tag:blogger.com,1999:blog-53969034168649369242024-02-07T16:20:09.782-08:00Feminista de ArakeLulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.comBlogger98125tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-78783993421277246162014-04-07T04:16:00.003-07:002014-04-07T11:52:05.838-07:00CRÔNICA DE UMA DECADÊNCIA COMPARTILHADA<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-kQoCeTme7_RnqCQXy8DHELJYzIU0_nAnU2RPYemi0lupqVabeownz4LgwSoeE_So9l4ESIAtFcLbTgP7kjKH7JAadotoC6WteHQxCOFiFSsp_VzuevYMy1q2Hp9p9y6J7fwZnvQAfmA/s1600/cachorro_velho.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4-kQoCeTme7_RnqCQXy8DHELJYzIU0_nAnU2RPYemi0lupqVabeownz4LgwSoeE_So9l4ESIAtFcLbTgP7kjKH7JAadotoC6WteHQxCOFiFSsp_VzuevYMy1q2Hp9p9y6J7fwZnvQAfmA/s1600/cachorro_velho.jpg" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A minha cachorrinha, Polly, foi adotada ainda filhote,
quando apareceu na porta lá de casa, suja, mulambenta e com a maior
concentração de pulgas e carrapatos por m2 de seu minúsculo corpinho.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Como eu estava muito depressiva pelo recém-desencarne do meu
pai, a energia e fofura dela ajudaram na recuperação. Mas quando ficou
maiorzinha, dava um trabalho danado! Ela tinha uma fertilidade absurda e nas
raríssimas vezes em que fugiu de casa, voltou com 380 cachorrinhos na barriga.
E como jovem mãe, solteira e inconsequente, sempre abandonava a cria e sobrava
pra vovó aqui, a tarefa de alimentá-los, cuidá-los, até o dia de encaminhá-los
para adoção.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Claro que isso me esgotava totalmente! Por isso, sempre
tomei muito cuidado pra ela não fugir. Mas a bichinha era esperta e veloz!
Escondia-se e aproveitava um lapso de distração pra correr feito uma louca pelo
portão semi-aberto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu, desesperada, imaginando que iria criar filho dos outros,
corria atrás no meio da rua e muitas vezes conseguia alcançá-la. Em outras, ela
me dava uma surra e fugia enlouquecidamente. Mas era pau a pau! Éramos, ambas, jovens, belas e dispostas!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas esses dias, depois de anos de confinamento, ela fugiu!
Foi moleza, já que esqueci de trancar o portão e o vento o escancarou! Como
num dejavú, pensei em persegui-la velozmente, tal qual fiz no passado. Mas nos
dois primeiros passos, minhas costas estalaram. Resolvi trotar. E também não
consegui. Em resumo: a persegui ANDANDO e adulando! "Volta,
Pollyzinha!", "Vem cá, fofinha!".<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O mais trágico é que ELA também NÃO CONSEGUIA CORRER! E
ficamos as duas, uma fugindo e a outra perseguindo, no mesmo ritmo arrastado,
tentando ver quem venceria a outra pelo cansaço primeiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pra finalizar, caminhamos uns 50 metros nessa peleja. Quando chegava bem pertinho, ela andava mais um pouco a minha frente. Até que olhou em volta, percebeu que os gatinhos saltitantes, os lixos revirantes e as
plantinhas verdejantes já não tinham mais a mesma graça. Parou, me encarou
e aceitou seu destino. Deixou-me pegá-la. Aliás: OBRIGOU-ME a pegá-la, pois já estava exausta! E tive
de voltar os 50 metros carregando aquela anciã canina, com o peso acumulado do
alto dos seus 12 anos de ração e salsichas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Eu poderia reclamar, esbravejar, maldizer minha sina, já que
as costas latejavam pela tarefa (hercúlea para as minhas limitadas condições
físicas). Mas só consegui rir e dividir com ela a nossa decadência, exclamando, entre
risadas: "Mulher, como é que tu faz um negócio desses com a gente!",
"Nós duas não temos mais idade pra isso, não!". Num gesto de empatia, ela abanava o rabo, fazendo cócegas na minha barriga.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Pode parecer meio deprê, mas de certa forma é reconfortante
saber que minha decrepitude é compartilhada. Sei lá, torna o peso do fardo mais
leve! Foi bom perceber que a velha companheira, que outrora me ajudou a
superar a orfandade paterna, estava ao meu lado em outro momento crítico. Uma bengala
peluda e pulguenta, amparando uma balzaquiana confrontada com os efeitos do
passar de alguns anos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Assim, chego a conclusão que a vida pode ser bela, até naquelas
fases um tanto quanto embaraçosas... E
que mais vale derramar lágrimas a dois, do que desperdiçar gargalhadas sozinha!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Beijos da Lulu!</div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-81553556239786335872013-11-04T06:38:00.002-08:002013-11-04T06:38:52.248-08:00Um Q de Mulher<span style="background-color: white; color: #37404e; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Toda mulher tem um “Q” de bipolaridade. Alheias às teorias da ciência, às especulações da filosofia e aos conceitos da religião, temos um jeito próprio de “funcionar”, que mescla princípios e desafia a lógica! Como uma nau capitaneada por um almirante meio ébrio, com uma tripulação de hormônios que oscila entre a apatia e o motim, seguimos sem ter certeza de nada. Queremos controlar tudo, mas sequ</span><span class="text_exposed_show" style="background-color: white; color: #37404e; display: inline; font-family: 'lucida grande', tahoma, verdana, arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">er controlamos nossos pensamentos, sentimentos e mesmo o nosso corpo. Afinal, quem de nós não trava uma briga constante com o reflexo no espelho? Pra quem está de fora – Oh! Pobres homens! – é tudo uma tremenda confusão. Uma DR básica pode se transformar num espetáculo surreal, que começou como uma proposta civilizada e culminou no caos. Terreno delicado, areia movediça, assim é tentar trilhar os caminhos do nosso coração. Uma mulher curvilínea pode ser instigante, mas as curvas, reentrâncias e protuberâncias não chegam nem perto da inconstância do universo da alma feminina. Para nós, que vivemos essa montanha-russa - e que ao contrário do que muitos pensam, também sofremos com ela - é uma situação semelhante a ser cativa e ao mesmo tempo, algoz. Quanto a mim, por crer em outras vidas, várias vezes me peguei a esbravejar: “Na próxima, quero vir homem! É tudo muito mais fácil pra eles!” Mas se quer saber, quando passa o “piti” e a tal tripulação de hormônios adquire contornos mais “normais”, eu lamento a blasfêmia de renegar o meu gênero, porque no fundo, a facilidade é um tédio! E não é facilidade o que quero! Aliás, o que é mesmo que eu quero? Não sei... Amanhã, quem sabe, eu te digo!</span>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-24663220327951274412013-09-12T13:47:00.002-07:002013-09-12T13:47:49.665-07:00A menina do pé grande!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJEgSLJ4W28809VFBhRQXf4YJqvmtaX8jjr_VRyg8kkpGGXCteiWvQXLRoJ-yAFRotML8xAMWRmIdP0wsSxsWXWpTi26gmRsGkZ62JOIRxGIVdbjDj_IrTGLyUemzBqPVckZecPdCGHDgW/s1600/Menina-de-sapatos-de-salto.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="161" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjJEgSLJ4W28809VFBhRQXf4YJqvmtaX8jjr_VRyg8kkpGGXCteiWvQXLRoJ-yAFRotML8xAMWRmIdP0wsSxsWXWpTi26gmRsGkZ62JOIRxGIVdbjDj_IrTGLyUemzBqPVckZecPdCGHDgW/s320/Menina-de-sapatos-de-salto.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Desequilibrando-se na vaidade precoce...</td></tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Dizem as más línguas que toda mulher que se preze tem de ser vaidosa. Deve
estar sempre bem vestida, cheirosa, de unhas feitas e cabelo arrumado. De
quebra, ter um sorriso cativante, um andar maneiro e sensual, modos delicados e
tom de voz contido. Tudo no “devido lugar”, como manda a mãe-natureza.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Não sei quanto às minhas companheiras, mas eu demorei a encontrar esta
mulher. Talvez a tal mãe-natureza tenha me considerado uma filha indesejada ou
estivesse ocupada demais para me repassar suas valiosas lições.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ficou a cargo do mundo ensinar-me os “bons exemplos”. E tal qual a Fábula
do Corvo e do Pavão, um dia recebi a notícia de que meu pé não era nenhum
exemplar digno de idolatria podólotra.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Isso ocorreu quando eu tinha uns nove anos. Fase da vida em que a
preocupação básica é ser criança. Eu não olhava o mundo acima ou abaixo de mim,
a não ser quando era necessário dirigir-me a um adulto ou catar pedrinhas pelo
chão. Não me via torturada pelo sentimento pecador do orgulho nem angustiada
por fragilidades da autoestima. Nem sabia que isso existia! Eu vislumbrava o
mundo à minha altura, olhando de frente, numa sede de exploração infantil
guiada unicamente pelo desejo de diversão e conhecimento. Então, com tanta
coisa a fazer, a última coisa objeto da minha atenção seria o meu pé.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Acontece que eu tinha uma irmã mais velha. E uma mãe que jamais me
poupou das verdades. Essa irmã, sim, era um exemplar magnífico de feminilidade.
Cintura fina, corpo violão, voz aguda e falar comedido. Delicada como
porcelana. Vaidosa, ostentava sobre a penteadeira cremes de todos os tipos.
Disciplinada, aplicava-os diariamente. E eu não compreendia a razão de tanta
perda de tempo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Certo dia a vi massageando os pezinhos. E descobri, vejam vocês, que
existia um creme específico para eles. Estava lá, impresso no rótulo:
“Hidratante para os pés”. Não para as coxas, para os joelhos ou para as
canelas, mas para os pés.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Na hora, pensei: o que aconteceria se ela se atrapalhasse e aplicasse a
substância em outra parte do corpo? Eram tantos frascos, tantos potes que não
seria impossível confundir. Temi por sua saúde, a imaginei perdendo os braços,
coitada, enquanto o médico comentava com a enfermeira: “É, não havia o que
fazer, ela aplicou nos braços o creme que era para os pés!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Aterrorizada, questionei mamãe se não faria mal essa provável confusão.
Ela disse que não, que esse tipo de hidratante era similar aos outros, mas
continha algumas substâncias mais eficientes para o trato dos pezinhos que
requeriam uma atenção especial. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Uma vez aliviada, me permiti rir diante do que me parecia uma completa
inutilidade. Gastar dinheiro comprando mais um creme só para passar no pé?
Muito melhor seria gastá-lo com pirulitos e gibis!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ante meu comentário debochado, recebi uma rigorosa reprimenda. Mamãe
explicou que o pé de uma mulher era uma questão importantíssima. Que tinha de
ser macio, delicado, com as unhas bem cuidadas e ter um formato pequenino e
harmonioso. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Diante de tantas qualificações, lembrei que também tinha um par e baixei
o olhar em sua direção. A cada qualidade descrita, eu riscava mais um item na
minha lista de conferência mental. Afinal, os meus eram grosseiros, cheio de
cicatrizes, as unhas estavam compridas demais e o dedão estava com o “chaboque”
arrancado. E para cravar minha desgraça, eram grandes e os dedos, muito separados.
Calçada com um chinelinho, concluí que aquele pé era tão desengonçado quanto um
pé de pato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Mas o discurso da mamãe não parou por aí, até porque ela aproveitou o
ensejo para repreender outras falhas da minha personalidade antifeminina. Falou
que uma mulher tinha de ser delicada, não poderia viver correndo pela rua. Não
poderia ficar falando alto, andar com os cabelos desgrenhados... Ah! E
principalmente: ser prendada, cuidadosa com suas coisinhas, gostar de arrumar a
casa e deixar tudo limpo e organizado. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Enfim, a cada segundo fui me dando conta de quão desleixada eu era. E as
coisas começaram a fazer sentido, pois lembrei que na escola os coleguinhas me
chamavam de “Luciana, cabelo que não penteia!” (os fios tinham vida própria,
acho que descendia da Medusa). Os meninos não me tratavam com gentilezas nem
galanteios, mas azucrinavam a minha paciência (embora deva admitir que soubesse
me defender muito bem!). E por onde passava só se ouvia a minha voz exagerada e
estridente.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">De início isso me preocupou bastante. Esqueci que era criança e fui
tentar me adequar àquilo que o mundo esperava de mim. Quando as meninas
chamavam para brincar, recusava, por estar ocupada demais ensaiando os passos
que me levariam a ser uma garota delicada. E quando pensava em desistir, olhava
para o pé de pato.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Passei quase uma semana envolvida nesse empreendimento tão sério.
Colocava os pezinhos de molho para refinar a pele grosseira que os revestia.
Arrumei uns pedaços de babosa e apliquei diariamente nos fios para domá-los. Afanei
umas poções de cremes para aplicar nas faces antes de dormir. E disciplinei-me
a arrumar o quarto como toda jovem prendada faz.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">A mudança logo operou resultados e os comentários de aprovação se
multiplicaram. Até na escola fui elogiada e os garotos passaram a me olhar
diferente. Tudo parecia perfeito, mas logo fiquei impaciente e enfadada com
todo aquele trabalho diário só pra ser mulher! Não demorei a chutar o balde e
mandar tudo pras cucuias.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Voltei ao gênio indomável de sempre. E permaneci assim durante toda a
adolescência e boa parte da vida adulta. Perto dos 30 anos, nunca havia
permitido que um alicate se aproximasse dos meus dedinhos, embora fosse filha e
irmã de manicure. Já em tempos de escova progressiva, ostentava uma cabeleira
volumosa e rebelde, de fios virgens de químicas ou tinturas. A maquiagem foi
incorporada tardiamente e por razões meramente profissionais, mas a falta de
habilidade não permitia exceder ao básico. A sobrancelha era cheia de falhas e
uma tentativa mal sucedida de corrigi-la por conta própria quase me deixou sem
ela. Também tinha medo de tesoura e fazer a unha, para mim, consistia
basicamente em roer os dedos até transformá-los em cotocos disformes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Na verdade tinha outras prioridades e estava ocupada demais em correr
atrás dos meus sonhos materiais. Precisei lutar pela sobrevivência desde cedo.
Queria um emprego fixo, uma casa para morar. Então com tantas prioridades mais
urgentes, todo esse arsenal de cuidados parecia um dispêndio fútil e
desnecessário. Em bom português: Frescura! Algo que não podia e tampouco estava
disposta a pagar.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Talvez tardiamente para alguns (para mim, foi a hora certa), finalmente
chegou o momento de fazer o <i>debut</i> na
feminilidade negligenciada. Depois de adquirir algum conforto material e
estabilidade profissional, surgiu o desejo de me cuidar. Sem imposições, sem
pressões. Deu vontade e pronto! E começou com a depilação de buço. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Nunca quis me livrar do bigodinho porque achava que ele me conferia
força e personalidade. Mentira! Era relaxo mesmo. E embora tenha doído
horrores, senti-me tão mais leve sem aquele acessório peludo que deixei várias
outras sessões pagas. Meu lema era: bigode nunca mais!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Claro que não ficou só nisso. Aproveitando as maravilhas da tecnologia
capilar, entrei no salão como o Capitão Caverna e saí Cleópatra. Os cabelos
fartos e cacheados ficaram lisos. Muita gente a princípio estranhou, mas até
que gostei, sobretudo pela praticidade de levantar pela manhã sem precisar
passar por um ritual para tentar baixar aquela moita gigante! Eu que julgava o
salão de cabeleireiro uma futilidade que tornava a mulher uma eterna
dependente, percebi que na verdade já era refém daquele cabelo natural
horroroso.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
Tal qual Norma Jeane, descolori os fios e virei Marylin Monroe. Sucesso
absoluto! Além de ser ótimo para esconder os primeiros fios brancos.
Sobrancelha, manicure, maquiagem, tratamentos, <i>peelings</i>, massagens e tudo mais. Virou rotina! E finalmente
desabrochei a beleza lapidada. E o que é melhor: junto com a exuberância da
maturidade, já que “coincidiu” com o ingresso na gloriosa fase balzaquiana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Por considerar que tudo ocorreu no momento ideal, jamais me torturei com
o pensamento de que perdi tempo, que joguei a melhor fase da juventude fora e
blá blá blá! Como disse, antes tinha outras prioridades e só se fosse louca
para desperdiçar o dinheiro com que me mantinha em gastos com esmalte e
chapinha. Nem morta! Se hoje posso usufruir com tranquilidade esses momentos de
“frescurite” é porque tenho a segurança de que agora sim, está tudo no seu
“devido lugar". E graças a Deus não permiti que a inquietação de ser bela
e atraente estragasse minha infância com demonstrações precoces de vaidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Infelizmente, vejo que nem todas têm a mesma sorte (sim, me considero
sortuda!). E que a mídia e os padrões de educação modernos tem motivado
verdadeiras aberrações e mutilações infantis. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Essa semana estava no salão quando vi um casal entrar com três garotinhas.
A mãe de uma delas passou apenas para agendar um procedimento. Mas minha atenção
se voltou para as meninas. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Duas eram verdadeiros mini-protóticos de “periguetes”. Perdoem-me a
expressão grosseira, mas pela forma como essa “espécie” feminina vem sendo
exaltada e glamourizada pela mídia, até duvido que isso seja considerado uma
ofensa pela maioria. Vestiam o top do biquíni e um shortinho curto. Nada demais
se essas meninas realmente parecessem crianças. Mas o conjunto da obra refletia
uma imagem como se uma jovem dessas bem vaidosas e exibicionistas de repente
trocasse de corpo com uma criança de 8 anos e não conseguisse se desvencilhar
de seus hábitos, submetendo aquele corpo infantil a toda sorte de procedimentos
“embelezadores” (para mim, era horrível). Cabelos com penteados elaborados e
tingidos por tons e técnicas da moda: luzes e mechas! Maquiagem elaborada (não
entendi o porquê, já que iam tomar banho de piscina). Abdomens esticados e
contraídos (não duvido que fruto de uma preocupação precoce com dietas
restritivas). Muitas pulseiras, brincos grandes, penduricalhos nos cabelos... Um
jeito de falar bem peculiar - parecia que cada sílaba era impulsionada pelo
mascar de um chiclete. E os assuntos: esmaltes, retoques de raiz (???!!!!!),
marquinha de biquíni.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">No meio daqueles dois seres estranhos, percebi uma garotinha da mesma
faixa etária. Tímida, espremida pela “exuberância” das outras. Vestida com um
maiô rosa estampado com motivos infantis; uma bermuda meio gasta; o cabelo
enrolado de qualquer jeito e preso no alto da cabeça com uma presilha plástica;
um par de óculos de grau; um pouco rechonchuda... Não deu um pio e quase nem se
mexeu. Ninguém no salão lhe deu bola. Estavam todos ocupados em admirar e
conversar com as Barbies ambulantes. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Direcionei minha atenção para ela. Invisível, ensaiou alguns passos.
Olhou um espelho, ajeitou os óculos que estavam tortos. Mexeu nas prateleiras,
pegou um frasco e – maravilha das maravilhas! – leu o rótulo do produto.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Meu desejo era levantar, abraçá-la com carinho e dizer que continuasse
assim. Mas levando em conta as circunstâncias e o ambiente, limitei-me a fazer
uma prece silenciosa, pedindo a Deus que fortalecesse aquela criança e que ela
jamais sucumbisse aos apelos dessa sociedade trivial. Que ela fizesse o que
gostasse, que aproveitasse com fervor a infância, que estudasse bastante,
tirasse boas notas, ignorasse a implicância dos garotos... E que ela, por hora,
se contentasse em ser apenas... LINDA! Que é exatamente o que toda CRIANÇA é!
Naturalmente linda, sem artifícios nem maquiagem. A beleza incomparável da
infância, que nem todos os salões do mundo juntos são capazes de reproduzir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ela foi embora, mas minha prece permanece repetida como um mantra.
Talvez nem seja ela quem precise destas orações. Muito provavelmente quem
necessite urgentemente de preces e de proteção sejam as outras duas meninas e
suas réplicas espalhadas pelo mundo. São elas que estão tendo não apenas a
aparência, mas principalmente, a infância vilipendiada e destruída por valores
e questões absolutamente inapropriadas para sua idade. Isso ninguém jamais
poderá lhes restituir. Está perdido para sempre!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-11622894461477653332013-09-12T13:41:00.000-07:002013-09-12T13:41:05.533-07:00Minha mãe é uma bruxa!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBFBbvNun9lKfRaXlvxGX9DudiFJNWZR5VnD5Fy39n-UdCirLmwx-GOaA3A72iV-DvnGPIASCBqwMiWJrfZFZAlWxIP05sPKfKMG6kyBcd0PlnV_sJXzU7XW8BBXlzjWTWlSILhA1VNTmF/s1600/M%C3%A3e+Bruxa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="242" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhBFBbvNun9lKfRaXlvxGX9DudiFJNWZR5VnD5Fy39n-UdCirLmwx-GOaA3A72iV-DvnGPIASCBqwMiWJrfZFZAlWxIP05sPKfKMG6kyBcd0PlnV_sJXzU7XW8BBXlzjWTWlSILhA1VNTmF/s320/M%C3%A3e+Bruxa.jpg" width="320" /></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Toda mulher sabe (embora não admita) e todo homem (casado) já aprendeu a
duras penas: existem coisas que só podem ser ditas por nós, exemplares
femininos da espécie. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ditos, estes, num monólogo exagerado, assistido por uma plateia (marido)
tensa, preocupada em disfarçar qualquer expressão facial que denote censura,
choque, discordância ou mesmo a anuência. Pois até essa última, aparentemente
tão propícia às interpretações positivas, pode ser uma perigosa armadilha
diante de uma fêmea com o olhar treinado e o ouvido bem atento. Sabe aquela
conversa de sexto sentido? Bobagem! É apenas o saldo de uma leve dose de paranoia
acrescida aos cinco convencionais.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Dentre essas “declarações perigosas”, podemos citar alguns clássicos:
“Nossa, como estou gorda!”, ou ainda, “A nossa vizinha está linda, com um
corpão maravilhoso!”. São exemplos de frases inocentes com alto potencial de
destruição. Nesses casos, homens inexperientes, acreditem: se você ainda não
domina a refinada arte da dissimulação, é melhor manter-se da forma mais neutra
possível. A não ser que desejem uma temporada de noites mal dormidas no sofá.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Mas nenhuma destas expressões delicadas é capaz de sobrepujar, em nível
de risco, ao desabafo irado de uma mulher que chuta o balde do quarto
mandamento e reclama com todas as letras: “Minha mãe é uma bruxa!”.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Nestes instantes temperados por forte emoção e seguidos de profunda
culpa, nós, filhas, arrancamos das entranhas do nosso subconsciente toda a rivalidade,
competição, inveja e ciúme que, sozinhos, já são difíceis de assumir que
carregamos em nossa bagagem psíquica. Imagine, então, quando o alvo de tudo
isso é a nossa santa mãezinha. Haja autoflagelação para expiar tanta maldade!
