Mas tem gente que esquece! |
Bom dia, meus fofurecos!
Uma das coisas mais gratificantes que senti ao ingressar na faculdade foi perceber que certos pensamentos filosóficos que norteavam minha louca cabecinha, tinham embasamento científico. Ou seja, se eu sou doida, não sou a única. Legal!
Dentre as peripécias da Sociologia uma teoria me chamou a atenção: a da Imaginação Sociológica. Basicamente consiste no indivíduo, seja ele sociólogo ou não, desenvolver uma habilidade de abstração, de imaginar aquilo que não existe para você como se de fato existisse. Um exercício de empatia, de colocar-se no lugar do outro, imaginando-se submetido às mesmas circunstâncias. Essa ideia tem como base o fato de que o ser humano não conhece sequer os próprios limites, quanto mais os dos outros que vivem em realidades diferentes da dele. E derruba por terra aquela mania besta que temos de sair rotulando e julgando todo mundo, porque julgar da posição de mero espectador, guiado unicamente pela visão dos próprios (pré)conceitos, é uma atitude estúpida, cruel e desprovida de credibilidade.
Foi um dos textos mais interessantes que já li e com qual mais me identifiquei. Não que eu seja “a certinha”, muito pelo contrário, como todo indivíduo tenho, sim, muitas “certezas” preconcebidas que jamais passaram pela prova de fogo da experiência. Mas reconheço que da adolescência para cá, muita coisa mudou. E procurei usar as decepções que tive comigo mesma para desenvolver o princípio de que toda pessoa é um universo, com sua história de vida, particularidades, influências, enfim, tanta coisa que é humanamente impossível dimensionar... E acredito que se todo mundo procurasse pensar assim, haveria mais tolerância e compreensão na sociedade.
O problema é que ainda estamos beeeeem longe disso. Hoje mesmo estava lendo uma matéria no Jornal “O Povo” relatando que o número de assassinatos contra gays, travestis e lésbicas em 2010 cresceu mais de 30% no Brasil em relação à 2009. E o que é pior: o risco de um homossexual ser assassinado aqui na nossa região, o Nordeste, é em torno de 80% maior do que em relação às outras regiões. Algo que me envergonha e me entristece!
O curioso é que a nossa terrinha é conhecida pela veia cômica, pelos expoentes do humor. Mas parece que essa característica de levar as coisas na esportiva se restringe ao campo da sátira, de fazer piadas com a faceta divertida e caricata de alguns homossexuais. Agora, partiu para o lado da convivência no trabalho, na família e na sociedade a coisa muda de figura. É tolerância zero!
O que me custa entender é como alguém pode hostilizar tão radicalmente um ser humano por conta da sua orientação sexual. Matar uma pessoa porque ela simplesmente está tentando levar sua vida da forma como acha melhor já não é mais uma questão particular, é de interesse social e governamental. Torcer o SEU nariz para uma realidade é uma coisa, agora TORCER o pescoço do outro deixa de ser da alçada particular.
Os crimes homofóbicos estão aumentando, mas políticas públicas que é bom... Criar coordenadorias e gerências da diversidade e organizar paradas são estratégias simbólicas. E que em certos casos só servem mesmo para reforçar estereótipos. Na prática, não contribuem praticamente com nada. A prova está aí! A diversidade sexual está na mídia, até celebridades estão se assumindo aparentemente porque a sociedade está mais propícia a “aceitá-los”. Porém, as estatísticas mostram o contrário.
Gente, fazer festinha é maravilhoso, mas tem hora que é preciso guardar a purpurina. O assunto é sério. Se as pessoas não mudam numa boa, que o façam por livre e espontânea pressão. As leis estão aí e a impunidade só reforça a conivência das autoridades, porque os instrumentos de punição existem mas não estão sendo aplicados.
E quanto à reflexão de cada um o que peço é que procurem colocar-se no lugar dessas pessoas que estão sendo discriminadas POR NADA! Sim, porque quem o fulano pega ou deixa de pegar, não é da conta de ninguém. É muito melhor que cada um possa exercer sua sexualidade da forma como lhe convir, do que agir mantendo as aparências que se encaixam nas expectativas sociais enquanto mantém uma vida dupla. Quantos homens casados, pais de família “acima de qualquer suspeita” não extravasam sentimentos reprimidos durante umas voltinhas pela madrugada, enganando a si mesmos e às suas companheiras? Será que ele pode ser culpado de agir assim? Será que não o faz como estratégia de sobrevivência em meio à uma sociedade preconceituosa? E se essa pessoa fosse seu filho? Deixaria de ser só porque é homossexual? São perguntas que devemos fazer sempre, pois poem em cheque muitas das nossas certezas.
Um beijão para todos!
Esses são fatos que me entristecem muito. Revoltante imaginar que existem monstros no mundo que querem privar um cidadão do seu direito de ser feliz. E como você disse...POR NADA! É uma arrogancia pensar nos homossexuais como seres contagiosos e que para amenizar tal situação, é preciso exterminar todos eles. É certo que o homossexualidade está muito mais aparente nos dias de hoje, já que não existe mais aquela repressão de 30, ou 40 anos atrás e toda essa violência se torna proporcional, causada por conta dessa "visibilidade".
ResponderExcluirRecentemente tem um caso que vem dando o que falar nos tribunais. É o caso Bolsonaro. Não venho acompanhando tudo desde o principio,mas sei que está gerando muita polêmica devido as suas declarações homofóbicas e racistas. Enfim, o caso é gravissimo e cabe todos lutarem por melhorias. Todos sabemos que não é válido escolher um dia do ano para ir as ruas fazer "festinha" e lutar pelos seus direitos. A luta é preciso ser diária! Esse é o meu recado.
Abraço Lulu ;D
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ResponderExcluirqueria muito que vc me seguisse no meu blog de Britney.... britneyzoone.blogspot.com
ResponderExcluirOlha, tem outra coisa, eu sei quem é o prefeito de Pacatuba e de Maracanaú... Zezinho Cavalcante. berto Pessoa, quem nem conheço.
ResponderExcluirJá estou seguindo seu blog, Britney Z!
ResponderExcluirE Jeff, obrigada mais uma vez pela sua participação. Fiquei sabendo do caso Bolsonaro. É uma pena que o comportamento homofóbico seja manifestado em tantos segmentos. Aliás, tenho um conhecido que admirava por sua intelîgência. É um escritor autodidata, uma verdadeira enciclopédia ambulante. Durante muitos anos o tive como exemplo, mas me decepcionei quando li alguns artigos que ele escreveu em que declarava sua extrema intolerância aos homossexuais. Minha opinião sobre ele mudou imediatamente. Até porque o mundo, do jeito como está, não precisa de homens inteligentes. Precisa de homens de BEM! Que disseminem a igualdade e o respeito ao ser humano, a mais sublime obra de Deus. Beijos, querido!