandida, cheia de altos e baixos. Da minha parte, garanto que estou TENTANDO!

Beijos, bom final de semana pra todos!

P.S.: E para atestar a veracidade do princípio cruel escancarado pelo professor de Sociologia, admito que esse post, aparentemente despretensioso e banal, foi redigido com um interesse, sim! Só não vou dizer qual é. Hehehehehe!

2 comentários:

  1. Putz, que luxo ver meu link aqui no Feminista de Arake. Parabéns por mais um texto brilhantemente escrito!

    ResponderExcluir
  2. Imagina, querido! Eu que agradeço a força que você sempre me deu. Estava em falta com você! Brigadinha, bom fim de semana!

    ResponderExcluir

Fala aí, cunhã!