Afinal, trata-se um comportamento socialmente, religiosamente e moralmente
repreensível. Praticamente uma senha vip para o inferno!<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">No entanto, o motivo que me levou a escrever não é nenhuma síndrome
pseudoterapeuta, repleta de teorias presunçosas e psicologia de boteco. Mas a
necessidade de compartilhar a experiência não apenas da minha história, mas
também de outra pessoa muito importante para mim. A causa de tantos dilemas
existenciais e dos gastos com analista (quiçá, da razão da existência dessa
profissão): minha mãe, atualmente uma mulher na fase crítica dos 60 anos em que
me inquieta não apenas a sua autonomia e integridade física. Egoisticamente
falando, temo também pelo MEU estado psicológico em virtude das transformações
comportamentais típicas da senilidade, quando se multiplicam as manias, os
resmungos e as inconstâncias emocionais. Se agora já é difícil honrar com
paciência e tolerância o mandamento filial, imagine, então, quando ela estiver
no auge da impertinência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Na verdade tive problemas com minha mãe desde que NÃO me entendo por
gente. Explico: apesar de conscientemente não recordar patavina dos meus
primeiros dias de vida, ela lembra muito bem, o que me conferiu uma lembrança
por associação. Segundo a matriarca, fui a única da prole a recusar o seio
acolhedor logo na primeira tentativa de amamentação. E nem sua zelosa
insistência foi o bastante para convencer a beneficiar-me das maravilhas do
leite materno. Dez dias depois, a guerreira desistiu da empreitada. Quanto a
mim, ganhei uma imunidade baixa e doenças que quase me arrancaram do seio
familiar antes de completar o primeiro ano de vida.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Talvez essa rejeição preconizasse as dificuldades e conflitos que
enfrentaríamos logo na infância. Não sei. O fato é que desde cedo nós duas não
nos demos bem. E tamanha era a nossa semelhança de temperamento, que a dimensão
gigantesca da similaridade nos cegava e só permitia enxergar defeitos mútuos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Claro que levando em consideração fatores como maturidade, experiência e
“hierarquia sociofamiliar”, eu saía perdendo. Mamãe era mais velha, mais
experiente e era A MÃE. Ponto final! Cabia-me apenas obedecer e concordar
pacificamente com suas ordens e opiniões, sem questionamentos nem respostas
atrevidas.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ah! Mas quem disse que a vida é simples assim? Nunca fui capaz de ficar
calada. Sempre analisei, questionei e relativizei todas as suas declarações. E
minha mãe, saída de um modelo familiar de perfeita submissão filial, jamais foi
capaz de aceitar que eu representava o papel de filha de uma maneira bem
diferente do que ela representou. E sem saber COMO lidar com a situação,
recorreu ao caminho da repressão e da censura. O que, por sua vez, atiçou as
tensões, alimentando em ambas um estado frequente de combate e autodefesa.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Quando ela dizia algo, o tom expressava provocação (ou pelo menos era
assim que soava aos meus ouvidos), e sabe-se lá por qual razão, me cabia a
“missão” de responder de forma antagônica. E vice-versa. Praticamente um jogo
de gato e rato, com as duas atentas ao que cada uma iria falar ou fazer. Uma
tensão constante.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Alguns desses embates eram tão ridículos que às vezes ficava difícil
determinar quem era a mãe e quem era a filha. O nível intelectual da discussão
beirava o marco zero. Uma delas ocorreu quando eu tinha uns oito anos. O
motivo? A letra da música “Tristeza Danada”, de Agnaldo Timóteo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Um dos vizinhos adorava ouvir a canção e com a repetição, aprendi a
letra. Ou não, já que na visão crítica da mamãe uma vogal fazia toda a diferença.
E enquanto cantarolava feliz e despreocupada a última parte da música – “Vem
PARA ficar comigo” – ela, impiedosa, interrompeu-me para dizer que não se dizia
PARA, quando o correto seria a forma sincopada PRA.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Bobagem, diria você. Acontece que o tal tom provocativo que aprendi a
ouvir soou como um aviso PRA voltar ao ringue. E o romantismo e doçura da letra
foram para as cucuias diante da discussão, que o que tinha de banal, tinha de
acirrada. Eu, da forma mais inconsequente e BURRA possível, continuei
insistindo em cantar a letra do meu jeito. Em alto e bom som. E ela não se
conteve, passando a criticar e repetir agressiva e debochadamente a forma
ridícula como eu pronunciava a conjunção da discórdia. Não demorou muito até
que o título da música se tornasse realidade. Depois de levar uns tabefes,
terminei meu dia numa “Tristeza Danada”...<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Acontecimentos desse tipo foram, aos poucos, construindo em torno dela
uma imagem de BRUXA. E o antagonismo que se instaurou entre nós me fez crer que
éramos duas personalidades completamente opostas, sem qualquer afinidade.
Nossos gostos, preferencias, objetivos, visões e ideologias diferiam por
completo, onde, a mim, cabia o lado BOM da história. Enquanto eu era a mocinha,
ela era a bandida. Só depois de muitos anos fui capaz de admitir que todas as
nossas diferenças residiam no fato de que éramos muito mais parecidas do que
imaginávamos. Duas bicudas a se bicar com força.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Contudo, chegou o dia em que me dispus a enxergar mamãe com outros
olhos. No instante em que o próprio amadurecimento, forjado pelas provas de
fogo da vida, tornou meu ouvido menos crítico ante suas costumeiras queixas e
lamentações. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">O sentimento de empatia despertou naturalmente quando me identifiquei
com situações vividas por ela. Quando fui capaz de compreender que muito
daquilo que julgava como um comportamento inexplicavelmente agressivo e amargo,
era fruto de experiências traumáticas de uma dificuldade bem superior às
provações que eu já havia passado e que costumava supervalorizar de tal maneira
que praticamente justificavam todas as MINHAS lamentações. Enquanto EU era a
mártir incompreendida, mamãe era a ALGOZ cruel.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Foi assim por muito tempo. Até que um dia, bem recentemente, deitada
numa rede enquanto ela me observava sentada numa cadeira velha, ouvi uma
história tão dramática que no primeiro momento me pareceu surreal. Era difícil
aceitar que minha mãe havia protagonizado um roteiro de novela mexicana <i>à la</i> “Maria do Bairro”. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Talvez essa recusa nascesse da culpa em admitir a injustiça pela minha
frequente intolerância. Mas esse foi um momento muito importante, pois a partir
de então passei a enxergá-la não como o modelo de heroína perfeita que minhas
expectativas irreais (e cruéis) impuseram. Longe disso. Assim como eu, você e
qualquer outro, mamãe é um ser humano. Uma mulher, com uma história sofrida,
cheia de altos e baixos. E tal conclusão, que dita assim, de forma tão simples,
faz parecer algo escandalosamente óbvio, foi, na prática, bem mais difícil de
constatar. Porque enchemos o mundo e as pessoas que nos rodeiam de expectativas
absurdas. E como diria Madre Teresa de Calcutá, quem julga as pessoas não tem
tempo de amá-las.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Não vou dividir com vocês os pormenores de tal sofrimento. Mas faço
questão de compartilhar a mudança que isso projetou em nossa relação. Afinal,
foi uma experiência de mão dupla: eu me dispus a ouvi-la, mas ela se dispôs
primeiro a me contar. Escolheu-me para abrir seu coração. E certamente o fez porque
foi capaz de enxergar, com o típico olhar materno de raio-x, que eu já havia me
tornado uma MULHER, madura o bastante para compreender que a vida não é uma
fórmula mágica e que as pessoas não vem ao mundo nem entram em nossas vidas com
rótulos que definem com perfeição aquilo que são e o que deveriam ser. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Ela, afinal de contas, é a mãe que precisamente mereço, necessito e
tenho! Ponto final! Sou um pedaço dela, e ela está em cada pedaço de mim. <o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Talvez seja cedo para dizer que nossa relação tenha alcançado o Nirvana,
mas já deu bons passos adiante. Bom PRA nós duas - síndromes do espelho uma da
outra - que finalmente passamos a nos gostar e, por consequência, a admirar o
reflexo que no fundo debochava da ironia que residia em toda aquela rivalidade.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman, serif;">Beijocas!</span></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-9058287837141380472013-06-18T10:43:00.001-07:002013-06-18T10:44:18.171-07:00Eu vou te dizer para que serve um protesto!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPSWalpyVnxOzb8VZH7uLQ_E0Cplk1mAneJZLLa524xLiXvjooaBOH-G50N4MA_vbblpiO1udETTYFLozYIUr1vKW6IZcYN2SQmpO5R1BnQSXmKGDOvX_Yh8ewkEoAI1JujMpozOGu4L3L/s1600/Nova_Ordem_Nacional.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjPSWalpyVnxOzb8VZH7uLQ_E0Cplk1mAneJZLLa524xLiXvjooaBOH-G50N4MA_vbblpiO1udETTYFLozYIUr1vKW6IZcYN2SQmpO5R1BnQSXmKGDOvX_Yh8ewkEoAI1JujMpozOGu4L3L/s320/Nova_Ordem_Nacional.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Ontem à noite, fiquei arrepiada com a resposta
que uma filha, simpatizante do movimento pelo passe livre, deu à sua mãe
através do Facebook.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A mãe da jovem, que havia militado no movimento
Feminista durante quase toda vida, hoje está “<i>em casa, guardada por Deus,
contando o vil metal</i>!”. Resultado, talvez, de certo cansaço físico e emocional
imposto pela idade e, sobretudo, por uma incômoda sensação de que seus esforços
possam ter sido inúteis. Afinal, a violência contra a mulher atinge marcas cada
vez mais alarmantes e a desigualdade de gênero ainda impera em nosso país.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A versão “madura” daquela mulher, que outrora lutou
nas fileiras dos protestos dos anos 70 e 80, postou em sua rede social um
contundente “sermão” contra os vândalos que estavam poluindo o meio-ambiente
através da queima de pneus nas avenidas da metrópole.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A filha, indignada, respondeu o post com um misto
de surpresa e revolta, afirmando desconhecer a própria mãe e enumerando sólidos
argumentos que explicitavam não apenas a pequenez do gesto diante do arsenal de
poluentes que são diariamente lançados no planeta pelas empresas, com a adesão
e conivência do governo, como também todas as razões, muito mais abrangentes e
profundas, que levaram àquela massa a empreender tamanho protesto.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Não enxerguei ali um desrespeito ou desamor filial.
Muito pelo contrário. Vi, sim, a mais bela demonstração de reverência que uma
filha poderia dar à sua mãe. Pois aquela jovem rebelde estava repetindo
a cena que um dia sua genitora protagonizou, e demonstrando a firmeza de caráter
moldado pelos princípios que certamente recebeu no seio doméstico. Uma educação
que foi muito além da visão estreita e egoísta de uma sociedade cada vez mais
individualista. Uma educação que mostrou através do EXEMPLO que a indignação
deve sempre se sobrepor ao conformismo, e que a visão crítica deve prevalecer.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Pois é. Essa mãe hoje, talvez vítima de uma miopia que com o tempo se instaura nos mais bem intencionados olhos e, me
arrisco a afirmar, com os instintos protetores maternos falando muito mais alto
(<i>o que é absolutamente compreensível</i>), deveras desejava proteger sua cria e
convencê-la, através de contradições, a sair do meio do olho do furacão. E que
bom que isso soe contraditório para a moça! Que bom que ela diga “não te
conheço!”! Sinal de que sua mãe demonstrou, na maior parte da vida, que era
coerente com seus princípios e seu comportamento. E sua filha absorveu de tal
forma essa realidade que se achou no direito de indignar-se e questionar aquele
absurdo “lapso” temporário materno.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Essa mãe, ainda que aparentemente descrente em relação
à própria fé, não falhou!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Mesmo que boa parte dessa geração que um dia brigou
contra a ditadura, contra o capitalismo, contra a burguesia, tenha aos poucos
sucumbido ao poder, ao dinheiro ou simplesmente ao conforto, ainda assim,
deixou o seu legado!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
O mínimo que se tenha obtido dessas lutas, o pouco
que seja, É ALGUMA COISA!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
A reprodução espontânea da rebeldia e do clamor
generalizado, É ALGUMA COISA!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Ruim mesmo é o NADA! A INÉRCIA! O CONFORMISMO! A
COVARDIA!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Só se aprende a fazer algo, FAZENDO!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Essa mãe recebeu da filha a mesma lição que
um dia ensinou. É a mágica da vida, o feitiço do tempo se manifestando de forma
sublime.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Eu sei que se hoje tenho o direito de escrever esse
blog, de desfrutar alguma liberdade ou, no mínimo de poder manifestar a minha
indignação quando ela é cerceada, devo em parte a essa mãe, que no passado brigou
pelos direitos que agora usufruo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Certamente me incomoda um pouco ver a guerreira
mudar o seu discurso. Mas isso não será suficiente para deixar de acreditar em
pessoas que lutaram como ela e muito menos na causa que defenderam. Até porque,
tenho plena convicção que embora um pouco constrangida pelo “sermão” da filha, no fundo, no fundo, ela sente orgulho da
nobreza de sua criação!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Vamos à luta, cunhãs!<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-46505420873310111382013-05-08T12:16:00.000-07:002013-05-08T12:25:43.291-07:00Manifesto em prol de Bia Figueiredo - Diva da Velocidade<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNUMayeaBhDb6tcPbQXNYTPKyoGbyR-poFjpK3zT4eW4ihK_0dN_ntjHeomtOt3O0lS8oTDPgquGJ8qumACjpL2-WwZh-pC46zixN4JwUGunEfK7vXrUVSbab-FJbPChpxU5OHixJ2Ae4/s1600/05mai2013---carro-da-brasileira-bia-figueiredo-e-rebocado-apos-problemas-tecnicos-que-a-tiraram-da-corrida-1367772747180_1920x1080+(1).jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="180" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhkNUMayeaBhDb6tcPbQXNYTPKyoGbyR-poFjpK3zT4eW4ihK_0dN_ntjHeomtOt3O0lS8oTDPgquGJ8qumACjpL2-WwZh-pC46zixN4JwUGunEfK7vXrUVSbab-FJbPChpxU5OHixJ2Ae4/s320/05mai2013---carro-da-brasileira-bia-figueiredo-e-rebocado-apos-problemas-tecnicos-que-a-tiraram-da-corrida-1367772747180_1920x1080+(1).jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Tadinha da cunhã...</td></tr>
</tbody></table>
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;"><br /></span>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Incrível o que nós, <b>Feministas de Arake</b>, orgulho da nossa espécie, somos obrigadas a aguentar!</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Depois de uma manhã de trabalho extra em pleno domingo, fui gentilmente convidada pelo meu amor para um almoço. Ele, muito bem vestido, vindo de um compromisso, e eu de short e camiseta.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Chegamos ao restaurante e o povo olhou e pensou: lá vai o executivo com sua amante do intervalo das refeições. Claro que aproveitei o ensejo para embarcar no clima de pura sedução e chamei-o para ir ao espaço reservado, atiçando a curiosidade e gerando especulação.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">No reservado, o garçom liga a TV no único canal que estava pegando e que naquele instante transmitia a Fórmula Indy. Que eca!</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Mas meu desgosto logo deu lugar à empolgação quando percebi que em um dos veículos abertos, que traziam os pilotos na volta de apresentação, havia uma mulher de macacão amarelo, ao lado daquele que parecia ser seu colega de equipe.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Entusiasmada, mostrei a moça para meu marido que, com seu peculiar tino estraga-prazer, me disse que ela era apenas uma mulher qualquer, namorada do piloto.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Revoltada, respondi que isso era impossível, já que pela leitura labial e gesticular constatei que a bonita era uma profissional que discutia tecnicamente os detalhes do circuito com o companheiro. Se fosse namorada estaria com um sorriso de orelha a orelha, dando tchau de miss pra multidão, conversando com o amado apenas para falar sobre o novo corte de cabelo da Victoria Beckham (e o quanto isso iria custá-lo), e dirigindo olhares furtivos para o circuito no intuito de identificar as curvas perigosas onde seu namorado poderia morrer estatelado abrindo caminho para que ela ficasse famosa e rica como a viúva que escreveu um livro sobre os 17 dias em que passou ao lado de um grande herói das pistas.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Não demorou muito para que meu refinado senso de observação fosse atestado, pois o locutor começou a falar sobre a única corredora a disputar a prova entre o macharal: Bia Figueiredo.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Lógico que a essa altura eu já estava com o IPod na mão pesquisando tudo sobre a carreira da cunhã antes que alguém sonhasse em tentar desmerecer a minha lindinha, e repeti, orgulhosa, os feitos que marcaram seu nome no cenário automobilístico internacional</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Felicíssima, assisti a largada, ainda que a Bia não estivesse lá numa posição tão privilegiada. Por mim, estava satisfeita só por ela sair à frente dum monte de caras. E fiquei na torcida, gritando: “Me dá um B, me dá um I, me dá um A”, enquanto pensava seriamente em tatuar o nome dela em hebraico na minha nuca, até que, na primeira volta... o carro quebrou!</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Lá vão parar tudo para dar início à relargada enquanto rebocavam o carro da pista. Claro que neste contexto o almoço do meu esposo estava saborosíssimo, temperado pelo doce sabor do triunfo. Por isso, só tenho uma coisa a dizer em defesa da minha diva da velocidade:</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Cambada de mecânico frustrado, parem de sabotar o carro da Biazinha, porque nem que o carro quebre mil vezes, vocês nunca ocuparão a vaga de piloto dela. Se conformem em ficar aí sujando os dedos de graxa e vestindo macacão de segunda categoria e pelo menos façam o serviço de vocês direito. Por causa da incompetência de vocês tive de ouvir duas horas de piadas sem graça sobre os tipos de máquinas que as mulheres estão aptas a pilotar - fogão de no máximo 2 bocas, lavadora semiautomática que não tenha muitos botões para programação e etc.</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<br style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;" /></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Mas independente do resultado TEMPORÁRIO desfavorável, estou contigo e não abro, Bia Figueiredo. Sei que a essa altura você está belíssima curtindo a sua fossa numa cobertura de luxo, tomando um Dri-Martini enquanto seu namorado modelo de 22 anos lhe faz uma massagem repetindo o quanto você é maravilhosa e lembrando que na segunda vence o pagamento da mensalidade da Escola de atores em que ele está inscrito, enquanto esses machistas despeitados dirigem um carro popular 1.0 financiado em 72 meses.</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;"><br /></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;">Beijo, linda, sou sua fã! *-*</span></div>
<br />
<div style="text-align: justify;">
<span style="background-color: white; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 22px;"><br /></span></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-32109927950424031602013-01-28T03:31:00.003-08:002013-01-28T03:34:33.634-08:00Uma Sorte de Zica!<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju8N05l1t4JBlBjtn6-Vgr6-HfKhLcfhhJa54-kZWvCCrddaRjx8173Xfys6DxlQPvscthMN3xX-RbqYvJXgLZCtZwzzwqUjAZGg2XHjLD1kL0HjNwVFbntfR6oMEcmy41xin_0gfXYGI/s400/irm%C3%A3s.bmp" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEju8N05l1t4JBlBjtn6-Vgr6-HfKhLcfhhJa54-kZWvCCrddaRjx8173Xfys6DxlQPvscthMN3xX-RbqYvJXgLZCtZwzzwqUjAZGg2XHjLD1kL0HjNwVFbntfR6oMEcmy41xin_0gfXYGI/s400/irm%C3%A3s.bmp" /></a></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">A minha rebeldia nata tem explicação. Numa família de quatro
irmãos, eu tinha uma irmã mais velha e dois irmãos mais novos. <strong>Péssima
localização</strong>! Os mimos dos caçulas não me eram destinados e a supremacia da
maturidade não ocorria primeiro pra mim. Quando as pessoas viam meus irmãos
pequenos, diziam: “<strong>Que fofinhos</strong>!” Quando viam minha irmã mais velha: “<strong>Que
mulherão</strong>!”. E eu lá, com cara de pêssego, mendigando migalhas de atenção. Além
de sofrer horrores com a pentelhice dos pestinhas e a opressão da autoritária
bruxa má.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Quando finalmente a girafa saiu de casa, eu pude vislumbrar
um horizonte de possibilidades. Agora EU era a mais velha, estava na
pré-adolescência e logo iria brilhar mandando e desmandado nos fedelhos (<em>a
serem imediatamente convertidos em escravos</em>), e atrair os olhares de admiração
pelos novos contornos físicos que começavam a se delinear com a puberdade.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Quando tudo parecia conspirar para a minha felicidade eterna, eis
que surge uma <strong>penetra fora de hora</strong> pra estragar tudo. Minha mãe engravida na
casa dos 40 e já naquela fase do casamento em que não se sabe ao certo se é
“<strong>Namoro ou Amizade</strong>”. Mais improvável, impossível. Mas aconteceu! E eu
ingenuamente achei que isso iria contribuir para solidificar os meus planos
malignos de dominação, pois além de beldade nortista mantenedora de escravos,
teria ainda a credencial de “mãe-acessória” digna de respeito e consideração.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Balela! Mais uma vez a minha localização outrora tão
almejada, manifestou-se a meu desfavor. Ela veio da maternidade fofinha,
rosadinha e rechonchuda... Uma visão enternecedora até dar o primeiro berro! E
já na primeira noite me roubou horas de sono e infligiu torturas físicas
inimagináveis. Eu, que achava que iria reinar naquele lar, de repente me vi na
posição de pajem, abanando a noite inteira aquela coisinha gasguita e sua
(<em>nossa</em>) mãe exaurida pelo doloroso parto. E pensa que ficou só nisso? Foram
acalentos, banhos, doenças infantis, quedas, preocupações constantes e – Oh!
Terror! – fraldas pra lavar. Não é a toa que a alcunha que a mini-vilã recebeu
ainda bebê foi <strong>ZICA</strong>, para atestar o meu azar! Ô, ironia!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">As atenções que eu almejava se voltaram todas para a
usurpadora de afeto, que além de fofinha, era precoce e inteligente. Ciúme era
o tempero ácido, azedo, picante e carregado da minha vida infeliz. Meu pai, que
antes sensível a minha condição me elegeu sua preferida, de repente me esqueceu
e voltou todas as atenções para a nova garotinha do papai.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Motivos não me faltavam para detestá-la. E eu, que de boba
não tinha nada, tratei de botar minha viola no saco e buscar atenção noutra
freguesia. Lutei, trabalhei, batalhei até conquistar meus objetivos. Li,
estudei, pesquisei, viajei e reuni bagagem intelectual. Como mulher, atingi a
plenitude, desabrochando a beleza e o encanto da maturidade. E depois de
finalmente resolver as pendengas particulares, voltei meu olhar para aquela
criança e encontrei, vejam só, uma linda mulher!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Dialogando descobri outras maravilhas: ela já não berrava.
