segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Um Q de Mulher
Toda mulher tem um “Q” de bipolaridade. Alheias às teorias da ciência, às especulações da filosofia e aos conceitos da religião, temos um jeito próprio de “funcionar”, que mescla princípios e desafia a lógica! Como uma nau capitaneada por um almirante meio ébrio, com uma tripulação de hormônios que oscila entre a apatia e o motim, seguimos sem ter certeza de nada. Queremos controlar tudo, mas sequer controlamos nossos pensamentos, sentimentos e mesmo o nosso corpo. Afinal, quem de nós não trava uma briga constante com o reflexo no espelho? Pra quem está de fora – Oh! Pobres homens! – é tudo uma tremenda confusão. Uma DR básica pode se transformar num espetáculo surreal, que começou como uma proposta civilizada e culminou no caos. Terreno delicado, areia movediça, assim é tentar trilhar os caminhos do nosso coração. Uma mulher curvilínea pode ser instigante, mas as curvas, reentrâncias e protuberâncias não chegam nem perto da inconstância do universo da alma feminina. Para nós, que vivemos essa montanha-russa - e que ao contrário do que muitos pensam, também sofremos com ela - é uma situação semelhante a ser cativa e ao mesmo tempo, algoz. Quanto a mim, por crer em outras vidas, várias vezes me peguei a esbravejar: “Na próxima, quero vir homem! É tudo muito mais fácil pra eles!” Mas se quer saber, quando passa o “piti” e a tal tripulação de hormônios adquire contornos mais “normais”, eu lamento a blasfêmia de renegar o meu gênero, porque no fundo, a facilidade é um tédio! E não é facilidade o que quero! Aliás, o que é mesmo que eu quero? Não sei... Amanhã, quem sabe, eu te digo!
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