Pelo contrário, falava baixo. E pouco. Minha curiosidade fez extrair sua
personalidade a conta-gotas, num exercício de paciência e tolerância incomum
pra minha personalidade. Pensei: talvez seja amor! E quanto mais eu me envolvia
em sua vida, mais queria saber sobre seus projetos, me interessava pelo seu
futuro.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Em ocasiões de conflito, me vi defendendo seus interesses,
protegendo-a de situações difíceis da vida que embora eu tivesse vivido sem
ninguém pra me proteger, não queria que ela sofresse o mesmo. E então percebi
que até o ciúme tinha ido embora. <o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Na hora de um deslize, nada do discurso arrogante e da
empáfia típica de quem sabe mais. Mas sim, o desespero humilhante para tentar
convencê-la a fazer o melhor. E, pasmem, me descobri sendo, de fato, a irmã
mais velha. Não a figura opressiva, ditatorial e tirana criada por uma mente
infantil e maquiavélica. Pelo contrário, a própria encarnação do exemplar
maternalista, protetor e totalmente desequilibrado pela emoção de amar incondicionalmente
essa parte de mim, sangue do meu sangue, minha irmãzinha caçula e encantadora
que só precisou ser ela mesma pra se fazer amar. Plano melhor do que esse,
impossível realizar. Arquitetei triunfos e me dobrei pelo afeto. E sou feliz
por isso!<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span style="font-size: 12pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Irmã, hoje você faz aniversário. E agradeço a Deus por fazer
parte da minha vida. Não lhe peço perdão pelo meu comportamento passado por
dois motivos: primeiro, porque não tinha maturidade suficiente pra lidar com
isso; segundo, porque sou orgulhosa pra caramba! Mas aceite que hoje essa sua
irmã mais velha está aqui para o que der o vier, e por ti daria até a vida, se
necessário (pelo amor de Deus, não invente de testar). Agradeço a Deus que em
sua infinita sabedoria mandou para nossa família o presente cujo brilho só enxerguei
anos depois. E que este Deus bondoso abençoe sua jornada e te dê tudo de
maravilhoso que eu gostaria de te dar. Feliz Aniversário!</span> <o:p></o:p></span></span></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-81816069223099594732013-01-21T08:57:00.000-08:002013-01-22T06:26:45.864-08:00“Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!”<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://kdfrases.com/frases-imagens/frase-se-alguem-nota-e-sente-uma-grande-superioridade-intelectual-naquele-com-quem-fala-entao-conclui-schopenhauer-153901.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><span style="color: black;"><img border="0" height="150" src="http://kdfrases.com/frases-imagens/frase-se-alguem-nota-e-sente-uma-grande-superioridade-intelectual-naquele-com-quem-fala-entao-conclui-schopenhauer-153901.jpg" width="320" /></span></a></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"></span></span><span style="color: black;"> </span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Há poucos dias vi um “<strong>protesto</strong>” de um
desses alienígenas intelectuais revoltados pela malfadada sina de terem sido
expulsos de seu Éde</span></span></span><span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">n Cultural e nascido em meio a um reduto de seres inferiores
que torturam sua mente privilegiada com comentários idiotas e hábitos
desprezíveis.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Acreditava ser esse comportamento apenas
uma exclusividade de artistas de emissoras badaladas com egos inflados pela
aclamação midiática ou de gênios consagrados que perderam a paciência com as mesquinharias
exaustivamente expostas através dos meios de comunicação. Afinal, de um jeito
ou de outro, em ambos os casos, os “reclamantes” adquiriram tal direito, seja
pela ilusão de poder criada a partir da idolatria praticada ao seu redor (<em>no
caso dos “artistas globais”</em>), seja pela vasta contribuição que de fato deram à
cultura (<em>caso, mais justo por sinal, dos gênios consagrados</em>).<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Embora o bom senso e a empatia nos permita
compreender alguns acessos de rebeldia (<em>considerando o arsenal de futilidade
bombardeado pelos quatro cantos do mundo</em>), não raramente nos deparamos com verdadeiros
exemplares de arrogância e prepotência <strong>autointitulando-se a elite da cultura, o
suprasumo da intelectualidade</strong>, mártires do “<strong>Movimento Inquisidor em prol da
ignorância</strong>”.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Aquela atriz magricela <strong>Thaila Ayala</strong> protagonizou
um desses espetáculos de empáfia, numa entrevista à <strong>Revista Gloss (edição 47, Agosto 2011)</strong>, quando
comentou que o momento de transição em que o planeta está passando irá
favorecer a sua “<strong>espécie</strong>” superior, expurgando da face da Terra toda essa
plebe ignorante e deixando no planetinha azul apenas os “<strong>evoluidíssimos</strong>”, grupo
do qual ela se julga inserida. E que mal pode esperar por esse momento,
ainda que as previsões sagradas preconizem desgraças, cataclismas e morte.
Fazer o que, a moça é “evoluída”, né? Tem passaporte garantido para a primeira
classe no evento apocalíptico da hecatombe mundial.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Se o piti da “pseudo-atriz-modelo-namoradadopaulinhovilhena”
já é digno de pena (<em>pra dizer o mínimo</em>), o que dirá desses que nem sequer se
sabe de que canto saíram. De onde veio, para onde vai. Esses que lêem uma crônica
como “<strong>A Revolução dos Idiotas</strong>” de <strong>Nelson Rodrigues</strong> e não apenas se identificam como ainda se equiparam ao autor, chegando a derramar lágrimas de emoção por finalmente encontrarem
alguém que tenha tido o privilégio de acompanhar seu brilhante raciocínio incompreendido, compartilhando da dor de ter renunciado de seu lugar no Olimpo para vir a
Terra cumprir a dolorosa missão de fazer avançar os Chimpanzés que a povoam.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Concordo plenamente que presenciamos a
<strong>vulgarização e a banalização da informação</strong>. Que existem milhões de aspirantes à
fama cometendo exageros em todas as esferas e em todos os níveis imagináveis. Exageros
esses justificados por termos da moda, como o exerício do “Marketing Pessoal”,
da consolidação de um “Networking” e até do receio de serem vítimas do “anafalbetismo
digital” e excluídos dessa nova era de modernidade que requer a exarcebação da
exposição. Porém, entendo mais ainda que absolutamente <strong>ninguém seja obrigado a
se colocar como vítima indefesa dessa realidade</strong>, nem que precise
necessariamente ser avesso a todo e qualquer tipo de ferrramenta de
comunicação a fim de evitar ser "<strong>contaminado</strong>" pela sujeira das massas.</span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;"><span style="color: black;">Praticamente <strong>todas as redes sociais possuem
recursos de controle e personalização</strong> do conteúdo. Isso, é claro, <strong>se você
quiser cadastrar-se em uma</strong>. Não preciso comentar sobre novo líder do BBB, saber do último
bafão da briga da Galisteu ou conhecer de cor a letra do hit “Esse Cara sou Eu”
pra me sentir inserida nesse mundo. Sofrer preconceito por não saber o que
aconteceu com a Morena do Salve Jorge? Porque todo mundo sabe e eu não?
Sentir-me excluído, oprimido, defasado? Meu bem, você só sente isso SE VOCÊ
QUISER. Se não estar por dentro de nada disso REALMENTE SIGNIFICAR ALGUMA COISA
PRA VOCÊ. Ora, bolas, como posso me sentir excluído de um grupo do qual nunca
julguei fazer parte? Dane-se. Agora se isso de fato é um incômodo, acho que precisa
rever não o fato de considerar-se A VÍTIMA dessa sociedade vulgar, mas sim, se realmente
as <strong>suas convicções e sua “superioridade intelectual” são tão suas assim</strong>. Se seu
discurso de supremacia ariana não é, na verdade, <strong>DESPEITA</strong> por não estar sob os
holofotes da mesma fama que tanto critica.<o:p></o:p></span></span></span></div>
<span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;">
<span class="textexposedshow2"><span lang="PT" style="color: black; font-family: "Tahoma","sans-serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT; mso-hide: none;">Que cada um faça o seu caminho. Que cada um
expresse suas idéias. Que cada um exerça o direito de expor sua preferência ou
rejeição por A ou B. Mas que, sobretudo, antes de fazer isso, <strong>possamos ser
sinceros e autênticos com aquilo que sentimos, aquilo que fazemos e aquilo que
dizemos</strong>. Deve ser nesse sentido o nosso maior esforço: autoconhecimento. Porque
quando essa harmonia ocorrer já haverá maturidade suficiente para trilhar o
próprio caminho sem a necessidade de ridicularizar e humilhar pessoas
só para mascarar a debilidade da autoestima, ainda carente e desejosa do veneno que rejeita.</span></span><br />
<span style="font-family: Tahoma;"></span><br />
<span style="font-family: Tahoma;">* O título dessa postagem é uma frase de Arnaldo Jabor!</span></div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-57245619861993623352012-09-24T12:34:00.001-07:002012-09-25T08:58:24.309-07:00Descendo até o chão!!!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFFPdy3b3jjdSflbvfR6Xzy7lexPoq2yLKk_GUdRs1ovzHMCtRF31lXLVRBShAK8falhHyD24dd3W7fFP7MhJ30mcNsj86rD4JWNQki-gmdj7u23vX1lb3gKOpZurWRpmCuwHFRWS6ucHz/s1600/ValeskaPopozuda-600x400-200609-agnews%5B1%5D.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="213" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFFPdy3b3jjdSflbvfR6Xzy7lexPoq2yLKk_GUdRs1ovzHMCtRF31lXLVRBShAK8falhHyD24dd3W7fFP7MhJ30mcNsj86rD4JWNQki-gmdj7u23vX1lb3gKOpZurWRpmCuwHFRWS6ucHz/s320/ValeskaPopozuda-600x400-200609-agnews%5B1%5D.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Eis a nova musa do feminismo pós-moderno!</span></td></tr>
</tbody></table>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Boa tarde, meus amores!<o:p></o:p></span></span></b></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Hoje minha segundona começou um pouco diferente, pois neste final de
semana ocorreram<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> fatos pitorescos</b> e,
porque não dizer, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">chocantes</b>, que provocaram
uma reflexão profunda no meu inquieto ser <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pseudo-feminista</b>.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
<o:p><span style="font-family: Calibri;"> </span></o:p></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Minha vida, como a maioria já sabe, é uma montanha-russa de aventuras
sem fim. Meus gostos e preferencias tendem a variar com tanta frequência que já
me levaram até a concluir um autodiagnostico de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Bipolaridade</b> atestado pelo sábio <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Dr. Google</b>. Fazer o que, eu sou assim!<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Pois bem, a bola da vez são as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">experiências
gastronômicas</b>. A convivência no trabalho com uma cozinheira de mão cheia,
que vive nos mimando com purês e creminhos engordativos, acrescentou à minha
personalidade uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">visão mais simpática e
curiosa em relação à culinária</b>, outrora tão temida. E motivou meu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ingresso autodidata neste universo de
temperos, aromas e sabores</b>.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Como consequência, resolvi submeter meu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">corajoso marido</b> aos experimentos, até porque ele é o único que não
corre o risco de reclamar (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">na minha
frente</i>) dos resultados das minhas entusiasmadas e bem intencionadas
tentativas.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">As prévias demonstraram que – pasmem - <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">eu tenho certo talento</b>. E empolgada, mandei brasa no fogão
surpreendendo o meu amado com algumas iguarias.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">A peculiaridade da experiência despertou um pensamento tragicamente bem
humorado, quando comparei a diferença da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">época
de namoro e do casamento</b>. A distinção na forma de “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">surpreender</b>” o companheiro ficou evidente, já que na fase mais
apaixonada costuma-se impressionar com uma lingerie. Ousadia que no futuro é
substituída pela ideia de aguardá-lo com um prato saboroso e elaborado. Mas vá
lá, é tudo comida mesmo!<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">O devaneio cômico logo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">deu
lugar ao pânico</b> quando percebi que eu, uma feminista fajuta que adora usar
a desculpa da militância quando esta lhe convém, estava lá, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">com as mãos fedendo a alho e o pensamento
absorvido pela perspectiva de novas receitas</b>.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Culpada, corri para o quarto e retirei da gaveta um sutiã, no intuito
rebelde de queimá-lo, só para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">me redimir
perante a causa maculada</b>. Mas ao observar o detalhe da renda gripir, o
tecido acetinado e, principalmente, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ao
recordar o quanto custou</b>, a minha <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">porção capitalista acabou falando muito mais alto do que a feminista</b>. Envergonhada,
voltei a guardar a lingerie agradecendo aos céus por ninguém ter presenciado toda
aquela frescura.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Acontece que eu estava determinada a me penitenciar de qualquer forma.
E saí à procura de um manifesto da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Simone
de Beauvoir</b> ou coisa parecida, mesmo sabendo que a bonita na verdade <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">também era uma feminista do Paraguai</b> que alimentava
o sonho inconfesso de ser o tapetinho do amante americano.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Enfim, fuçando meus arquivos encontrei um artigo da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Revista Superinteressante</b> intitulado “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O Funk é Feminista</b>”, onde, basicamente,
a autora defende que as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">funkeiras</b>,
com suas letras picantes e suas coreografias libidinais, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">representam o novo feminismo</b>. E que rebolando até o chão e passando
o rodo geral elas estão, no fundo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dando
um exemplo de resistência à opressão e exigindo o prazer sexual</b>. A cereja
do bolo do texto ficou por conta do pretenso <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">rompimento dos padrões de beleza esquálidos defendidos pela mídia</b>.
Ah, vá! Como se os homens brasileiros detestassem aqueles popozões gigantes e
preferissem, na prática, as modelos magrelas de passarela.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Antes de me revoltar com a cunhã e encher o e-mail da revista com
comentários e reprovações eu pensei que, talvez, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ela tenha sido mais muito mais inteligente e astuta do que imaginei</b>.
Não, não estou dizendo que concordei com a maluquice. Mas veja bem, até então <b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><i style="mso-bidi-font-style: normal;">eu
nunca tinha sequer ouvido falar da racha</i></b>. E agora, depois da polêmica,
certamente seu passe bombou. Polêmica é bom e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sempre rende dividendos</b>, ainda que à custa de conceitos e métodos duvidosos.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">E ela não é a única. Na faculdade de jornalismo iniciei essa discussão
dentro do meu grupinho maligno, carinhosamente batizado de “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">As Cobras</b>”, composto de figuras tão
inteligentes quanto controversas, com estereótipos típicos: da loira gostosona
ao gay da periferia, passando pela balzaquiana sarcástica que adorava provocar.
Unimo-nos intensamente ao passo que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">éramos
odiados e incompreendidos</b> em nosso deleitante recolhimento. Praticamente um
reduto de gênios. E o grupo não passou incólume às especulações e, a nós, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">foram atribuídos comportamentos e opiniões</b>
que nem de longe representavam os assuntos que pautavam nossas discussões
hilárias, geralmente temperadas por temas maliciosos e confissões muito
particulares. Sabe como é, a magia do desconhecido. Como nenhum de nós tinha
vocação pra vítima, foi mais fácil nos atribuir uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">postura de algozes</b> e logo fomos acusados de que, em nossa reclusão,
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">disfarçávamos um empenho sádico de
reprimir e denegrir colegas</b> que, certamente enciumados diante do nosso ar
blasé, deram um jeito de, em sua delirante imaginação, fazer parte das nossas
conversas da forma mais pejorativa possível. Do dia pra noite nos transformaram
em nazistas, facistas e, pior ainda, praticantes de bullying da pior espécie.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Na maioria das vezes <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ríamos
muito dessas situações absurdas</b>. Mas como éramos acadêmicos de jornalismo e
estudávamos sobre o poder que as estórias fantasiosas (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">o popular FUXICO</i>) tem no processo de corrupção da verdade, também abrimos
espaço para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">uma conversa séria</b> sobre
os rumos surreais que as coisas estavam tomando, principalmente nas ocasiões em
que o caldo ameaçou entornar. E discutindo sobre todos os ângulos que podem
haver numa pretensa “VERDADE”, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">descambamos
para o terreno dos IDEAIS</b>.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Hoje, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">parece que levantar
bandeira virou moda</b>. Seja ela qual for e independente do fato de você
realmente acreditar ou vivenciar aquela ideologia. Parece que a graça mesmo é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">segurar o mastro</b> e se mostrar antenado
com as novas diretrizes politicamente corretas do mundo moderno. E, se
possível, jogar sua pitadinha no meio desse caldeirão.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Acho que foi mais ou menos isso que a autora do artigo quis fazer. Em
meio a um universo desgastado de discursos feministas, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ela trouxe à tona uma ótica totalmente diferente sobre o mesmo tema</b>.
Ou, quem sabe, simplesmente inventou algo para atiçar os ânimos e se
autopromover.<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Minha cara, não te julgo. Na verdade até invejo sua ousadia. No
terreno das ideias toda novidade que emerge tem sua contribuição, <strong>ainda que seja o de instigar o debate</strong> (<i>o
que, de fato, aconteceu</i>).<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">E em homenagem à sua controversa bandeira, vou até parar pra pensar no
proveito que posso <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">tirar dessa visão tão
“exótica” sobre o novo feminismo</b>. Quem sabe eu chegue à conclusão de que
devo mesmo é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">colocar um short minúsculo
e ficar balançando a bunda pra lá e pra cá, porque varrer casa é humilhante
demais</b>!<o:p></o:p></span></span></div>
<span style="color: black;">
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;">Boa semana pra vocês!<o:p></o:p></span></span></b></div>
<span style="color: black;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;">Beijos,<o:p></o:p></span></b></span>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-35897004325715462952012-09-15T10:12:00.004-07:002012-09-16T07:17:22.122-07:00Abarcando o mundo com as pernas!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-gMgZUEkySSs4NMs_1oj3yGC3FXKZEEFCgCEX8BsKDAqWF3j6aGJRe6oIdPuCvu3e1yEeWoUJVPIb61HfuQJB6qRbaMWAE3H8tdBcyiZmNcHF83snorYsPgPshysphSnimk_l5G_yBxgT/s1600/Imagem11-540x310.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: black;"><img border="0" height="183" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-gMgZUEkySSs4NMs_1oj3yGC3FXKZEEFCgCEX8BsKDAqWF3j6aGJRe6oIdPuCvu3e1yEeWoUJVPIb61HfuQJB6qRbaMWAE3H8tdBcyiZmNcHF83snorYsPgPshysphSnimk_l5G_yBxgT/s320/Imagem11-540x310.jpg" width="320" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Escrever um livro, ter um filho e plantar uma árvore... será que ainda é suficiente???</td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br />
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<b><span style="font-size: 13pt;">Olá, meus amados leitores!</span></b><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Eu sei que esta saudação efusiva pode
contrastar com a aparente indiferença demonstrada pela ausência de postagens.
Mas acreditem,<span class="apple-converted-space"> </span><b>tal ausência
foi sentida principalmente por eu mesma</b>, que tenho por este espaço um
carinho especial.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">O que ocorre é que as inúmeras obrigações
cotidianas impendiam novas atualizações e bloqueavam as inspirações. Era o
trabalho que consome além da conta, a pia cheia de louça que parecia dar cria
ao final de cada lavagem (<i>sim, eu lavo louça, pelo menos de vez em
quando</i>), a família que carecia de atenção, a saúde que reclamava
cuidados, as atividades religiosas necessárias ao bem-estar e, sob o pano de
fundo de tantas urgências, a<span class="apple-converted-space"> </span><b>lembrança
de um blog abandonado martelando na minha consciência</b><span class="apple-converted-space"> </span>já sobrecarregada por tantos fardos
mal administrados.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">E, para vocês verem como são as coisas,
foi justamente durante a resolução de uma dessas cobranças (<i>a louça suja</i>),
que o pensamento inspirador surgiu concatenado à angústia que me oprimia por
não poder fazer tudo o que gostaria e tão bem quando achava que deveria.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Enquanto lavava a louça, agradecia aos
deuses pela chance de distrair meus pensamentos da lembrança de uma bandeja de<span class="apple-converted-space"> </span><b>Chambinho, o queijinho do coração</b>,
que estava guardada na geladeira. Sim, meu bem, porque na minha infância (<i>época
de extrema pindaíba em que não havia Bolsa Escola para prover os caprichos de
uma criança chantagist</i>a), um dos meus sonhos de consumo era comer um<span class="apple-converted-space"> </span><b>Chambinho<span class="apple-converted-space"> </span></b>sozinha. A carência dessa iguaria
era tão sentida pelo meu pobre ser pequenino que quando era abençoada por tal
dádiva, eu<span class="apple-converted-space"> </span><b>degustava o
minúsculo potinho com um garfo</b>, para demorar mais para acabar. E escondida,
é claro. Não que fosse egoísta, muito pelo contrário: como irmã mais velha era
duro engolir alguma gostosura furtiva com a lembrança de dois irmãos menores
chatos e implicantes a cobrar-me as obrigações fraternas. Mas com o Chambinho a
coisa era diferente, tamanho o valor que tinha para mim.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">O que ocorre é que hoje - vejam só a
ironia - tenho de me controlar para<span class="apple-converted-space"> </span><b>não
atacar a bandeja inteira</b>, já que a<span class="apple-converted-space"> </span><b>menina
magricela deu lugar a uma mulher madura e bem fornida</b>, que sofre horrores
para perder peso. E a culpa por não querer dividir o Chambinho com as outras
criancinhas deu lugar à culpa pelo<span class="apple-converted-space"> </span><b>esforço
de resistir à tentação enquanto no mundo inteiro, tanta gente passa fome</b>.
Ou seja, o motivo mudou, mas a culpa ainda está lá, a comprimir a minha lombar
(<i>até rimou!</i>).<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Bom, agora que eu já protagonizei meu<span class="apple-converted-space"> </span><b>momento de divagação e delírio</b>,
vou entrar de vez no tema que é a<span class="apple-converted-space"> </span><b>ansiedade
do mundo moderno</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Há alguns anos, a sabedoria popular
afirmava que q<b>ualquer fulano seria feliz se completasse sua missão na Terra</b>,
sintetizada pela máxima: “<b>Plantar uma árvore, escrever
um livro e ter um filho</b>.”. Pois é. Mas hoje, diante de um<span class="apple-converted-space"> </span><b>mundo tão competitivo</b>,
abarrotado de ofertas, tentações, informações e cobranças acho que se eu<span class="apple-converted-space"> </span><b>ESCREVESSE UM FILHO, PLANTASSE UM
LIVRO E PARISSE UMA ÁRVORE</b>, ainda assim não seria suficiente. Parece que
não basta mais ser<span class="apple-converted-space"> </span><b>BOM</b>,
você tem que ser<span class="apple-converted-space"> </span><b><u>O MELHOR</u></b>!
Tarefa quase impossível diante de uma<span class="apple-converted-space"> </span><b>humanidade
que alcançou as estatísticas dos bilhões</b><span class="apple-converted-space"> </span>em
que quase todos<span class="apple-converted-space"> </span><b>também querem
ser “O MELHOR”</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">E aí? Quem é o Juiz? Quem decide essa
parada? Quem fiscaliza o páreo? Fica difícil saber. Estamos todos<span class="apple-converted-space"> </span><b>nadando perdidos num oceano de
variedades e diversidades</b>, como náufragos que precisam<span class="apple-converted-space"> </span><b>se manter desesperadamente na
superfície</b>, bem visíveis, ainda que demos<span class="apple-converted-space"> </span><b>braçadas
sem rumo e sem destino,</b><span class="apple-converted-space"> </span>sem
saber onde está a terra firme. E a<span class="apple-converted-space"> </span><b>profundidade
submersa</b><span class="apple-converted-space"> </span>nos parece por<span class="apple-converted-space"> </span><b>demais assustadora</b>, já que nos
vemos praticamente obrigados a estar onde todos estão: de preferência<span class="apple-converted-space"> </span><b>até acima dos demais</b>, nem que
seja preciso<span class="apple-converted-space"> </span><b>brotar asas no
lugar onde a natureza nos deu braços</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Para nós mulheres, premiadas por uma<span class="apple-converted-space"> </span><b>dose extra de ansiedade hormonal</b>,
essa angústia pode ser ainda mais devastadora. Porque saímos do<span class="apple-converted-space"> </span><b>casulo da mesmice e dos limites
sufocantes do passado</b>. Dos<span class="apple-converted-space"> </span><b>destinos
previsíveis de mães, esposas e donas-de-casa</b>, encontramos um<span class="apple-converted-space"> </span><b>universo de possibilidades</b>:
novos espaços, novas metas, novos caminhos a percorrer. Mas ainda<span class="apple-converted-space"> </span><b>nos encontramos presas às cobranças
culturais</b><span class="apple-converted-space"> </span>e ficamos
profundamente<span class="apple-converted-space"> </span><b>divididas diante
das novidades a usufruir</b><span class="apple-converted-space"> </span>e
descobrir no mercado de trabalho, na política, nas artes, nos esportes,<span class="apple-converted-space"> </span><b>enquanto os deveres “tradicionais”<span class="apple-converted-space"> </span></b>permanecem na nossa<span class="apple-converted-space"><b> </b></span><b>lista de prioridades</b>.
Nesse ínterim, muitas mulheres são massacradas pela<span class="apple-converted-space"> </span><b>ideia de serem excelentes
profissionais</b>, vencendo o machismo através de resultados espetaculares e
comportamentos irrepreensíveis, enquanto<span class="apple-converted-space"> </span><b>sofrem
com a dúvida diante da maternidade tardia ou mal exercida</b>. E de quebra,
ainda precisam manter-se sempre lindas, jovens e atraentes, prontas para o<span class="apple-converted-space"> </span><b>príncipe encantado que caiu do
cavalo branco bem em cima de uma Ferrari vermelha</b>.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Não que essas novas conquistas sejam uma
coisa ruim. Muito pelo contrário.<span class="apple-converted-space"> </span><b>São
justas e necessárias</b>. Mas o mundo moderno, tão corrido e inquieto,<span class="apple-converted-space"> </span><b>ao invés de nos proporcionar a
liberdade de escolha parece nos aprisionar num arsenal de novas obrigações</b>.
E na<span class="apple-converted-space"> </span><b>urgência de fazer tudo</b>,
de provar tudo, de experimentar tudo da forma mais profunda e satisfatória
possível, fica difícil dizer o que<span class="apple-converted-space"> </span><b>verdadeiramente
ESCOLHEMOS ou o que ESCOLHERAM PRA NÓS</b>! No final das contas pode ser que
estejamos apenas<span class="apple-converted-space"> </span><b>cumprindo
metas diferentes do passado</b>, mas ainda assim, cumprindo<span class="apple-converted-space"> </span><b>metas e padrões estabelecidos pelos
outros</b><span class="apple-converted-space"> </span>e não por nós mesmas.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">O que vale aqui é uma<span class="apple-converted-space"> </span><b>mensagem sincera de reflexã</b><b>o</b>, ao qual me comprometo (<i>de boa,
sem pressão</i>) a compartilhar. Antes de nos jogarmos diante de meta, de um
objetivo aparentemente essencial à felicidade e que represente a idealização de
uma vida plena e satisfatória, paremos um instante para pensar se<span class="apple-converted-space"> </span><b>realmente QUEREMOS aquilo</b><span class="apple-converted-space"> </span>ou se apenas<span class="apple-converted-space"> </span><b>projetamos mais uma peça desse
quebra-cabeça sem fim</b>. Pode ser que o que tanto almejemos como <b>satisfação</b> seja justamente a <b>causa da insatisfação</b>. Nada que não
surja do nosso <b>oceano de profundidade </b>pode
ser realmente completo. O que está na superfície é apenas uma minúscula parcela
da complexidade humana. E jamais conheceremos essa profundidade enquanto
continuarmos a procurá-la<span class="apple-converted-space"> </span><b>ACIMA
DA SUPERFÍCIE</b>. Concentremos, então, nossos esforços em<span class="apple-converted-space"> </span><b>mergulhar e conhecer nossos desejos
mais profundos e sinceros</b>, para depois comprarmos o ingresso do parque de
diversões e <b>gozar da vida aquilo que verdadeiramente nos fará felizes</b>,
mesmo que o brinquedo escolhido<span class="apple-converted-space"> </span><b>seja
o batido carrosel ou um brinquedo novo e nada convencional</b>. O que deve
estar em jogo é a<span class="apple-converted-space"> </span><b>SUA ESCOLHA</b>!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13pt;">Beijos,<o:p></o:p></span><br />
<span style="font-size: 13pt;"><br /></span></div>
</div>
Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-8993979500884018232012-05-26T15:14:00.002-07:002012-05-28T08:32:37.860-07:00Inguinoranssa, ti queru cumigo agóra!<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoUGgYhvNX8co8c1UplN74gXPz57qRpJmykDxYGPyY9yhD8LuO9QK4j_GrW5ciVF_QSEwi_THvNVV_8uuJSHXqdi1qBhhcJwlb0ZyeOcv1kzI30b-SyfWI0JwAatoOTVixwHjoUc7dUdN/s1600/ignor%C3%A2ncia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLoUGgYhvNX8co8c1UplN74gXPz57qRpJmykDxYGPyY9yhD8LuO9QK4j_GrW5ciVF_QSEwi_THvNVV_8uuJSHXqdi1qBhhcJwlb0ZyeOcv1kzI30b-SyfWI0JwAatoOTVixwHjoUc7dUdN/s320/ignor%C3%A2ncia.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><b>Seria mesmo a ignorância uma dádiva?</b></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Quem hoje conhece minha <b>figura agradável, carismática, crocante e modesta</b> certamente não
consegue acreditar que eu fui uma daquelas crianças curiosas e insuportáveis,
dotada de uma inquietação desgovernada que me fazia cobrir os adultos de
perguntas de todos os tipos: das mais <b>tolas
e pueris às mais capciosas e desconcertantes</b>.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Não que não desejasse ser bela, rica, adorada e bem
sucedida. É óbvio que como toda criança, <b>fantasiava
sonhos maravilhosos e destinos gloriosos</b> que com o tempo provaram ser, em
sua maioria, exagerados, inviáveis e até mesmo impossíveis. Afinal, quando o <b>Rick Martin</b> saiu do armário frustrou
completamente as minhas expectativas infantis de casamento.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
No entanto, todo esse universo de criança e suas
metas e facetas mirabolantes jamais sobrepujou o maior dos meus desejos: <b>conhecer e aprender</b>. Eu sempre quis
saber de tudo, entender tudo. Compreender a lógica das coisas, porque elas eram
“assim” e não “assado”. OK! Um desejo relativamente comum, diriam vocês, mas
que em mim ultrapassava todos os limites do “aceitável” e geravam situações, no
mínimo, desconfortáveis, como colocar o professor numa saia justa perante toda
a sala de aula ao levantar questionamentos que, aparentemente, objetivavam
atingir sua autoridade, quando na verdade tudo o que eu queria era que as
coisas fizessem total sentido pra mim.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Mas o tempo passou. E depois de ter vivido alguns
anos e de ter <b>esgotado muito a paciência
alheia</b>, cheguei num patamar da existência em que toda essa “bagagem”
cultural acumulada através da educação formal e do conhecimento empírico, me deixou
com um baita abacaxi nas mãos para descascar. Sim, porque percebi que o
conhecimento que busquei por toda a minha vida de forma tão obsessiva, e que sempre
idealizei como a <b>chave para a satisfação
e a felicidade plena</b>, na prática, <b>não
me livrou da tristeza e do sofrimento</b>.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Saber, por exemplo, que o <b>amor é uma reação química</b> orquestrada por substâncias de nome
difícil não diminuem a <b>dor de um coração
partido</b>; compreender que a <b>vida transcende
a matéria</b> e que o corpo é apenas um invólucro do princípio espiritual
eterno não impede o sentimento de <b>saudade de um
ente querido que se foi</b>; entender que relações abusivas só são
construídas <b>mediante nosso consentimento
e fraqueza</b>, não evitam que pessoas <b>manipuladoras e interesseiras ajam com ingratidão e crueldad</b>e; e ficar ciente de que a venda desenfreada de chips aliada à falta de estrutura da <b>OI </b>é o motivo
de não conseguir completar uma ligação não minimizam a raiva pelos desencontros
e prejuízos gerados pela falta de contato. Pelo contrário, aumentam a revolta
com esses e outros <b>escândalos patrocinados
por uma nação governada por corruptos e prevaricadores</b>!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
Pensar assim me fez sofrer a tal ponto que cheguei
a <b>almadiçoar o conhecimento</b>, a
lógica e a razão. Tudo que eu queria era ser um <b>espírito simples e ignorante</b>, tal qual um fã do Restart que se
satisfaz com músicas bobas e se deleita com roupas coloridas. Eles, sim,
pareciam felizes, em seu total desconhecimento de tudo aquilo que era realmente
“útil” e “importante”! E eu, que um dia tanto <b>almejei a sabedoria e a instrução</b>, pensei obsessivamente na idéia de
que, <b>quanto menos soubesse, menos
sofreria</b>. Mas é lógico que não dava pra voltar atrás. Não poderia
simplesmente “desaprender” tal qual uma máquina desprogramável. Sou um ser
humano e a <b>lobotomia</b>, pelo menos por
enquanto, parecia fora de questão.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
No entanto, uma reflexão profunda e sincera fez
perceber o tamanho do meu <b>egoísmo e da
minha covardia</b>. Viver nunca foi fácil, ninguém jamais disse que seria. Mas
viver pela metade seria muito pior: uma “sobrevida” autoboicotada, fugindo da
verdade enquanto tantos outros tem essa oportunidade negada pela falta de recursos
ou até mesmo por duras limitações físicas. E eu, gozando de saúde (<i>tirando uma dorzinha nas costas aqui e ali</i>),
com um cérebro perfeito e sentidos em pleno funcionamento, <b>sonhando com a ignorância</b>? Não, não é por aí. Não PODERIA ser por
aí, ou a existência humana na Terra nada significaria.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
E assim, <b>guiada
pelas minhas convicções e dando um generoso desconto na minha autopiedade</b>,
finalmente cheguei a conclusão de que o que vale mesmo não é o conhecimento em
si, <b>mas aquilo que se faz com ele</b>. E
que toda essa insatisfação e angústia representam, no fundo, o <b>preço por não ter sincronizado teoria e prática</b>.
Aprendi muito, porém fiz pouco. <b>Sobraram
neurônios e faltou força de vontade</b>!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
E agora que <b>também
sei disso</b> e acrescentei mais uma lição ao rol da sabedoria, espero não apenas
escrever outra <b>página vulgar no livro da
minha história</b>. Mas aproveitar, na prática, a valiosa oportunidade de fazer
diferente e construir, definitivamente, um novo modelo de vida. Palavra de
escoteiro!</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0.0001pt; text-align: justify;">
<b>Beijos da
Lulu!<o:p></o:p></b></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-7479827343259871532012-04-23T06:06:00.000-07:002012-04-25T04:57:50.656-07:00Eu tenho a FORÇA!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5vEQHNkZldTyVmfmnJ4DJl-gkXan5MkPAvTgfCZSC9FdzAPZUtbCbUj4fGa9C1Gbde_gvYDaxBWWzieQoc36IzOMctmsqbCEefTP0gyNDEZKsum06JO_QnUPqTIbeMDpgDm5Mjcl1rEQI/s1600/LEOA_B~1.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi5vEQHNkZldTyVmfmnJ4DJl-gkXan5MkPAvTgfCZSC9FdzAPZUtbCbUj4fGa9C1Gbde_gvYDaxBWWzieQoc36IzOMctmsqbCEefTP0gyNDEZKsum06JO_QnUPqTIbeMDpgDm5Mjcl1rEQI/s320/LEOA_B~1.JPG" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><strong><span style="color: black;">E aí, majestade, tá achando que é fácil? Então raspa a tua juba agora!</span></strong></td></tr>
<><><><><><><><><><><><><><><span style="color: black;">
</span></></tbody></table>
<span style="color: black;"><br /></span><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"></span></span><br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Falar
mal da programação da TV aberta é praticamente um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pleonasmo</b>! E um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pleonasmo
BEEEEEM vicioso</b>, pois ainda que a gente critique e reclame, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">continua a assistir</b>, como se não
houvesse nada de mais útil pra fazer. Afinal, como você acha que eu cheguei ao
tema do post de hoje? <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Lendo Dostoievski</b>
é que não foi, né, meu bem!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Mas entendam as minhas razões. Confinada aos limites sufocantes do
quarto e dividida entre um netbook chinfrim que trava à cada meia-hora, uns
gibis da Mônica dispostos na cabeceira e o controle remoto do lado, não me
resta muita opção. E por mais que eu fique completamente <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">chocada com a forma tosca e sem noção com que o Sílvio Santos</b> tem
conduzido o seu programa, não há como não se apaixonar pelos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">efeitos hilários que os sinais da
senilidade</b> tem provocado do Homem do Baú. Gente, é sério: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dá muita pena dos convidados</b>! Mas como
todo ser humano que se preze, a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">minha
humanidade passa</b> <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">é
longe</span></strong> e eu morro de rir das declarações surreais que o Sílvio
protagoniza. Quem dera ele fosse eterno!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<span style="font-family: Times New Roman;"><u1:p></u1:p>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Bom, mas a razão da revolta feminista da vez foi a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">careca da Panicat Babi Rossi</b>. Para quem
não sabe, a bela loira perdeu suas madeixas ao vivo, num daqueles quadros
estúpidos e sem criatividade que o desespero pela audiência é capaz de criar. E
que funcionam, porque mesmo odiando cada minuto da condução do espetáculo
pastelão, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fiquei ligada até o fim</b>.
Simplesmente não podia acreditar que a moça teria coragem de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">perder o símbolo-mor da vaidade feminina</b>.
Mas raspou no zero, coitada!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Claro que as especulações em torno do que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">teria sido real ou armado</b>, são muitas. Mas ainda que a jovem tenha
concordado previamente com o absurdo, pra mim, não deixa de ser um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">assédio moral e uma coação</b>. E ainda que
a “profissão” da garota não seja considerada das mais nobres pela sociedade,
não creio que justifique tamanha violação. Até porque, se ela tá lá rebolando
as ancas, certamente é porque tem quem assista! E por mais fútil e
desnecessária que tenha sido sua exposição (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">mesmo
que com sua anuência</i>), não deixa de refletir uma das facetas mais sádicas
do machismo, especialmente no meio profissional.</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">É claro que existem várias exceções. Mas não é incomum que a
mulher precise se submeter à <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">situações
degradantes para conquistar e manter seu espaço no mercado de trabalho</b>,
seja lá qual a profissão que ela escolheu. De doméstica à executiva de
multinacional, talvez o que mude seja apenas o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">índice de refinamento do preconceito e da coação</b>. Possivelmente,
nesses meios mais “civilizados”, a pressão, as cobranças e a desigualdade sejam
expressas em palavras <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">cuidadosamente
elaboradas por hábeis consultores de RH</b>. Mas que no final das contas, tem o
mesmo significado da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">grosseria dita por
um dono de boteco</b>. Você é mulher! E sua condição naturalmente desfavorável
implica na necessidade <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">extra de esforço
somados à magnânima complacência do chefe que compreende sua TPM mensal</b>. E
você seja eternamente grata por isso, que fique bem claro!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<span style="font-family: Times New Roman;"><u1:p></u1:p>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Evidente que a ânsia em agradar e ser aceita pelos nossos algozes
contribui, em muito, com essa condição. <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">É
a baixa auto-estima agindo em nosso desfavor</span></strong>. Eu mesma sempre
tive uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">preferência descarada pelo meu
pai (que era um excelente pai, mas com uma boa dose de machismo)</b>, de quem
tentava roubar toda a atenção dedicada à minha mãe. E não pensem que a
maturidade da minha genitora era capaz de aplacar o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">clima de rivalidade infantil</b>. Ela entrava na disputa pelo poder tal
qual uma pré-adolescente insegura da 6ªsérie. Hoje sou capaz de rir daquelas
cenas, que agora me parecem tão tolas e pueris... Mas a verdade é que, na minha
cabecinha e na minha vida, o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">filme
continua, com repetecos</b> que de tão sutis, se tornam ainda mais perigosos!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Enfim, garotas, meu post de hoje tem mais um tom de desabafo. A
consciência de uma nova realidade pelo menos me fez enxergar essas armadilhas
nas quais caímos com tanta facilidade. Mas não pensem que deixei de cair nelas.
Temos sorte de ter vencido barreiras e de usufruir de direitos que nos foram
concedidos, mas não podemos esquecer que a maioria dessas
"concessões" só ocorreu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">por
conveniência ou por necessidade masculina</b>. O secretariado, por exemplo, só
tornou-se uma atividade eminentemente feminina durante a 2ª Guerra Mundial,
quando faltaram homens para exercer tipicamente a função. E graças ao espaço
forçado, provamos nossa capacidade superior também nesse ramo profissional.</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
</div>
<div style="text-align: justify;">
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">Mas
somos muito e queremos muito</span></b><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 14pt;">! Não há erro algum em servir,
pois até quem está no topo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">precisa
servir a pessoas e propósitos</b>. Agora, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dividir
a fatia do poder e exigir igualdade de cargos e funções, com dignidade e
respeito</b>, não é um favor que os bondosos machos-alfas tem a nos conceder
quando lhes der na telha ou quando não tiverem outra saída: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">é um direito, uma luta e um dever de toda
mulher</b>, independente de seu nível de instrução e de sua condição social. E
sem ter que se desculpar, se explicar, se sujeitar e, principalmente, sem
precisar se <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">DESCABELAR</span></strong>!</span><span style="font-size: 14pt;"><o:p></o:p></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span><br />
<span style="font-family: Times New Roman;"><u1:p></u1:p>
</span></div>
<div style="text-align: justify;">
<strong>Beijos,
meninas, e lembrem-se: FORÇA NA PERUCA!<o:p></o:p></strong></div>
<span style="font-family: Times New Roman;">
</span></span></span>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-6443104202983082732012-03-08T03:38:00.001-08:002012-03-08T03:39:44.384-08:00Fera Indomável!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw0q-YNzZUvGCtM3p7XeGJTxsvVwsFxU_jieCsrTu_EkMj8abTDT-YqVeSyzCeLp_sWA313PwiM2PV34NAGfiEMg8NgIiZjmMfp65jS0oUwuVwTvr_hMd59oMuxlEt2CQ2HoIfOO-rjedq/s1600/423639_323032177757882_229811350413299_871028_587728424_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgw0q-YNzZUvGCtM3p7XeGJTxsvVwsFxU_jieCsrTu_EkMj8abTDT-YqVeSyzCeLp_sWA313PwiM2PV34NAGfiEMg8NgIiZjmMfp65jS0oUwuVwTvr_hMd59oMuxlEt2CQ2HoIfOO-rjedq/s1600/423639_323032177757882_229811350413299_871028_587728424_n.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Desculpem, cunhãs, mas eu não resisti! ASHUASHAUSHAUSHASU</td></tr>
</tbody></table><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Dia Internacional da Mulher</b>! Você, amiga dona de casa, certamente já ouviu a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">piadinha infame</b> sobre termos apenas <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">1 dia</b>, enquanto a macharada curte os outros 364 (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ou 360, na contagem da Daniela Albuquerque</i>). E o que é pior: para ganhar esse mísero dia foi preciso que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">humildes operárias ardessem nas chamas da opressão masculina</b>. Mas a data, mais do que um simples rótulo, tem sua representatividade e nos convida a uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">reflexão</b>.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quanto a mim, que vivo em <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">análise constante para evitar que o tico e teco entrem em curto circuito</b>, resolvi aproveitar o ensejo para rememorar alguns fatos da longínqua infância, mãe de todos os traumas e dilemas. E para pegar o fio da meada, começo com um fato protagonizado por <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">papai e filhinha</b>, direto do túnel do tempo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Senta que lá vem a história</b>!<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Eu sempre tive uma relação muito próxima com meu pai. E passei por todas aquelas fases de relacionamento pai e filha, que começam na <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">idolatria infantil e culminam no remorso pela perda</b>. E foi justamente quando criança que mais procurei agradá-lo, nem que para isso precisasse <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sufocar ou desviar meus sentimentos e opiniões</b>.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Bom, numa infância marcada pela mais pura pindaíba (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">mas nem por isso, menos feliz</i>), demorou até que eu fizesse minhas primeiras compras com um pouco mais de autonomia (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">lembram das situações constrangedoras que relatei no post anterior?</i>). Mas um dia essa oportunidade chegou, quando contava 11 ou 12 anos de idade.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Papai me carregou até uma Loja da Fábrica para comprar, ora vejam só, minha primeira CALÇA JEANS. Na época, um sonho dourado de consumo que hoje, ironicamente, não faço a menor questão de possuir. A vendedora separou algumas peças e enquanto ia buscar os tamanhos certos, vi pela primeira vez o mais <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">belo exemplar de feminilidade </b>na forma de tecido: um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">VESTIDO</b>, lindo de morrer! Lembro até a cor: cinza mescla. E de quebra, com todos os atributos que acarretam uma maior incidência de aparecimento precoce de cabelos brancos nos genitores: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">justo, curto e decotado</b>. Tudo bem que eu não era lá nenhuma beldade. Com 12 anos, estava mais para uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fedelha magricela e sem graça</b>. Mas amei o vestido e achei que valorizaria a minha falta de atributos. Assim, o levei sorrateiramente ao provador e ingenuamente, chamei meu pai para mostrar como ficou. Ele, por sua vez, não fez questão de esconder sua desaprovação. Como eu ainda era muito criança para entender a malícia dos abutres que só esperam a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">mulher completar 20 Kg</b> para cair matando, meu pai poupou-me de maiores detalhes e apenas me convenceu a optar pela <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">calça jeans reta e a camiseta quadrada</b> que generosamente estava ofertando e que, na sua opinião, me deixavam muito mais bonita. Lógico que eu não acreditei, mas como cavalo dado não se olha os dentes, engoli o choro e recebi o presente calada.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Bom, depois disso, papai foi feliz durante mais alguns anos. Pois bastou que eu engrossasse mais um pouco o pescoço para escolher as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">roupas que me atraíam</b> - o que para seu desespero, atraíam os rapazes também. Mas meu gosto prevaleceu e para respaldar minha liberdade e minimizar a censura paternal, dediquei-me ao máximo ao trabalho e à busca pela independência financeira, características que me acompanham até hoje.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Todo esse “arrodeio” foi feito com o objetivo de mostrar o quanto nós, mulheres, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fomos instigadas a pensar, desejar, escolher e viver conforme as expectativas alheias</b>. Expectativas essas que muitas vezes nos foram apresentadas no decorrer da vida como <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">formas altruístas de “proteção e amparo”</b>, cuja aceitação irrestrita nos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">garantiria a felicidade plena e eterna</b>.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">É bem possível que isso seja verdade. Pelo menos no que tange à <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">felicidade “coletiva”,</b> se assim posso definir. A <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">felicidade medida e mensurada pelos protocolos de convivência e obrigações sociais</b>, cujas regras são bem mais extensas e específicas quando se trata de uma mulher.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">A questão é que, felizmente, não obstante todas as tentativas de opressão e subordinação (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">descarada ou velada</i>) que nos foram impostas durante a história, nós, mulheres, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sempre questionamos</b> e, mesmo que minimamente, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">rejeitamos cláusulas desse Contrato Social</b>. E aos poucos, fomos retirando ou pelo menos amenizando tais regras. Esse sentimento de rebeldia é natural, porque o ser humano (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">que é o que todos nós somos, independente de gênero ou etnia</i>) tem dentro de si a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">chama da liberdade</b>. Recebemos do Criador o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">livre arbítrio</b> e por isso <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não nascemos para ser cativos</b>, a não ser de nossas escolhas e de nossa consciência.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quem sabe, se fossemos mais dóceis e “receptivas”, teríamos menos problemas. Quem sabe, assim, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">não sofreríamos violência doméstica, teríamos casamentos mais duráveis e lares mais estáveis</b>. Mas esta seria apenas a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">CARICATURA DA FELICIDADE</b>, desenhada sob a ótica de terceiros que se acham superiores e não aceitam questionamentos naquilo que julgam ser o IDEAL para nós (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ou melhor dizendo, conveniente para ELES</i>). Por dentro, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">morreríamos ainda em vida</b>, corroídas pelo desgosto e pela frustração.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">É, queridas, não era pra ser assim. Mas se é assim, o jeito é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">vestir a armadura e ir à luta</b>. Todos os dias. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Nunca sufoquem seus desejos e nunca permitam que direcionem ou adequem os seus sonhos. Nunca se permitam acreditar que não são dignas do que quer que seja ou que não podem realizar pequenos e grandes feitos</b>. Somos ESPÍRITOS ANIMADOS PELO DOM DA CRIAÇÃO DIVINA e temos um pouco de Deus em nós. Se nascemos mulheres, honremos essa condição e façamos disso um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">desafio pela igualdade a ser conquistada a cada dia</b>.<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">E quanto a você, homem, um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">conselho de quem entende do assunto</b>: antes de tentar DOMINAR uma mulher, procure COMPREENDE-LA (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">nem que para isso precisem comprar enciclopédias de 60 volumes</i>). Essa <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">guerra estúpida e inútil pelo poder</b> deve até enchê-lo de orgulho e entusiasmo, mas no final das contas não lhe assegura absolutamente nada de proveitoso. Se tiver uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fera indomável ocupando seu coração</b>, ame-a, então, com toda a ferocidade e descubra que o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">amor em seu estado selvagem é mais puro, forte e sincero </b>do que qualquer sentimento corrompido pelos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ditames da racionalidade e da lógica tendenciosa</b>. E se o “respeito” ainda é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">condição expressa para o seu amor condicional</b>, saiba que MEDO não combina com RESPEITO e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nenhuma mulher é capaz de amar um homem que a submete à inferioridade e à humilhação</b>. Ela pode até ficar ao seu lado durante toda a vida: por dever, submissão ou falta de autoconfiança. Mas no silêncio do seu coração, estará a cada dia sonhando com a felicidade que nada mais é do que um legítimo direito!<o:p></o:p></span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: purple;"><span style="font-size: large;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Feliz Dia Internacional da Mulher para todas as Feministas de Arake</b>! Brasileiras, portuguesas, inglesas, americanas, afegãs, francesas, russas, italianas, espanholas... Enfim, do mundo inteiro! Um grande beijo dessa feminista fajuta que a cada dia se solidariza com cada uma de vocês, mesmo nos momentos em que a despeita fala mais alto e tiro sarro da bunda torta da Valesca Popozuda ou do Todynho da Daniela Albuquerque. Eu amo vocês, mesmo assim. Suas lindas!<o:p></o:p></span></span></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-46895731575397552832012-01-30T13:01:00.000-08:002012-01-30T13:03:44.563-08:00Mãe, eu quero brocólis!!!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVtEjLrXf_k-35TdVrcKgZ_2rZt4NPCcPUbwxgzuUbu4JcFr-JymwA0S2mEMgTeOpCqBSVyoFcPl-WoLWjSkNAmpGhfsRm23-ELD8jT6ApF7YhHN1JFe7MZHziYMpyt1eIdwexFjaV-qim/s1600/menino_birrento_mae_desesperada.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhVtEjLrXf_k-35TdVrcKgZ_2rZt4NPCcPUbwxgzuUbu4JcFr-JymwA0S2mEMgTeOpCqBSVyoFcPl-WoLWjSkNAmpGhfsRm23-ELD8jT6ApF7YhHN1JFe7MZHziYMpyt1eIdwexFjaV-qim/s1600/menino_birrento_mae_desesperada.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Fala a verdade: quando o filho não é da gente, bem que dá uma vontade louca de sapecar uma bifa no moleque chiliquento!</span></td></tr>
<><><><><span style="color: black;"> </span></></tbody></table><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Ultimamente tenho pensando muito em crianças. Sei lá, talvez seja efeito do meu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">relógio biológico</b> que já parou de marcar faz tempo: na verdade, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">está apitando desesperadamente feito sirene escolar</b>, convidando a coroa aqui a encomendar logo um herdeiro <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">antes que me apareça um neto</b>. Eu, hein! Do jeito que as crianças de hoje estão precoces, não dá pra duvidar de mais nada!<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Mas é sério. Não tem uma noite sequer em que não sonhe com <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">bebezinhos enrugados e com carinhas de joelho</b>, que de tão feios, chegam a ser lindos! Lógico que quando penso no quão encantadores e fófis eles são, surge logo a desejo de mandar meu problema da coluna para as cucuias e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">encarar de vez o barrigão</b>. Mas esse entusiasmo também tende a diminuir quando visito algum amigo que tem filho pequeno. Nossa! Como a molecada dá trabalho, meu povo! Canso só de olhar.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Durante essa visita aos amigos-papais, fico observando o contraste na forma de se tratar as <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">crianças de ontem e de hoje</b>. A meninada dessa geração é praticamente a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">majestade do lar</b>, a razão da existência de cada casal. Monopolizam as atenções, o orçamento familiar, os planos para o futuro, os desejos fugazes, os roteiros das férias, o controle remoto, fins de semana e a aplicação do 13º... Enfim, são eles quem mandam no pedaço. Muito diferente de quando eu era criança.<o:p></o:p></span></span><br />
<span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Claro que, considerando a minha idade, não era nada do tipo “absoluta e irrestrita autoridade paternal”. Até porque, se fosse assim, tadinho dos meus pais, que tiveram uma filha tão <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">rebelde e contestadora</b>. Mas ainda assim, era tudo muito diferente. Menino era tratado mais ou menos como se fosse um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">animalzinho de estimação</b>, desses que são mais paparicados e ganham <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">roupinhas coloridas e raçãozinha selecionada</b>. Mas que ainda assim, não tinham vontade própria ou poder de escolha. Era para aceitar o que os adultos (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">os donos</i>) determinassem ou escolhessem.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Minha mãe, por exemplo, às vezes tentava me tratar como um bibelô ou um robô. Duro era eu aceitar sem reclamar. Mas mesmo diante dos meus protestos, ela insistia em colocar-me em situações que na minha cabecinha representavam <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">tortura e constrangimento infinitos</b>. Quer um exemplo? Quando íamos fazer compras na Capital. As lojas da época não eram tão modernas e bem equipadas e poucas tinham provadores acessíveis e em quantidade (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">isso quando tinham provador</i>). Então, quando ela via alguma blusinha interessante (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">e barata</i>!) não contava pipoca: subia minha camiseta no meio da loja e me deixava <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">seminua na frente do mundo inteiro</b>, chocando toda a sociedade. Claro que estou exagerando, porque meus seios nessa época nem de longe denunciavam a fartura que viriam se transformar. E, portanto, ninguém dava a mínima para uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fedelha de 7 anos com dois ovinhos fritos de fora e vestida numa calcinha “bunda rica”</b> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">só os fortes entenderão</i>). Mas minha mente fértil fazia imaginar a própria <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">casa de vidro do Big Brother,</b> com centenas de curiosos me observando e dezenas de câmeras dando closes indiscretos. Os efeitos desse martírio é que até hoje tenho <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dificuldades de trocar de roupa na frente de quem quer que seja</b>. Quando estou no meio de uma prova no biombo de uma loja e sou surpreendida por alguma vendedora descolada querendo ver como ficou o modelito, tenho ímpetos de cometer um assassinato. Mas como a lei não permite, limito-me a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">fuzilá-la com um olhar de vergonha e indignação</b>.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Outra demonstração de mais puro constrangimento do qual só as mães são capazes de nos infligir, era quando ela tentava de todas as formas (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">meio tortas, por sinal</i>) alçar-me aos status da fama e do sucesso instantâneo! Certa vez, durante um show do <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Alípio Martins</b>, o refinado cantor chamou alguma criança para cantar com ele um dos seus hits no palco. Sem ter noção do que estava acontecendo, só me vi flutuando acima das cabeças dos adultos, enquanto braços peludos e desconhecidos tentavam me puxar para cima do palco. É claro que fiz o meu show particular: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">abri o berreiro na hora</b>, assustando público e produção! E ouvi durante horas as lamentações da minha genitora sobre a minha “matutice”. O trauma foi tão sério que até hoje não consigo ouvir “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Ela é americana</b>”, sem chorar.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Bom, deixando de lado as experiências particulares deprimentes e traumatizantes, não sou exatamente o tipo de pessoa mais indicado para dar pitacos sobre educação de monstrinhos. Até porque, ainda sou uma <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">figueira seca</b>, e fica fácil criticar os pais alheios (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">e os meus</i>) quando não tenho um filhinho insistente e chantagista exercendo sua ascendência emocional sobre mim. Mas ainda assim, alguns exageros não posso deixar de comentar.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Acho muito saudável o exercício da autoridade paterna de uma forma racional e equilibrada. Não simplesmente “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">obedecer, por obedecer</b>”, como se o fato de ser pai ou mãe torne uma pessoa infalível. E a autoridade cega, imposta mais pela ameaça do que pelo respeito e confiança mútuos, cria filhos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">instáveis e inseguros</b>, com dificuldades de lidar com relacionamentos e manter sua autoestima em níveis saudáveis, que lhe assegurem bem-estar.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Por outro lado, filhos que comandam e monopolizam o lar, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dobrando tudo e todos à sua poderosa vontade</b>, tendem a tornarem-se jovens sem limites e adultos arrogantes e perigosos. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Do tipo que não aceitam um não como resposta</b>! E não se pode confundir determinação e coragem com prepotência e presunção.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;">Bem sei que quando chegar a minha vez de ser mãe, vou queimar a língua e enfrentar momentos <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">apreensivos de chiliques e birras infantis</b> com uma visão bem mais tolerante que só o amor incondicional é capaz de aplicar. Mas ainda assim, espero que meu amor seja suficientemente grande para <strong>vencer minhas próprias fraquezas e fazer aquilo que é certo</strong> para garantir ao meu filho um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">aprendizado definitivo e positivo para seu futuro</b>! Ainda que esse aprendizado seja fruto de um “não” doloroso, dito na hora certa e do jeito certo!</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span><span style="color: black; font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><strong>Boa semana pra vocês!</strong></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-4622636276904145192012-01-23T05:43:00.001-08:002012-01-23T05:46:42.219-08:00Uma heroína desajeitada!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FV9Fi1B3VFJ2ZfhIsdfsCjwVo94zF1xqBU-MvpFpMuT8LTBMC0M64XoVCQXY6J-4fxpebOY53yzdpKem6aPhnnPYzB6zbw9VccWyU2taSaAPhn7bQuLEwJBbp775_abZ1oeXJwMOnUFy/s1600/chapolin.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi7FV9Fi1B3VFJ2ZfhIsdfsCjwVo94zF1xqBU-MvpFpMuT8LTBMC0M64XoVCQXY6J-4fxpebOY53yzdpKem6aPhnnPYzB6zbw9VccWyU2taSaAPhn7bQuLEwJBbp775_abZ1oeXJwMOnUFy/s320/chapolin.JPG" width="228" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Mesmo sendo mais forte que um rato, no final das contas, ele resolve tudo!</span></td></tr>
<span style="color: black;"> </span></tbody></table><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Muitas vezes, fui agraciada com referências elogiosas à minha personalidade intrépida e corajosa. Adjetivos como “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">guerreira</b>” e “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">mulher de fibra</b>” eram comuns. E a fonte de tão generosas observações é legítima e imparcial (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">bom, pelo menos pra mim</i>), já que grande parte dos comentários veio de pessoas com as quais travo relacionamentos apenas amistosos. Ou seja, nesta contabilidade não entram a rasgação de seda de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">amigos queridos</b> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">porém míopes</i>), <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">marido apaixonado</b> e <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">mãe coruja</b>. Até porque, em se tratando dessa última, o mais comum é que as virtudes enumeradas sejam “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">doida</b>”, “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">teimosa</b>” e “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">besta</b>”, não necessariamente nessa mesma ordem.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Na maioria das vezes, o efeito que esses comentários tem sobre mim é o mesmo que teria sobre qualquer mortal: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">boçalidade instantanea</b>. Por trás da <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">expressão humilde e do sorriso sem jeito</b>, tem um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ego massageado e eufórico dançando frevo em cima de qualquer resquício da minha costumeira baixa auto-estima</b>. Um efeito fugaz, porém eficaz!<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Mas em outros momentos em que meu “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">chip on-board de culpa</b>” está funcionando mais rápido do que o de costume, a reação ante a um comentário amável sobre a minha pretensa coragem é a de puro remorso. A vontade é de prostrar-me aos pés do generoso bem-feitor e declarar a plenos pulmões: “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Puna-me, meu bom homem, pois eu sou uma farsa</b>!”. Desculpem o exagero, mas vocês sabem o quanto sou dramática! Mas se querem saber, se existe mesmo uma cunhã medrosa nesse mundo, essa alguém sou eu!<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Tenho medo de tudo, podem anotar alguns aí: <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">panela de pressão, Anador (!!!???), tesouras e alicates de unha, bonecas sem cabeças, relógio parado, televisão fora da sintonia, guarda roupa com a porta aberta, clipes do Gorillaz </b>(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">aquilo é o cão!</i>)<i style="mso-bidi-font-style: normal;">,</i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"> acúmulos de água em que não possa enxergar o fundo (</b><i style="mso-bidi-font-style: normal;">pode ser o açude do Cedro ou uma pequena bacia de lavar roupa, tanto faz</i><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">), canções sobre velhas tenebrosas que moram embaixo da cama e também dormir com os pés descobertos</b> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">esse último é conseqüência do medo anterior, vai que a anciã das trevas resolve puxar meu dedão no meio da noite!</i>). É uma coisa assim, tão variável e extensa, que às vezes tenho ímpetos de cavar um buraco no quintal e me enterrar dentro.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">As razões dessa coletânea de medos eu desconheço. Embora desconfie de algumas. Mas não vamos tirar o ganha-pão da minha terapeuta, deixemos esse aspecto da discussão para os meandros da psicologia. Pois agora que a confissão foi feita, prefiro me ater a outra questão.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Embora todos nós adotemos papéis para conviver em sociedade, e eu, claro, faço parte desse elenco, a verdade é que, grosso modo, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nunca ensaiei meus passos nem costumei colocar máscaras para conseguir as coisas ou ser vista pelos outros de uma determinada maneira</b>. Muito pelo contrário. Lamento ter sido inconsequente e passional, pois agir de forma fria e calculista de vez em quando é mais do que necessário nesse mundo cruel e maledicente em que vivemos. Portanto, a razão das pessoas enxergarem uma “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">guerreira</b>” por trás de uma personalidade tão insegura e medrosa, dá-se pelo simples fato de que, apesar de tudo, eu <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">decidi sobreviver, seguir em frente</b>. Sempre. Os meus fantasmas, embora frequentemente a me assombrar, aprendi a ignorar na maior parte do tempo. No popular: “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">engolir o choro</b>”!<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Claro que não sou a única e privilegiada mulher dotada de tão maravilhosos poderes. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Somos todos assim</b> e muitas vezes, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">nem nos apercebemos disso</b>. Convivemos todos os dias com companheiros, familiares, chefes, colegas de trabalho, cobradores de ônibus, transeuntes, operadores de telemarketing de um jeito superficial, embora com os traços de personalidade marcantes peculiares a cada um. Mas cada um de nós, quando encosta a cabeça do travesseiro, sabe realmente aquilo que lhe aflige, angustia e incomoda, ou ainda o que lhe alivia as dores, desperta a alegria e alimenta as esperanças. Nas mulheres, em especial, esse <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">LADO B configura-se de forma ainda mais forte</b>, já que temos a mania de querer carregar as dores dos outros e os problemas do mundo nas costas (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">será coincidência sermos mais sujeitas às dores físicas do que os homens?</i>). É algo nosso. E vamos aprendendo a (sobre)viver com isso, mesmo que nos obrigando a contornar os efeitos nocivos que o papel de Super Mulher pode trazer.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Então, amiga, proponho colocarmos o pé do freio de vez em quando. Permitir-nos ser cuidadas, afagadas e lisonjeadas. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">VIVER dias de princesa</b> para compensar a rotina de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">SOBREVIVER como gata borralheira</b>. Aceitar que não somos infalíveis, perfeitas e que tudo pode, sim, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">sobreviver sem a gente</b>. Deixa o povo se virar, pelo menos vez por outra! E nada de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ajoelhar no milho quando receber um elogio</b>. Mesmo se houver algum fundo de inverdade, pelo <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">conjunto da obra</b>, ele sem dúvida é mais do que justo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Aproveita, guerreira</b>!<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Beijos e boa segunda-feira!<o:p></o:p></span></span></b></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-9543511691826737972012-01-13T12:58:00.000-08:002012-01-15T07:54:05.902-08:00Lava, lava, lava! Esfrega, esfrega, esfrega!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgovQSerQyDMFMMchzDb9Ps1pWEAAZgJbPVlXmdz3Y2Ij5ifS8qcUlY1Mdh1n8S3ph3QHA_ueZ9HyIQYRM-IUHj_p8Ewvm71qEHvtqrciHM4Eb-LwRn3UeBMqmt04AfZnwSQeOd-0f9W3bo/s1600/AMLIA_%257E2.JPG" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgovQSerQyDMFMMchzDb9Ps1pWEAAZgJbPVlXmdz3Y2Ij5ifS8qcUlY1Mdh1n8S3ph3QHA_ueZ9HyIQYRM-IUHj_p8Ewvm71qEHvtqrciHM4Eb-LwRn3UeBMqmt04AfZnwSQeOd-0f9W3bo/s1600/AMLIA_%257E2.JPG" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Minha mãe um dia tentou me convencer de que isso era diversão!</span></td></tr>
</tbody></table><span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quando era criança, os brinquedos não eram tão fartos e modernos quanto hoje. A indústria do setor ainda não era bem desenvolvida e a política de importação limitada, deixando para os pais desesperados poucas opções de marcas nacionais que custavam os olhos da cara (<em>Não esqueça a minha Caloi!</em>). Mães contemporâneas, levantem as mãos para o céu e agradeçam às bênçãos trazidas pela <strong>sonegação fiscal, pela pirataria e pela Feira da Parangaba</strong>. Foram elas que lhes permitiram <strong>mimar seus monstrinhos</strong> dentro das possibilidades orçamentárias.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quanto a mim, só restava <strong>apelar para a criatividade</strong> e construir <strong>mobiliário de caixas de fósforo revestidas em papel de pão</strong>. Para quem não conhece essa última peculiaridade da aplicação do papel de pão, saiba que seu uso era dos mais versáteis: ia desde embrulho para manteiga vendida em colheradas até borrão substituto de cadernos. É, meu bem, a coisa era preta! Com <strong>cinco pestinhas para sustentar</strong>, meus pais precisavam fazer <strong>malabarismos com o orçamento doméstico</strong>. Eles, sim, podem ser chamados de <strong>Super Homem e Mulher Maravilha!</strong></span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Mas às vezes aparecia na vizinhança alguma <strong>criança mimada</strong> que tinha um exemplar da Barbie, uma bicicleta com cestinha ou alguns trequinhos de plástico. Ahhh! <strong>O plástico</strong>! Eu demorei a possuir um brinquedo desse material. Hoje minhas sobrinhas se dão ao luxo de palitar os dentes com eles. <strong>E dá-lhe aquecimento global</strong>!</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Bom, dissipado o delírio, voltemos ao assunto. Quando aparecia alguma “<strong>criança abastada</strong>” em nosso meio, é lógico que ela se tornava a <strong>heroína de nossas vidinhas inocentes</strong>. Qualquer um que recebesse a graça de ser <strong>convidado para brincar com esse coleguinha</strong> se sentia feliz e privilegiado.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Numa das vezes, uma amiguinha da qual não recordo o nome (<em>interesseira como sou, lógico que só lembro o que ela tinha</em>) reservou uns “bregueços” para brincarmos de casinha. E fiquei maravilhada com a <strong>vassourinha, o rodinho e o baldinho</strong>. Passamos a tarde inteira encenando diálogos entre <strong>duas donas de casa prendadas</strong> envolvidas pelos afazeres domésticos. Tudo tão lúdico e encantador!</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quando acabou a festa, voltei para casa <strong>empolgadíssima</strong>, contando para minha mãe a novidade. E como toda mãe que se preze, a <strong>maquiavélica genitora bolou instantaneamente um plano para aproveitar-se da minha ingenuidade.</strong> Começou a falar <strong>maravilhas sobre o serviço doméstico</strong>, pintando em cores vivas e atraentes a <strong>rotina de uma dona de casa</strong>. Falou sobre a beleza de <strong>encerar um chão até ele refletir o fundo das nossas calças e do orgulho de encher o varal com peças tão alvas que ofuscavam os vizinhos invejosos</strong>. E num golpe de misericórdia, “generosamente” me convidou a <strong>tomar parte desse universo maravilhoso</strong> no âmbito do <strong>nosso lar</strong>. <strong>É sério?! Eu posso mesmo? Nossa, mal posso esperar!</strong></span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Pois é, caí nessa. Apesar de inteligente e precoce, sempre fui do tipo que acredita em tudo e me empolgo com uma facilidade absurda. E para completar o <strong>cenário mágico das minhas ilusões</strong>, a sapiente mulher ainda <strong>confeccionou um aventalzinho para mim</strong>.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">No dia seguinte, lá estava eu, com um <strong>lenço colorido na cabeça e o bendito avental</strong>. Pronta para absorver as delícias da rotina de cuidados com a casa. Comecei com tudo, varrendo o chão e esfregando alguns <strong>calções encardidos dos meus irmãos</strong>. Meia-hora depois, comecei a achar que a diversão estava demorando demais pra começar. <strong>Antes do meio-dia já estava achando aquilo tudo um saco</strong>! Não dava mais para fingir empolgação. E tão logo mamãe deu as costas, fugi para a casa da minha tia, uma professora aposentada que tinha u<strong>ma estante repleta de livros que eu adorava folhear.</strong></span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">A partir de então, o <strong>hábito da leitura ficou ainda mais forte</strong>. E as desculpas para fugir do serviço doméstico, cada vez mais frequentes, junto com as brigas e reclamações da Dona Sandra. Porque é claro que não fui a única a acreditar que adoraria o trabalho. Tadinha da mamãe! Foi mais ingênua do que uma pirralha de 7 anos.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Nesse contexto, fui crescendo e seguindo um caminho que em nada apontava para o perfil de "<strong>Amélia</strong>”. Estudar bastante e fazer bicos para faturar uns trocados, eram a minha rotina! Muito moleque da vizinhança salvou-se da reprovação (<em>e de umas boas lapadas</em>) graças às minhas aulas particulares, pagas com dinheiro ou mesmo em troca de uma bobagem qualquer.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Mamãe, revoltada, só vivia prometendo surras (<em>e de vez em quando, até cumpria a ameaça</em>). Quando me via a tarde inteira com a cara enfiada nos livros, gritava da cozinha que <strong>eu ainda iria morrer de estudar</strong> (<em>dramática</em>!), e que deveria achar uma coisa mais útil pra fazer, como <strong>aprender a lavar roupa ou pregar um botão</strong> (!!!????). Acreditem, é a mais pura verdade. Enquanto tantos pais dariam um rim para ver seus filhos dedicando-se aos estudos, minha mãe mandava-me procurar algo “de futuro” pra fazer. O que costumava salvar minha pele era o fato de eu <strong>compartilhar os dividendos das atividades empreendedoras com a família</strong>.</span></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Mas a situação era tão difícil naquela época que hoje compreendo a inversão de valores da nossa matriarca. Durante toda a vida <strong>ela só conheceu a dificuldade e a pobreza</strong>. Órfã de mãe e abandonada pelo pai, <strong>sua existência foi nula em termos de oportunidades e perspectivas</strong>. Estudo, ela nunca conheceu. Apenas a <strong>força dos próprios braços</strong>, no qual empenhava aquilo que sabia fazer: <strong>costurar e realizar atividades domésticas</strong>. Foi com isso que ela conseguiu escapar da fome e do abandono!</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Hoje, felizmente, <strong>nós mulheres temos milhões de oportunidades</strong>. Podemos <strong>estudar, trabalhar, construir uma carreira, adiar e planejar a maternidade</strong>... E se dar ao luxo de escolher seguir uma rotina <strong>antes permitida apenas aos homens</strong>. Infelizmente, o que me entristece, é ver que tantas mulheres tem <strong>usado MAL esses privilégios</strong>. Confundiram a questão dos “direitos iguais” e procuram <strong>imitar os <u>maus </u>hábitos masculinos</strong>: tudo aquilo que sempre condenamos. Acham-se no direito de beber em excesso, agir de forma promíscua e irresponsável, porque os machões assim o fazem, portanto podem se permitir as mesmas prerrogativas. Muitas dessas mulheres talvez acreditem que <strong>serão jovens e belas para sempre</strong>. E não aproveitam seu tempo no sentido de unir, de forma equilibrada e saudável, <strong>a diversão, a satisfação pessoal e o crescimento intelectual e profissional</strong>. Benefícios justos para os quais <strong>tantas feministas deram até mesmo a própria vida para conquistar</strong>.</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Mas eu acredito no futuro e, principalmente, <strong>nas queridas cunhãs</strong>. Acho que como uma criança que ganha uma bicicleta e leva vários tombos até aprender a andar, nós ainda estamos meio que na <strong>fase de aprender a usar da melhor forma as nossas conquistas</strong>. Portanto, umas besteirinhas aqui e ali, até que são perdoáveis. Faz parte! Só não vale <strong>repetir a burrada</strong> e tornar essas mancadas um hábito frequente e nocivo para a própria vida. Não duvide: <strong>quem mais vai sofrer, é você</strong>!</span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><strong><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Bom final de semana procês!</span></span></strong></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-2614909530277461472012-01-11T06:52:00.000-08:002012-01-15T07:56:51.144-08:00Nas lembranças, um lugar seguro!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqsQ34uSYX_gpYbrNoLwrPCbJ-A03Y13b7Dm35t2iIdLuoNdvemXUX-a7Q5gcgRb8N9VFp2UNGvKiNEpYtwKpraimssYvLwuMm3y_h4pzQNbCnMknSlQvKdtAjgoheuiU2B3GX-WtrdEHA/s1600/567014.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><span style="color: black;"><img border="0" height="320px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhqsQ34uSYX_gpYbrNoLwrPCbJ-A03Y13b7Dm35t2iIdLuoNdvemXUX-a7Q5gcgRb8N9VFp2UNGvKiNEpYtwKpraimssYvLwuMm3y_h4pzQNbCnMknSlQvKdtAjgoheuiU2B3GX-WtrdEHA/s320/567014.jpg" width="320px" /></span></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><strong><span style="color: black;">O trem do passado já passou... E só fica esperando à toa na estação, quem quer!</span></strong></td></tr>
</tbody></table><span style="color: black;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Minha terapeuta que me perdoe, mas deixei para revelar aqui um desejo jamais confessado: <strong>meu sonho é participar de um reisado.</strong></span></span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Isso mesmo. Aqueles <strong>reisados tradicionais</strong> do início de janeiro, onde os grupos saem durante a madrugada <strong>cantarolando cantigas do cancioneiro popular</strong> e nos tirando o sono em troca de alguma bobagem qualquer que tivermos em casa.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">A chama desse desejo é reavivada, é claro, sempre que o calendário aponta a aproximação do evento. E mesmo com a minha cidade promovendo um encontro de grupos de reisado, ainda assim não me conformei. <strong>Eu não quero simplesmente olhar</strong>! Quero sair às ruas, virar lata, fazer bagunça na porta alheia e curtir os <strong>ares românticos da boêmia</strong>.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Infelizmente, o <strong>hábito odioso da procrastinação</strong> distanciou-me da concretização desse sonho. Pois agora a ideia de me arriscar pelas madrugadas não me <strong>parece nem um pouco atraente</strong>. Ainda mais porque a experiência de avaliação dos “<strong>grupos de reisado</strong>” que fiz <strong>ano passado</strong> mudou um pouco <strong>minha visão poética</strong> sobre o assunto.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Em outros tempos, os andarilhos foram atendidos pelos meus pais e, anos depois, pelo meu marido. Eu só ficava <strong>ansiosa e quietinha</strong> na cama, ouv<strong>indo canções bonitas e a hábil execução dos instrumentos musicais</strong>: violão, flautas, alguns pandeiros e atenta às vozes cujos timbres denunciavam faixas etárias variadas. Tudo isso <strong>alimentava ainda mais a minha imaginação</strong> e desejo. Um dia estaria ali, do outro lado do portão!</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Mas ano passado foi diferente. O roteiro de espera até que foi o mesmo. Separei as coisinhas de sempre: <strong>uma cidra que sobrou no Natal, umas fileirinhas de bolacha água e sal, um refrigereco de uva</strong>... E tão logo escutei os primeiros passos na calçada, comecei a girar a chave da porta. No entanto, mal abri e já fiquei arrependida. Era um <strong>bando de rapazes magrelos, sem camisa, andando meio trôpegos, com umas latas velhas na mão e fazendo um barulho infernal</strong> (<em>aquilo não era música, não podia ser</em>). O ritmo em que entoavam a letra das canções e aqueles, como poderia dizer, “<strong>instrumentos rústicos</strong>”, me faziam duvidar de seus <strong>estados de sobriedade</strong>. Era um desencontro total!</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Quando finalmente terminaram a <strong>sessão de tortura</strong>, o “líder do bando” me encarou de forma desafiadora e disse: “<strong>Tia </strong>(<i style="mso-bidi-font-style: normal;">como assim!!!!</i>)<strong>, o siguinti é essi: a sinhora podi dá qualqué coisa mermo, viu! Qualqué cinco conto, tá bom!</strong>”.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Quanto a mim, era a pura imagem da <strong>perplexidade e da frustração</strong>, segurando uma cidra e com uma vontade absurda de chorar e chamar pela minha mãe. O sentimento de idealização e contentamento deu lugar a uma <strong>sensação semelhante ao que devem sentir os reféns</strong>. Diga-se de passagem, um refém sem o mínimo sintoma de <strong>Síndrome de Estocolmo</strong>. Eu queria mesmo era fugir dali! Mas não dava mais pra voltar atrás. Sorri amarelo, voltei para dentro <strong>orando para todos os santos para que eles não tivessem a ideia de me acompanhar e também para que eu tivesse os benditos “cinco conto” na bolsa</strong>. Felizmente, as orações deram certo, e despachei o “reisado” da minha porta com uma respiração de alívio e a promessa de não abrir a porta para nenhum outro grupo.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">A experiência rendeu duas certezas. A primeira delas: <strong>cuidado com aquilo que deseja</strong>, é melhor adotar um <strong>plano B</strong> e escolher outro <strong>sonho inútil</strong> para corroer minha existência; a segunda é que o <strong>saudosismo exagerado pode deturpar nossa visão sobre a realidade</strong> e atrapalhar muito a vida presente.</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri; font-size: large;">Muitas vezes me pego rememorando o passado e repassando momentos especiais: a infância, com toda a família reunida (<em>hoje cada um seguiu seu caminho</em>), o início empolgante e marcante do namoro que rendeu o casamento (<em>que como toda união, tem suas dificuldades</em>), aquela professora amorosa e gentil (<em>substituída agora pela figura de autoridade de chefes bem exigentes</em>), <span style="font-family: "Calibri", "sans-serif"; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: 'Times New Roman'; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">o frescor da juventude com o corpinho no auge (<em>e que a lei da gravidade transformou radicalmente</em>)... Enfim, nada mais natural do que recordar. Todo mundo faz isso!</span>... </span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">O problema é que <strong>prender-se a esses flashbacks</strong>, principalmente se você estiver passando por uma fase difícil, pode tornar o <strong>dia-a-dia insuportável</strong>, fazendo com que as lembranças boas constituam-se no único refúgio (<em>agradável, porém irreal</em>). O que a gente não para pra pensar é que até mesmo <strong>aquele período cultuado no altar de nossas recordações</strong>, também <strong>tinha suas nuances negativas</strong>. E só o passar do tempo fez dele “<strong>a melhor época de nossas vidas</strong>”. Parece que simplesmente <strong>apagamos da memória a parte ruim e elegemos o passado como um ideal a ser apenas enaltecido</strong>, já que nada mais podemos fazer dele. Passou... <strong>Só o que temos é o AGORA</strong>!</span></span></div><span style="color: black; font-size: large;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Ouvimos todos os dias que é <strong>preciso seguir em frente, deixar o que passou para trás</strong>. Mas talvez a <strong>dificuldade que temos de lidar com nós mesmos e com os problemas do cotidiano</strong>, nos instigue a procurar <strong>válvulas de escape da realidade</strong>. Como o futuro ainda não aconteceu e é apenas consequência do “hoje” (<em>que em muitos momentos pode não nos parecer tão feliz</em>), essa válvula acaba sendo as <strong>“lembranças selecionadas” do ontem</strong>. É como diz a canção: “<strong>A gente era feliz e não sabia</strong>”!</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: large;"></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black;"></span><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black; font-size: large;">Eu, finalmente, <strong>reconheci o aspecto sombrio desse traço saudosista</strong> (<em>aparentemente tão inocente</em>) e decidi <strong>fazer diferente</strong>. Vou reservar as <strong>lembranças aos limites da memória</strong> e deixar que elas possuam fluir naturalmente, de vez em quando. Mas sem <strong>alimentá-las em devaneios sem utilidade</strong>. E daí admitir que tenho <strong>apenas o dia de HOJE como um PRESENTE</strong>, uma dádiva para <strong>ADMINISTRAR e CONSTRUIR minha vida</strong> a cada minuto e fazer aquilo que eu quero fazer, <strong>da melhor forma possível</strong>. Sem <strong>procrastinar</strong> (<em>por causa disso, perdi meu reisado</em>) e sem <strong>esbarrar na melancolia e na beleza plastificada do passado</strong>. Pelo menos é assim que vou tentar agir daqui para frente!</span></span></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: large;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><strong><span style="color: black; font-size: large;">Mil Beijos!</span></strong></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-49274723126090301382012-01-06T10:41:00.000-08:002012-01-15T08:06:01.038-08:00Minha boca é um túmulo...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbj9-KogzCsAg2EIWaKW7i3D63oxQ-SVjfDCroBwgQ3BeHy7uVcE-l4H0dYg67TtWCtMCbwtoYJadVUKgGSO4d_tjd7UBsLKlbHqN1VR6oQUrSNlo3BlwrG3XKGJFM1uRLjr4vXBLmXS5e/s1600/hablar.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhbj9-KogzCsAg2EIWaKW7i3D63oxQ-SVjfDCroBwgQ3BeHy7uVcE-l4H0dYg67TtWCtMCbwtoYJadVUKgGSO4d_tjd7UBsLKlbHqN1VR6oQUrSNlo3BlwrG3XKGJFM1uRLjr4vXBLmXS5e/s320/hablar.jpg" width="320px" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">... cheinha de coisa podre por dentro!</td></tr>
</tbody></table><br />
<div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Uma piadinha popular conta que <b>duas mulheres</b> ficaram presas durante 20 anos. Ambas enclausuradas na mesma cela, tendo por companhia somente uma a outra. No dia da audiência de libertação, a dupla ouviu atentamente a sentença que as anistiou e, terminada a sessão, uma olhou pra outra e disse: “<b>Mulher, amanhã a gente continua aquele assunto</b>!”.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Ha-Ha! Morri de rir e não achei graça... E pior do que ouvir piadinha machista é ter de engolir estudos científicos corroborando com essa audácia. Uma pesquisa da <span style="font-size: 10.5pt;">psiquiatra americana <b>Louann Brizendine</b> (<i>traidora</i>!), divulgou que a mulherada fala cerca de <b>20 mil palavras por dia</b>, enquanto os homens (<i>preguiçosos e conformistas</i>), falam <b>apenas 7 mil</b>. Mas é claro! <b>Precisamos falar por nós e por eles!</b> Experimenta descontar nessa contagem as infindáveis vezes em que as mulheres, de <b>uma forma altruísta e generosa</b>, pedem as <b>valiosas informações</b> imprescindíveis às tarefas cotidianas que os <b>machões orgulhosos</b> se recusam a perguntar? Pensem na <b>economia de combustível</b> e, consequentemente, na <b>redução dos impactos ambientais</b> que nossa postura humilde, de aceitação da própria ignorância, proporciona? Se dependesse deles, <b>rodariam durante dias</b> só para não dar o braço a torcer. Ora bolas, assim fica fácil, né!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Bom, implicâncias à parte, estive refletindo sobre essa coisa de falar demais. Ou melhor: <b>falar além daquilo que se pode provar</b> (<i>ou que tem alguma utilidade</i>).</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Os leitores mais antenados de outras regiões devem saber do <b>pandemônio que se instalou no estado do Ceará</b> há alguns dias, especialmente em Fortaleza e região metropolitana. Sério! <b>Foi um terror</b>! A greve dos militares e a truculência e negligência do governador <b>Cid Gomes</b> transformaram nossa cidade em um <b>caos</b>. Arrastões, assaltos, tiroteios, população apavorada, trabalhadores aterrorizados... um cenário triste! Parecia profecia do Fim do Mundo que ouvia desde criança: <b>marginal na rua e a gente trancado pra sobreviver</b>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Muitos foram os relatos de violência. Eu mesma tive casos de pessoas bem próximas a mim. Fatos inegáveis. Porém, como sempre, <b>aparece um gaiato para aumentar</b>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Além dos boatos e dos exageros repetidos pelo povão (<i>em parte, até compreensíveis</i>), o que realmente se destacou nessa história foi a "<b>generosa contribuição" que boa parte da imprensa</b> deu sobre o caso, em “<b>parceria</b>” com internautas.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Claro que na grande rede tudo ocorre muito rápido, instantaneamente. E isso permitiu ao cidadão comum participar e servir como <b>fonte para as notícias</b>, o que coíbe o <b>hábito cara-de-pau dos governantes de minimizarem e até negarem os acontecimentos</b>. Ótimo! Até aí tudo bem, não fosse o fato de que esse <b>desespero para ser o primeiro</b> <i>(e de preferência, o mais sensacionalista e atraente possível</i>) derrubou por terra um hábito constantemente repetido nas faculdades e no meio jornalístico em geral: <b>informação só é informação depois de ter sido processada</b>! Processo esse que inclui a <b>confirmação</b> de aspectos como a <b>cronologia</b>, os <b>protagonistas</b> e a <b>credibilidade</b> das fontes.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">O problema é que o tal “processo” de <b>boa parte da imprensa</b> seguiu uma “<b>linha de montagem</b>” bem diferente, baseado na <b>MANIPULAÇÃO</b> dos mesmos aspectos citados anteriormente: a <b>cronologia</b> (<i>foram divulgados como atuais vídeos de violência e arrastões de mais de 5 anos atrás</i>); os <i>protagonistas</i> (<i>anônimos rotulados como criminosos e militares anarquistas conforme sua aparência ou de acordo com visão do editor</i>); e a <b>credibilidade das fontes</b>. O ápice da bagunça ocorreu quando um Trolleiro engraçadinho escreveu no twitter que a <b>Mesbla</b> (<i>é o novo</i>!) e o <b>Romcy</b> (<i>é o novo ao cubo</i>!), ambos fechados há séculos, <b>haviam baixado as portas devido ao arrastão</b> e, pasmem, <b>sites de notícia publicaram a bobagem</b>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Esse disse-me-disse gerou um <b>círculo vicioso de informações</b> criadas <b>em processo de geração espontânea</b> e, pelo poder de propagação da mídia, <b>acabavam se confirmando</b>. É aquela história: <b>uma mentida contada várias vezes, termina por se tornar verdade</b>. Daí que uma ação <b>pontual ou isolada</b>, tornava-se magicamente uma <b>ação em massa</b>, que por sua vez, eram repetidas como <b>ameaças aos pontos ainda não “atacados</b>”, criando o <b>pânico generalizado</b> na população. E os marginais, claro, <b>adoraram esse clima de oba-oba</b> e fizeram a festa, pegando carona na <b>onda de crimes que parecia não ter limites nem empecilhos</b>. Até eu fiquei com vontade de afanar qualquer coisa, nem que fosse uma caneta BIC, já que <b>o clima de faroeste estava “oficialmente” instalado</b>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Bom, mas o que nós, pessoas simples, comuns, humildes, pobres porém limpinhas, temos a ver com isso? <b>Só tudo, meu bem</b>! Nós simplesmente <b>A-DO-RA-MOS</b> uma fofoca (<i>e a imprensa sabe e explora isso</i>). Um boato qualquer, um comentário aparentemente inocente (<i>e escancaradamente improcedente</i>), mas que <b>rende um bom assunto durante a pausa para o cafezinho</b> e garante <b>popularidade imediata ao seu portador</b>. Afinal, que mal pode haver comentar com uma colega de trabalho sobre a carona que a “<b>auxiliar-junior-do-assessor-sênior-do-departamento-de-assistência-à-gerência-geral-da-administração</b>” pegou com o <b>chefe depois do trabalho</b>? Nada demais, desde que a <b>coisa acabasse por aí</b>. O problema é que tanto o <b>informante-original</b>, quanto os <b>ouvintes e futuros informantes em potencial</b> podem achar interessante a ideia de ser o <b>centro das atenções</b>. E de repente, se desenterra uma observação sobre o <b>tamanho da saia que ela usou no mês retrasado</b> ou a <b>constatação de que durante o almoço de confraternização de 3 anos atrás</b>, os dois sentaram lado a lado. “<i>Eu lembro bem</i>!” “<i>Eu tenho certeza</i>!” “<i>É verdade, como nunca tinha reparado antes</i>?” “<i>Ah, aqueles dois safados nunca me enganaram</i>!” Bingo! Temos agora uma <b>reputação aos frangalhos</b> e, quiçá, até mesmo um <b>casamento destruído</b>! Duvida? Pois eu APOSTO que você conhece alguma estória sobre um casal que se separou por causa de uma “conversinha” qualquer... <b>Fontes quentíssimas me garantem isso</b>! Ops! Passei dos limites também, né? Quem sou eu para afirmar qualquer coisa. Bom, mas você entendeu o que eu quis dizer...</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Só paramos para observar o efeito nocivo das coisas quando eles se tornam <b>generalizados e catastróficos</b>. Mas não paramos para pensar nessas pequenas-grandes “<b>ruínas</b>” que plantamos na vida alheia e até mesmo nas nossas, por causa de uma palavra <strong>mal</strong> <span style="color: red;"><strong>dita</strong></span> (<i>catou agora a origem do termo?</i>). E agora que temos uma pesquisa científica (<i>não é boato</i>) defendendo aquilo que já sabíamos de cor, que tal instalar uma <b>válvula de regulagem na língua</b> antes de falar qualquer coisa com potencial para prejudicar quem quer se seja? Ainda mais se for algo do qual não se tem prova para sustentar, <b>apenas a boa e velha especulação</b>. Falo em especial para as mulheres não porque acredite que os homens não gostem de uma fofoquinha (<i>eles apenas se protegem mais</i>). Mas veja bem: <b>despejar 20.000 palavras por dia</b> (<i>desconfio que falo até mais</i>) torna qualquer mulher partidária de fofocas, uma <b>verdadeira arma de destruição em massa</b>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 10.5pt;"><br />
<span style="color: black;"></span></span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Evidentemente que quando escrevo isso, <b>assino minha própria condenação</b>. Pois se fiz essa reflexão e confirmei sua lógica, é claro que imputo a mim uma <b>maior responsabilidade</b>. Pequenos hábitos precedem as grandes ações. E reverter o processo exige esforço e exercício de vigilância constante. Quem disse que seria fácil? Mas cada vez que parecer difícil (<i>e até irresistível</i>) embarcar na onda de uma fofoca, tentemos recordarmos a <b>ocasião em que NÓS</b>, ou alguém que amamos, foi <b>vítima dela</b>. É impressionante o quanto o nosso sofrimento nos aproxima de quem sofre. E essa sensação de <b>dor, impotência e revolta ante uma injustiça</b> certamente se constituirá num freio bem poderoso!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0pt; text-align: justify;"><b><span style="color: black; font-size: 10.5pt;">Já falei demais, vou nessa. <span style="color: red;">Depois a gente termina o assunto</span>! Beijos!</span></b></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-55966403179423784992011-12-30T12:12:00.000-08:002011-12-31T02:07:52.236-08:00Pisa naquele que te dá carinho!!!!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIGQScVdBrVpgQBZG-tDQXmqttRzeoRqOmhN4FCnzehVt-a_9OwwQSgrOZGoVN6nIcBd1CHeUtJ2juarpAbEoQyciB9De91Q8O8n7s2h-1EJshCKRa7igbt59_5Wumg0iVLZ2JDfJwWkIc/s1600/0222.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIGQScVdBrVpgQBZG-tDQXmqttRzeoRqOmhN4FCnzehVt-a_9OwwQSgrOZGoVN6nIcBd1CHeUtJ2juarpAbEoQyciB9De91Q8O8n7s2h-1EJshCKRa7igbt59_5Wumg0iVLZ2JDfJwWkIc/s320/0222.jpg" width="320px" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black; font-size: large;">Cartilha da mulher poderosa e realizada: pise no outro com firmeza, mas sem descer do salto!</span></td></tr>
<><><><><><><><><span style="color: black; font-size: large;"> </span></></></></></></></></tbody></table><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Bom dia, amados leitores!</span></span></span></b></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Última sexta-feira do ano, tem coisa mais gostosa? Bom, eu já estou aqui, curtindo os <strong>derradeiros dias de 2011</strong>, um ano que foi marcado por mudanças. Algumas, muito boas. Outras, nem tanto.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quanto à saúde, posso dizer que estou igualzinho ao <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Chapolin Colorado</b>: todos os meus movimentos são friamente calculados. Aceitei o fato de que tenho um problema na coluna que não pode ser ignorado. Portanto, atos comuns do dia a dia, como sentar, levantar, deitar, andar e outras “cositas más” (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">ficam a cargo de vossa imaginação</i>) precisam ser bem planejados antes de serem executados. Isso se eu não quiser passar mais uma semana travada em cima de uma maca dura e fria de um hospital do SUS. Então, paciência: é melhor devagar e sempre do que rápido e letal!</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Em relação às expectativas para 2012, posso dizer que não são tão extraordinárias assim. Na verdade a única coisa que preocupa é saber que <strong>não poderei mais usar os charmosos chapeuzinhos</strong>, já que o novo acordo ortográfico só nos permite escrever do jeito antigo (<em>que por sinal, demoramos séculos para aprender</em>) até o final deste ano. Tudo bem, eu sobrevivo.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Mas a razão pela qual resolvi escrever hoje é outra. Como está todo mundo naquele clima de alegria, felicidade, esperança e falsidade (<em>aposto que você vai abraçar aquele seu vizinho odioso na hora da virada, mas depois vai fazer a egípcia pra ele</em>), eu, que sou má e cruel, decidi fala sobre um assunto mais deprê: as <strong>decepções afetivas</strong>.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;"></span></span><br />
<br />
<span style="color: purple; font-family: Calibri; font-size: large;">Sim, pode pegar seu <strong>Prozac</strong> e uma caixinha de lenços, porque vamos entrar no túnel do tempo da dor e do desespero.</span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Quem nunca se decepcionou? Pode ser com um amigo querido, um familiar preferido, um companheiro idolatrado, um colega de trabalho admirado, enfim... Todo mundo já quebrou a cara. Ah! Você ainda não? Bom, pelo menos já sabe o que o futuro lhe reserva (<em>eu avisei que estava ferina hoje</em>). Mas é sério. Decepções e frustrações <strong>unem seres humanos e mulheres em salão de beleza</strong> tal qual os pólos negativo e positivo de um imã se atraem. É a lei do oeste!</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">E depois da decepção, lá se vão os <strong>questionamentos obsessivos</strong> (<em>Porque ele fez isso? Porque justo comigo?</em>), <strong>as noites mal dormidas</strong> e as <strong>indiretas no facebook</strong>. Ou no Orkut, se você ainda está curtindo uma fase demodê. Não é nada fácil superar e por mais que lhe digam que isso é bobagem, que ninguém merece todo esse sofrimento, a <strong>verdade é que você vai sofrer</strong>. E só o tempo vai curar. Ou não, se a sua “nóia” for caso de internação. Vai saber!</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">De repente pode estar se perguntando: mas <strong>Feminista de Arake</strong>, você veio até aqui só para dizer o que já sabíamos? Não tem nem uma formulazinha mágica, receita caseira ou livro de autoajuda para recomendar? Ih! Furou! Não tenho mesmo, fofa. Até porque, se tivesse, não sofreria com as MINHAS decepções, né?</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Na verdade o que mais me motivou a escrever foram as mu<strong>danças de valores e de características de personalidade</strong> que por conta dessas frustrações, aprendemos a valorizar e a almejar para nós mesmos. Durante toda a minha vida, escutei continuamente (<em>especialmente dentro do seio familiar</em>) o quanto eu era tola, boba e besta. Em outras palavras, <strong>uma abestada</strong>, como diria o Deputado Tiririca. Tudo isso porque sempre me preocupei com pessoas a quem queria bem (<em>independente de serem familiares, amigos ou companheiro</em>) aparentemente num grau maior do que a contrapartida. E claro que isso ocasionou, durante toda a minha vida, situações muito sofridas de decepção. Em parte, foi essa a razão de boa parte das dores físicas que hoje carrego.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Exageros à parte (<em>que devem ser coibidos pelo nosso próprio bem</em>), e avaliando de uma forma geral, o que tenho a dizer em autodefesa é que <strong>não me considero</strong>, por conta de tudo que já aconteceu, o <strong>lado errado da história</strong>. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quer dizer, eu posso até ter errado na forma de “jogar o jogo”, que talvez fosse muito mais complexo e cheio de regras do que fui capaz de perceber. Mas jamais vou admitir que <strong>mereço ser condenada pelo meu sofrimento tendo em vista a forma confiante e sincera com a qual me entreguei</strong>. Se são, efetivamente, as motivações que fazem toda a diferença <em>(já que atos aparentemente perfeitos podem esconder intenções bem ardilosas</em>), porque aceitaria que agi ERRADO quando meu único combustível era um sentimento sincero de amizade, amor e preocupação com o outro?</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Infelizmente, o que ocorre nesses casos é uma inversão absurda de valores.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A sociedade, para efeitos de “bandeira” (<em>que tem uma turma que adora levantar de todo tipo, sem nem direito saber porque</em>), pode até enaltecer e propagar admiração pelos <strong>Prêmios Nobel da Paz</strong>. Mas na prática, no dia a dia mesmo, <strong>inveja e sente vontade de ser aquele que sai atropelando Deus e o mundo e obtêm sucesso sem preocupar-se com os sentimentos alheios</strong>. Tudo numa tentativa louca de tentar ser do mesmo jeito, blindados contra o sofrimento e a decepção, já que aparentemente esses super-humanos nem sonham o que é isso.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;"><strong>Mulheres fatais</strong>, praticamente fêmeas andrógenas que para todos os efeitos desconhecem noites de amargura e lamento pela perda de um amor. Pelo contrário: dispensam os míseros e condenados homens que tem o azar de por ela apaixonar-se.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;"><strong>Homens poderosos</strong>, colecionadores de conquistas e vitórias. Estão sempre seguindo em frente, caminhando sem olhar para trás. Se alguém se atreveu a cruzar seu caminho e alimentar (<em>ou ter alimentado</em>) suas esperanças, azar o do cristão. Ou melhor: culpa do “besta” que deveria ter detectado automaticamente a roubada em que se meteu, não importa o quão frágil estivesse esse cristão, ou o quão sincero fosse seu desejo de fazer o bem àquele exemplar majestoso de poder e sucesso!</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">No fundo, <strong>parece que ninguém mais admite sofrer em hipótese alguma</strong>. A tristeza, <strong>inerente à condição humana</strong>, tornou-se praticamente um erro imperdoável, uma condição inaceitável, <strong>quase uma falta de educação</strong>. O mundo de hoje é alimentado por todo <strong>tipo de ilu</strong>sões. Queremos assistir seriados para rir, tomar uns tragos para curtir, ouvir uma música animada para se jogar... Não pode sobrar espaço para parar e pensar no vazio que todos carregamos e nas lembranças ruins que todos guardamos. <strong>Depressão, ao que parece, nunca esteve tão na moda e, ao mesmo tempo, tão fora de moda</strong>. É tão fartamente diagnosticada (<em>Dr. Google que o diga</em>) e, ao mesmo tempo, tão largamente negligenciada. Todo mundo sabe que existe. E muito. Mas ninguém quer se deparar ou encará-la. Seja em si mesmo, ou em alguém que está passando por isso. Não se pode <strong>abrir espaço para o sofrimento</strong>, pois antes um sorriso falso do que nada, não é? Bom, pelo menos é o que dizem...</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Felizmente, alguns estudos tem caminhado no sentido inverso. Novas pesquisas na área da psicologia revelam que a depressão pode, sim, ter seu <strong>lado produtivo e positivo</strong>. E que, talvez, entupir um <strong>depressivo de remédios que equilibrem os níveis de endorfina e lhes garanta a felicidade artificial</strong> (<em>pelo menos durante algumas horas</em>) não seja exatamente a solução mais eficaz para o problema. Afinal, se você não <strong>confronta o que lhe aflige</strong>, se não conversa sobre isso e apenas encalca e maquia a sua dor, como poderá verdadeiramente saná-la por definitivo?</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="color: black;"><span style="font-size: large;"><strong>Quanto a mim, me orgulho de “ser uma besta”.</strong> Uma besta <strong>que ama, que se doa, que sente prazer em fazer coisas que garantam o bem estar daqueles a quem eu quero bem</strong>. Se vou quebrar a cara? Certamente. <strong>Muitas vezes</strong>. Talvez a única coisa que ainda precise aprender é a <strong>ME AMAR MAIS</strong>. Não para que esse amor próprio me isole num pedestal e me afaste de todas as pessoas (<em>afinal, todos os seres humanos são perigosos e ingratos em potencial</em>) e me prive da delícia que é proporcionar um momento de alegria para os alvos do meu afeto. Mas para que, durante a próxima decepção, possa <strong>me valer a certeza de que fiz tudo que estava ao meu alcance</strong>. E essa consciência tranquila seja o suficiente para <strong>garantir um sorriso sincero no meu rosto, apesar de toda a tristeza</strong>.</span></span></span></div><span style="color: black;"><br />
<span style="font-size: large;"></span></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><strong><span style="color: black;"><span style="font-size: large;">Feliz 2012!</span></span></strong></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-50791422570571065672011-12-19T06:52:00.000-08:002011-12-19T09:24:32.309-08:00Lá vem a coroa, lá! Lá lá lá lá lá lá!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQiYpeaHvHpXoKAEj4NQR1X_JYg6CtOiEDS_u-Icsth7-cVXtWuuKMHqknap0naUCmhIg0uYtuKmCGdHfI6wqxNGtZJOCWZu3Vv2sCV8aPuZwNKOLpgxoTKYWcqa1OHhyphenhyphenJrVfiZmuLXngT/s1600/abolo+cheio+de+velas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQiYpeaHvHpXoKAEj4NQR1X_JYg6CtOiEDS_u-Icsth7-cVXtWuuKMHqknap0naUCmhIg0uYtuKmCGdHfI6wqxNGtZJOCWZu3Vv2sCV8aPuZwNKOLpgxoTKYWcqa1OHhyphenhyphenJrVfiZmuLXngT/s320/abolo+cheio+de+velas.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Chegou a hora de apagar a "velhinha"!</td></tr>
</tbody></table><br />
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Finalmente chegou! <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">Hoje completo 31 “primaveras”</span></strong>. Ok! Estão mais para outonos sombrios, mas valeu a tentativa.</span><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span><br />
<u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Bom, pode parecer meio deprê para uma mulher passar dos 30. A partir dessa idade a força da gravidade é elevada ao cubo. Mas é evidente que a <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">magia dessa fase</span></strong> compensa todas as perdas, pois a <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">experiência e a maturidade</span></strong> são conquistas valiosas que tornam a mulher mais <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">plena e confiante</span></strong>. Por isso jamais trocaria essas preciosas aquisições só para voltar a ter 20 anos.<strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";"> Ah! A quem estou querendo enganar</span></strong>! É claaaarroooo que eu queria voltar aos meus 20 anos, até porque toda essa “maturidade” só serve mesmo pra gente enxergar mais nitidamente o mundo cruel e as pessoas mais cruéis ainda que vivem nele. <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">A miopia romântica da juventude </span></strong>torna tudo mais leve e mais fácil, não dá pra negar.<o:p></o:p></span></div><br />
<br />
<div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">No entanto, me consola o fato de eu acreditar em reencarnação. Então<strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";"> voltarei a ter 20 anos</span></strong> outras vezes, mesmo que não seja mais sobre esse planetinha azul que provavelmente vai me expulsar depois de seu inevitável processo de regeneração. Tem nada não. Vou viajar por outras galáxias de graça, tá, meu bem. E enquanto estarei vivenciando uma <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">experiência extraterrestre</span></strong>, vocês estarão pagando impostos para sustentar a <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">NASA com bilhões de dólares</span></strong>, só para que ela me procure pelo espaço sideral. Algo digno de uma <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">celebridade intergaláctica</span></strong> arredia e blasé! Meu sonho!<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Pois é. Enquanto invento desculpas pra sustentar o orgulho da minha desolação, <strong><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">aproveitei para avaliar mais um ano que se passou</span></strong>, por sinal, muito mais rápido do que eu gostaria. E ainda vem a nariz de tomada da <strong>Daniella Albuquerque</strong> querer que o ano tenha só 361 dias. Pra ela é fácil, né. Tem a grana do maridão e o Dr. Rey ali pertinho pra deixá-la toda esticada. Bom, mas voltando ao tema da reflexão pós traumática (<em><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">o trauma é o aniversário, tá, gente</span></em>), confesso que essa data especial não está sendo das melhores. Mesmo deixando de lado a questão do peso da idade, que no final das contas não é tão relevante assim (<em><span style="font-family: "Calibri","sans-serif";">mentira de novo</span></em>), meu <strong>nível de melancolia</strong> está mais elevado do que o de costume. Também, pudera. Ano passado eu estava linda, serelepe e saltitante, comemorando e festejando com amigos ao som contagiante da <strong>Lady Gaga</strong>. Enquanto que meus planos para hoje incluem uma insossa sessão de fisioterapia especial que custa os olhos da cara. Tudo pra ver se consigo aplacar um pouco dessa dor pungente e constante. Mas quer saber, analisando sob outro ponto de vista, posso até dizer que estou bem mais irresistível. Porque quando levanto pela manhã, os sons que ecoam dos meus ossinhos parecem estralos que saem daqueles <strong>plásticos-bolha</strong> que exercem um inexplicável poder de atração sobre qualquer ser humano da face da Terra. Só não inventem de tentar me espremer que eu não tenho mais saúde pra isso.<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Mas no geral, posso dizer que estou, se não feliz, pelo menos satisfeita. Porque tive a graça de ter sido capaz de, mesmo em momentos muito críticos, tomar decisões difíceis e dar uma guinada na minha vida. E acredito que Deus premiou minha coragem <em>(temperada por uma dose generosa de inconsequência</em>), porque consegui um encaminhamento mais rápido do que imaginava. Isso restabeleceu a autoconfiança, renovou as esperanças e fez acreditar que eu poderia (<em>e sempre posso</em>) vencer o medo e fazer coisas das quais tantas vezes me julguei incapaz. É, sem dúvida, um <strong>alento para uma fase tão delicada</strong>. E, principalmente, uma lição para os próximos momentos difíceis que certamente ainda virão.<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">E quer saber? No final das contas, a vida é assim mesmo. <strong>Uma hora por cima, outra por baixo</strong> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">não sejam maliciosos que não estou podendo pensar nessas coisas</i>). E compreendi que essa crise de <strong>saúde e a solidão</strong> que agora me assola e maltrata, certamente representam uma <strong>parada forçada do próprio corpo</strong> para lembrar que preciso olhar mais para dentro de mim. As distrações e alegrias fugazes já não são mais eficientes. Talvez o fossem, nos meus 20 anos. Mas agora já deu o que tinha de dar.<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"></div><div style="text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Não sei se nesse processo de exploração interior vou gostar do que verei (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">imagino que meu fígado e rins não sejam nada bonitos</i>). No entanto, cansei de me maquiar e fingir que me entendo. Mesmo que doa, admito que o <strong>autoconhecimento é condição expressa para a autoaceitação</strong>. Uma análise nua e crua, sem <strong>favorecimentos ou condenações exageradas</strong>. Só não me perguntem o que vai sair disso. Não faço ideia de quais caminhos e decisões vou tomar. Mas ao ponto em que eles forem sendo traçados POR MIM, dividirei com vocês algumas impressões e consequências. Na medida do possível, é claro. Afinal, aprendi que é <strong>melhor amargar em silêncio as suas dores</strong>, do que sofrer com a expectativa do que foi compartilhado. Pelo menos você só espera algo de si mesma. Ponto!<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;">Agora vou indo. Preciso <strong>comprar as lembrancinhas e alugar o vestido</strong> para debutar na sociedade. É como sempre digo: <strong>Maturidade é tudo</strong>!<o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div style="text-align: justify;"><br />
<span style="color: black; font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 13pt;"><strong>Beijos da coroa enxuta!</strong></span><span style="font-size: 13pt;"><o:p></o:p></span></div><u1:p></u1:p> <br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 10pt; text-align: justify;"><br />
</div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-67629706550426925962011-12-12T11:01:00.000-08:002011-12-12T11:08:35.084-08:00Pra que ser você se você pode ser melhor?<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif;"> </span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Ah! Dezembro! Último mês do ano! Em todo o planeta, <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">milhões de seres eufóricos</b> se descabelam em busca das mais variadas formas de gastar seus suados <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">13º salários</b> (<i style="mso-bidi-font-style: normal;">poupança que é bom ninguém lembra, né?</i>). Minha situação é ainda mais trágica, porque a mudança de rumos profissionais reservou-me famigerados “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">dois doze avos</b>”. Tudo bem, melhor do que nada. Dá pra comprar alguns pacotes de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Salonpas</b> para curtir a virada do ano com um look branco totalmente ousado e inovador. Se <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Lady Gaga</b> pode aparecer vestida de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">carne</b> e a <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Mulher Melão</b> com <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">pulseira de atadura verde</b>, porque eu, uma feminista vanguardista, não posso usar um <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">top de emplastros</b>?<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"><br />
</span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Nesse contexto, ocorre que as indústrias de exploração capitalista desconhecem meu estado de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">total falência econômica</b> e por isso já começaram a bombardear meu e-mail com ofertas de todo tipo. <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Emagrecedores, Bronzeadores, Alisadores, Protetores, Mordedores</b>, enfim, tem de tudo. E para piorar, ainda inventaram os tais sites de compras coletivas, que lhe permitem desfrutar da nata dos essenciais serviços supérfluos de classe A. E ainda que o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">mau atendimento seja garantido ou seu dinheiro de volta</b>, ainda assim vale a pena dar uma pinta naquelas <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">clínicas de estética luxuosíssimas</b> munida do seu cupom de desconto feliz da vida, ignorando o <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">desolhar de desprezo das patricinhas</b> vip’s que adquiriram os mesmos serviços pelo preço TOP, ou seja, com direito a sorrisinho falsos e comentários sobre a absoluta falta de necessidade de submeterem seus sarados e perfeitos corpinhos às sessões de drenagem e pavimentação. Perdão, esse parte final do comentário é reflexo da minha nova rotina.<o:p></o:p></span></span></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;"> <span style="color: black;"> </span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Em meio a esse arsenal de ofertas, recebi um e-mail com a seguinte chamada:</span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"> </span></b><br />
<b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: red; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="background-color: yellow;">REJUVENESCIMENTO – NUNCA MAIS APARENTE A SUA IDADE!<o:p></o:p></span></span></b></div><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Como assim? Estão vendendo serviços de <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">criogenia ou embalsamento</b> em 12 vezes sem juros e com frete grátis? Bom, seja lá como for é realmente tentador, especialmente se você está “coincidentemente” no mês de seu aniversário. Uma data que até a casa dos “<b style="mso-bidi-font-weight: normal;">vinte e poucos anos</b>” era sinônimo de alegria e comemoração. Mas que <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">depois dos 30</b> perdeu uma boa parte do seu charme.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Sendo assim, logo pensei em garantir a minha cota de participação desse produto milagroso. Mas se fosse para <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">corrigir e disfarçar imperfeições</b>, só mesmo se <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">tivesse guardado todos os 13º salários</b> que torrei durante tantos anos de trabalho. Porque se o objetivo é não aparentar quem sou, no mínimo vou precisar de:</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHp2buRUWNtvNll2tZc-RX0DSIWyjLPW_seW0HSAiiUCvIujvrMZXERcuA2AIUdj8UYJQNdBrs_xvRMKYX960zq62iFR20QdqQ8xKzrUj90iIhhpU4pJMowxm-t_gAlNQwSBIJcthD80lU/s1600/pernas.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="109" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHp2buRUWNtvNll2tZc-RX0DSIWyjLPW_seW0HSAiiUCvIujvrMZXERcuA2AIUdj8UYJQNdBrs_xvRMKYX960zq62iFR20QdqQ8xKzrUj90iIhhpU4pJMowxm-t_gAlNQwSBIJcthD80lU/s320/pernas.jpg" width="320" /></a></div><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7Kwb7xh0ycJ0fLvNMrOALJZNCiLqbxrOkMdA06cUKWL3nYnmbINbcSz_BZMyoG96YpL2jarBo8DGznDc1jmqUlBTdRA628ICj0CGX-JVxJBDSMpyVzcT9A-R5UHXvhnxjwCPhUienjRUV/s1600/fio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="130" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh7Kwb7xh0ycJ0fLvNMrOALJZNCiLqbxrOkMdA06cUKWL3nYnmbINbcSz_BZMyoG96YpL2jarBo8DGznDc1jmqUlBTdRA628ICj0CGX-JVxJBDSMpyVzcT9A-R5UHXvhnxjwCPhUienjRUV/s320/fio.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNPNvoSk7fvMSrodieIwgiymtsRmBuiwxWtwZoixoUsaqLJQ1Z9F1iaGsL8jp-hcQbtT2zTWd5V2PZyadA4ej8A7CoS2V62teHHn68-x2ngHZgkJ-FBcPAJ1LqxkKX_r7smNqvnAChNPh/s1600/ox.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="147" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEigNPNvoSk7fvMSrodieIwgiymtsRmBuiwxWtwZoixoUsaqLJQ1Z9F1iaGsL8jp-hcQbtT2zTWd5V2PZyadA4ej8A7CoS2V62teHHn68-x2ngHZgkJ-FBcPAJ1LqxkKX_r7smNqvnAChNPh/s320/ox.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO9S-oGnbPpMeG0pD9R-7QN1iWmbyzRSmMHdhGgLwOV7HYGMqHHd08UmQJYjQo2IfGGNXaiB_mlm5YDhSpXvGC_2HgHiV1tA7ufEH6W0BWoBxwBPDlHQtlbc8FJz52RnAjf_IC0E7BWJSW/s1600/SAPATO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="130" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhO9S-oGnbPpMeG0pD9R-7QN1iWmbyzRSmMHdhGgLwOV7HYGMqHHd08UmQJYjQo2IfGGNXaiB_mlm5YDhSpXvGC_2HgHiV1tA7ufEH6W0BWoBxwBPDlHQtlbc8FJz52RnAjf_IC0E7BWJSW/s320/SAPATO.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBs1xKs27VzCUX0hzRjC6W9zPvoI9FfGYGiwvU3_1ficlknObENOY_J1DObybkKIgZcKoR_3RtiB55XJrY3K4JxJbpB514RbstJDhu-9tXDsfGLyD9bGSBdYSftJH_DK-W_VnApCMxmisL/s1600/DRREY.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="128" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjBs1xKs27VzCUX0hzRjC6W9zPvoI9FfGYGiwvU3_1ficlknObENOY_J1DObybkKIgZcKoR_3RtiB55XJrY3K4JxJbpB514RbstJDhu-9tXDsfGLyD9bGSBdYSftJH_DK-W_VnApCMxmisL/s320/DRREY.jpg" width="320" /></a></div><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhQtevnkX893xw4IZHSt-ZTPBO2-NRIO9oxUL2rKQleWnjHeaf20uXrXGs9xgBQnWIVswUrxlwHUwem_J5lYXxrrToTLS91B3SG7zsEInuu1332MJrfmyXBppShZLme-ue76vwwQ5WS5kD/s1600/TODYNHO.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="186" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhQtevnkX893xw4IZHSt-ZTPBO2-NRIO9oxUL2rKQleWnjHeaf20uXrXGs9xgBQnWIVswUrxlwHUwem_J5lYXxrrToTLS91B3SG7zsEInuu1332MJrfmyXBppShZLme-ue76vwwQ5WS5kD/s320/TODYNHO.jpg" width="320" /></a></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Bom, meus lindos, como podem ver o que não faltam são recursos para que não precisemos mais sofrer pelo fato de sermos imperfeitos. E lembre-se: época natalina é época de presentar, de amar ao próximo incondicionalmente. Aproveitem e corrijam também as imperfeições de seus espíritos mesquinhos e avarentos treinando um pouco do desapego material. Uma boa sugestão é <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">doar uma parte do seu 13º àqueles</b> que foram privados do valor integral. E pra quem não entendeu a indireta, estou aceitando cupons de compras coletivas com o maior prazer.<o:p></o:p></span></span></div><span style="color: black;"> </span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;"><b>Dezembro, aqui vou eu!</b></span></span><br />
<br />
<span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="background-color: yellow; color: black;"><strong>P.S.: Esse post não foi patrocinado por absolutamente ninguém. Mas bem que poderia ter sido!</strong></span></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-81925306416870953352011-12-09T10:25:00.000-08:002011-12-09T14:59:20.519-08:00Maktub<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL8caLaI8X91zxa9zOxK89SIffaHydHxS7GAycfExu3urcqAoVjJLaKo1LMxV0j20mjSvvIIbkAv4tLhI4_PHug6vuriZp-JO3zO1Upbuy_W-Dp-ku_q9xbCZ1uGd9Vcp7J67QBV0zQK6g/s1600/Batom+-+Camisa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="156px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhL8caLaI8X91zxa9zOxK89SIffaHydHxS7GAycfExu3urcqAoVjJLaKo1LMxV0j20mjSvvIIbkAv4tLhI4_PHug6vuriZp-JO3zO1Upbuy_W-Dp-ku_q9xbCZ1uGd9Vcp7J67QBV0zQK6g/s320/Batom+-+Camisa.jpg" width="320px" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><strong><span style="color: black;">Nem vem tentar me convencer que isso é arte abstrata porque comigo não cola!</span></strong></td></tr>
</tbody></table><div style="text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Calibri;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">A leitura sempre representou muito mais do que uma mera distração ou incômoda obrigação: ela é o caminho que encontrei para saciar uma inesgotável curiosidade (<i>lembra daquele menino pentelho do Castelo Ra-Tim-Bum?</i>). E quanto mais eu exploro, mais o conhecimento se aprofunda, denunciando as limitações do meu minúsculo espírito prepotente.</span></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;"><br />
<span style="color: black;"></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Agora que reduzi minha autoestima às proporções nanométricas, preciso assumir que embora seja apaixonada pela leitura, torço o nariz para alguns gêneros. A poesia, por exemplo. De repente essa personalidade ansiosa e inquieta de querer conceber e abarcar tudo-junto-e-misturado-de-uma-vez-só, naturalmente conduziu minhas preferências às crônicas, contos e romances. E embora tenha feito tentativas no sentido de coibir esse pensamento preconceituoso, é bem verdade que muitas experiências resultaram em frustração.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Sei lá, por vezes me parece figurativo demais, tipo a fábula da “<b>Roupa Nova do Rei</b>”, quando ninguém queria admitir que fosse burro por não conseguir enxergar aquele exemplar majestoso de vestimenta, visível apenas para os inteligentes. Ou como certas manifestações de “<b>arte-abstrata</b>”. Você se dispõe a perder duas horas da vida olhando para uma tela branca com um círculo vermelho pincelado no centro, torcendo para que seja agraciado com um <b>Insight</b> que o permita captar toda a genialidade contida naquela obra e, enfim, traduzir a mensagem subliminar codificada pelo pintor. Esquece. Não tem nada mesmo pra ver. <b>É só um círculo vermelho no meio de uma tela branca</b>. A explicação mais provável para ele estar ali é que algo foi insuficiente: a tinta, a disposição ou mesmo o talento do artista. Revestir as coisas numa aura de incompreensão e mistério é fórmula batida para transformar um embrulho vazio num pacote dourado e atraente, acessível apenas aos poucos “eleitos” a quem foi concedido o poder do entendimento. Ora bolas, se fosse por isso a <b>Gaga de Ilhéus</b> seria uma sumidade superdotada, porque não entendo absolutamente nada do que ela diz.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Porém, algumas simples manifestações do acaso premiaram meu gênio indomável com “aquela” sensação. Foi o caso do Poema </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Invictus</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">, um texto curtinho, escrito em 1875 pelo inglês </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">William Ernest Henley</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">. Antes de falar mais sobre o texto e as emoções que despertou em mim, compartilho com vocês essa obra prima:</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b><span style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Invictus</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">“Noite à fora que me cobre</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Negra como um breu de ponta a ponta,</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Eu agradeço, a quem forem os deuses</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Por minha alma incansável.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Nas cruéis garras da circunstância</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Eu não fiz cara feia ou sequer gritei.</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Sob as pauladas da sorte</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="color: black;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Minha cabeça está sangrenta, </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">mas não rebaixada.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Além deste lugar de raiva e lágrimas</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">É iminente o horror da escuridão,</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">E ainda o avançar dos anos</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Encontra, e me encontrará, sem medo.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Não importa o quão estreito seja o portão,</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">O quão carregado com castigos esteja o caminho,</span></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b><span style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;">Eu sou o mestre de meu destino;</span></b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"></span></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><b><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Eu sou o capitão de minha alma.”</span></span></b></div><div align="center" class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Fiz questão de destacar os últimos versos porque considerei os de maior impacto. E coincidentemente abordam um tema que há dias vinha pensando em escrever e não sabia como: <b>o destino.</b></span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Embora não me agrade a ideia de usar este espaço para tatear pelo terreno minado que é a religião (<i>em respeito aos leitores e suas convicções divergentes</i>), preciso dizer que tenho uma convicção religiosa (<i>e porque não dizer, filosófica</i>) de que tudo de bom ou ruim que acontece na vida tem uma explicação, presidida pela <b>Lei de Causa e Efeito</b>. E dessa certeza parte meu entendimento sobre tudo: Deus, o Universo, as pessoas e os acontecimentos.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Porém, não é raro que quem pense assim tenha uma tendência em atribuir todos os fatos da vida a um destino inexorável, superior ao nosso controle. Se algo terrível e inesperado lhe aconteceu, é em decorrência desse destino que você mesmo plantou tempos atrás. Portanto, cabe apenas aceitar a justiça dos fatos.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Comigo não foi diferente. Talvez pela inclinação negativista eu tenha deturpado essa convicção. E ao invés de enxergar e consequentemente compreender todas as mínimas nuances, avaliando a crença num contexto mais amplo, preferi me apegar ao determinismo e rezar para que nada de ruim me ocorresse, considerando que nada poderia fazer para modificar essa realidade. Mas algumas reflexões me ajudaram a evoluir nesse aspecto. E o poema de Ernest foi a cereja do bolo!</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">O texto foi escrito numa cama de hospital, num dos muitos momentos de atribulação que marcaram sua vida. Vítima de uma tuberculosa óssea, teve a perna amputada ainda na adolescência, ficou órfão de pai muito jovem, perdeu a única filha vítima de meningite e, mesmo tendo convivido com a enfermidade que o assombrava e a deficiência física durante quase toda a vida, conseguiu chegar aos 53 anos de forma lúcida e ativa, justamente numa época em que a expectativa de vida não era lá essas coisas. Era um homem de personalidade forte e de profundas convicções, que fazia questão de defender com ardor, o que tornou célebre algumas inimizades como com o escritor Oscar Wilde, contra quem escreveu uma crítica desfavorável.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">A impressão que Invictus me passou é que, independente dos preceitos religiosos vigentes naquele período e que envolviam os destinos dos homens e as características da entidade superior que os controlava, William não subestimou os poderes de </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">SUA força de vontade</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;"> e de seu </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">livre arbítrio</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">. Independente dos desígnios “dos deuses” (</span><i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">sejam eles quais forem, considerando a forma como diferentes religiões os pintavam</i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">) e das circunstâncias da vida que tão duramente e continuamente o golpeava, ele não se permitiu abalar ou desistir. Ou acreditar-se </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">fadado a um caminho inevitável</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">, cuja mudança estaria fora de seu alcance. E Ernest não teme chocar ou ferir o melindre religioso: afirma que independente das consequências do caminho que tenha escolhido e dos castigos que disso tenham advindo (</span><i style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">ou ainda venham a ocorrer</i><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">), ele assume todos os riscos, declarando-se </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">CAPITÃO DA SUA ALMA</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">. Veja bem: ele não diz que é o “</span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">dono</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">”, mas sim o “</span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">condutor</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">”.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">William, na minha concepção, captou a distinção exata entre <b style="mso-bidi-font-weight: normal;">resignação e conformismo</b>, cuja diferença é, ao mesmo tempo, <b>sutil e gritante</b>. Uma representa a reação do otimista. A outra, a do pessimista.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="color: black; font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">A resignação é o sentimento do trabalhador que é surpreendido pelo desemprego, e embora abalado pelo triste acontecimento, aceita que nada mais pode fazer EM RELAÇÃO ÀQUELA VAGA PERDIDA. Mas nada o impede de encher-se de coragem e confiança e assim, no da seguinte, lançar-se no mundo em busca de uma nova colocação. O conformista, por sua vez, recolhe-se ao estado de agitação e desespero, procurando culpados e vestindo-se do papel de vítima. E ao invés de concentrar suas energias no sentido de seguir em frente, prende-se ao passado, remoendo sua dura sina.</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Resignado é o homem que, por uma fatalidade, perde uma perna e aceita o fato de que outra perna não irá nascer no lugar. Sua deficiência é incontestável, mas ele contesta, sim, o nível de limitação à que estaria “condenado”. Corajoso, rejeita uma vida de dependência e ócio e lança mão de todos os recursos disponíveis aliado à sua força de vontade, que o permitem superar e mudar os contornos de seu “destino”. Ao passo que o conformista carrega a deficiência imediatamente para sua forma de pensar, de agir, de lidar consigo e com o mundo. Torna o sofrimento tão superlativo que em alguns momentos a gente até imagina que o sujeito gosta mesmo de sofrer e se num passe de mágica fosse-lhe ofertada a oportunidade de reverter a situação, ele recusaria, porque daí não teria mais do que se queixar.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Em resumo, de certa forma, acredito, sim, que alguns fatos da vida estão fora do nosso controle e simplesmente ocorram, independente de desejarmos ou esperarmos o contrário. Talvez seja essa a parcela que o "destino" nos reserva. Porém, o que faremos DEPOIS desses fatos é que faz toda a diferença. A dor de quem sofre é sempre a mesma, o peso do golpe é igualmente forte, o choro pela perda não é menos amargo. Mas os INVICTUS não se permitem transformar o pranto em dilúvio nem fazer da tristeza o seu estado habitual. Eles lutam e vencem ao final de tudo, porque assumem as rédeas de sua vida. São os <b>CAPITÃES DE SUAS ALMAS</b>.</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">Talvez seja esse o meu maior objetivo de vida: </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">ser mais forte</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">. Não aquele conceito de “força” místico e exagerado que mais parece um estado de dormência, já que pretensamente blinda o sujeito contra tudo de ruim. O mundo pode tá se acabando e ele ali, </span><b style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">fazendo cara de Chuck Norris</b><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 16px;">. Esquece. Isso só existe nos filmes. Na prática, enquanto o atorzão faz caras e bocas, tem um dublê lá, se matando no lugar dele. O que quero conquistar a cada dia é a VERDADEIRA força, no sentido da superação, da volta por cima, da BRAVURA pra enfrentar as dificuldades que toparem pelo meu caminho. Afinal, ninguém está imune ao sofrimento. Mas certamente podemos nos tornar imunes à ideia de que as pancadas da vida tornam a existência irreversivelmente insuportável. No final das contas, vale sempre a certeza de que tudo vai passar!</span></span></div><span style="color: black; font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-family: Calibri; line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-family: Arial, sans-serif; font-size: 12pt;"><span style="color: black;">Um grande beijo para todos!</span></span></div><span style="font-family: "Times New Roman";"></span><br />
<span style="font-family: "Times New Roman";"> </span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-27802848876686194472011-11-22T09:05:00.000-08:002011-11-24T14:46:06.498-08:00Hoje vai ser uma festa...<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2wgObevx_liloJLlfxEfi9gHGTW3dMgYKWGQt2FczyfNqNZ7W9dvaNBU7KoRTMH7CdxmBkVI6gJ52F8gsbW15wvDa4God5zXg0lwh1c4aLzSNBrPv6wkML_JpPEK7UQO4ttdmH0HcrvD/s1600/a8238.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" hda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgD2wgObevx_liloJLlfxEfi9gHGTW3dMgYKWGQt2FczyfNqNZ7W9dvaNBU7KoRTMH7CdxmBkVI6gJ52F8gsbW15wvDa4God5zXg0lwh1c4aLzSNBrPv6wkML_JpPEK7UQO4ttdmH0HcrvD/s1600/a8238.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Se alguém vier com essa moda anos 80 de me jogar ovo cabeça, saiba que será eternamente amaldiçoado pela minha chapinha!</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;"><strong>Bom-Di-AAAAA!!!!!</strong></span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Meus amados leitores, vocês por acaso sabem que dia é hoje? Não. <strong>Hoje não é dia de rock, bebê</strong>. Mas é algo tão importante quanto.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Hoje, dia <strong>22 de novembro de 2011</strong>, é o aniversário do <strong>1º ano de vida do FEMINISTA DE ARAKE</strong>. Sim, o tempo passa, o tempo voa! E para vocês <strong>que achavam que eu estava na “peor”,</strong> afirmo com orgulho que nos últimos 365 dias muitas novidades aconteceram: <strong>novos pés de galinha</strong> andam ciscando na minha face, <strong>novas estrias</strong> abrem caminho pela minha pele (<em>já está quase uma transamazônica</em>), <strong>novas células adiposas</strong> estrearam no meu corpinho ao passo que as antigas já não respondem mais aos meus jejuns e privações gastronômicas. Em resumo: não sei <strong>por que cargas d’água deveria comemorar alguma coisa</strong>, mas, enfim, festeira do jeito que sou, sempre arranjo um bom motivo.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">E o motivo é que, embora algumas pessoas acreditem que <strong>expor meus pensamentos tortos e emoções anormais</strong> numa página virtual (<em>tão fria e impessoal</em>) seja algo inútil, abjeto e desprezível, para mim, o blog adquiriu uma <strong>conotação muito significativa</strong>. Pode parecer meio clichê dizer que nesse tempo, eu mudei. Mas para dar um tom mais poético a esse “lugar comum”, vou recorrer à dialética de <strong>Heráclito</strong>, quando afirmou que “<em>um homem não toma banho duas vezes no mesmo rio</em>”, posto que nem ele nem o rio são mais os mesmos.</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Pois é! Nem eu, nem o blog, somos os mesmos. Comparando algumas postagens, especialmente as que ficam nas extremidades (<em>as primeiras e as últimas</em>), fica claro que o tom, a estética e, claro, as inspirações, mudaram bastante. Às vezes me pego num estado de <strong>surpresa</strong> ao ler aquilo que eu mesma <strong>escrevi há meses atrás</strong>. E só vou entender o porquê de ter escrito assim ou assado quando <strong>rememoro os episódios que motivaram o texto</strong>. Muitos desses episódios e seus protagonistas, vocês desconhecem. Mas basta ler uma linha para que as <strong>emoções relacionadas aflorem</strong> e me deixem com a sensação de que a nossa vida é realmente uma <strong>montanha russa</strong>. De picos de alegria a poços profundos de depressão, só uma coisa foi previsível e constante: <strong>a mudança</strong>!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Em algumas de minhas releituras, pensei o quanto fui precipitada, estouvada... Outras, até firmaram alguns propósitos. Algumas, inclusive, expressam um <strong>assombroso tom profético</strong>, antecipando <strong>impressões que se tornaram fatos</strong>. Só não vou me sentir a<strong> Mãe Diná</strong> porque ao invés de acreditar que o Cosmos foi responsável por tais “<strong>presságios</strong>”, é mais fácil (<em>e racional</em>) presumir que <strong>minhas próprias opiniões e sentimentos</strong> inevitavelmente <strong>conduziram meus passos à determinadas situações</strong>. Nosso destino se constrói mediantes nossas atitudes. E nossas atitudes, são apenas <strong>conseqüências daquilo que pensamos</strong>! Essa máxima só não vale para estados de plena ilusão e delírio quando você se imagina agarrando o <strong>Johnny Deep</strong>. Esquece, ele nunca vai ser seu!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Mas de todos os efeitos (<em>bons ou ruins</em>) resultantes da decisão de criar este espaço, para mim, hoje, nada se compara ao <strong>encanto de produzir sobre as pessoas</strong> (<em>especialmente as que me conhecem pessoalmente</em>) as <strong>impressões e idéias mais contraditórias possíveis</strong>. Quem eu realmente sou, o que quero, se há fundo de verdade por trás de alguma ironia ou se é apenas veneno destilado na intenção de confundir. É uma imprevisibilidade que surgiu da geração espontânea, sem maiores pretensões, e nisso <strong>reside o charme da minha obra</strong>. Pelo menos pra mim, é claro!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Bom, quanto a isso, recorro mais uma vez à poesia, desta vez do cantor que gosta muito de te ver, leãozinho: “<strong>Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é...</strong>”. É o <strong>Dom de Iludir</strong>, que todos cultivamos para nossa própria sobrevivência. A Luciana do dia a dia é uma, mas a que aqui escreve, é outra. <strong>Simples assim</strong>!</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="font-size: 12pt;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">E para reforçar a simbologia deste novo ciclo, nada melhor do que, paralelamente, também estar no <strong>início de uma nova fase de vida</strong>. Alguns percalços e frutos dessa e de outras experiências certamente serão divididas com vocês. E assim, topando aqui, levantando ali, iremos nos reencontrar <strong>daqui a mais um ano</strong>. Quem sabe o próximo aniversário seja menos chinfrim e role pelo menos <strong>Kissuki de uva com Maria Maluca</strong>. Por hora, perdoem meus maus modos. Vocês sabem, a coisa tá preta (<em>por enquanto</em>).</span></span></div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: center;"><span style="font-family: Calibri;"><strong><span style="color: magenta;"><span style="font-size: large;">Feliz Aniversário, Feminista de Arake!</span></span></strong></span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-32575164458198868102011-11-19T07:12:00.000-08:002011-11-20T08:06:26.459-08:00Atenção! Mulher Trabalhando!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7irnOVFZtUhTEjPJNxX4FFu_rzWGrUirkTDBnjp18eBEPB5mg1gOCkJZfkEfixzMbmyWbdirpuT1WS4YLPGpnt_YCGIlEv-2IdFSjLipz0riuIeX4wf3ARxN8uJNZWrXXwLNyva5ibi73/s1600/simbolo+mulher+trabalhando.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" hda="true" height="263px" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj7irnOVFZtUhTEjPJNxX4FFu_rzWGrUirkTDBnjp18eBEPB5mg1gOCkJZfkEfixzMbmyWbdirpuT1WS4YLPGpnt_YCGIlEv-2IdFSjLipz0riuIeX4wf3ARxN8uJNZWrXXwLNyva5ibi73/s320/simbolo+mulher+trabalhando.jpg" width="320px" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">É hora de botar a mão na massa, sem amarrotar o vestido nem borrar a maquiagem!</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;"><strong>Bom dia, gente amiga do meu Brasil!</strong></span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Hoje é sábado! E que <strong>belo sábado</strong>! E para mim esse sétimo dia tem um sabor todo especial (<em>além do gosto de arroz com brócolis que acabei de queimar por culpa de vocês</em>). <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>É o<strong> primeiro descanso remunerado</strong> depois do meu <strong>retorno triunfal </strong>ao concorrido, louco e caótico <strong>mercado de trabalho</strong>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Sim, voltei ao batente. E, pra variar, <strong>caí de pára-quedas numa função inteiramente nova</strong>, dessa vez no escritório de uma construtora. Numa postagem anterior (<strong><a href="http://feministadearake.blogspot.com/2011/10/retalhos-tao-pequenos-de-nos-dois.html">Retalhos tão pequenos de nós dois</a></strong>), já havia comentado sobre esse traço tão peculiar da minha personalidade, sobretudo no campo profissional. Pois é, agora mais uma <strong>peça acaba de ser acrescentada a esse mosaico </strong>que compõe a trajetória da Feminista fajuta.</span><br />
<br />
<span style="color: black; font-family: Calibri;">Eu, que um dia <strong>fui tão glamourosa</strong>, agora estou em meio a sacos de cimento, cerâmicas, tintas e afins. Além de papéis, muitos papéis! E tudo isso envolvida por um <strong>embriagante aroma de cânfora e mentol</strong>. Sim, porque para voltar a trabalhar precisei destinar uma parte do meu salário a incontáveis pacotes de <strong>emplastros Salonpas</strong>, diariamente aderidos a uma coluna castigada por anos de afinco, dedicação e paranóia perfeccionista. É sério! Por baixo dos meus vestidinhos fashion (<em>que mesmo cobertos de cimento, não deixei de usar</em>), eu <strong>pareço uma múmia</strong>! Só espero que a <strong>Hisamitsu leve em conta a propaganda inteiramente gratuita</strong> que estou fazendo neste blog internacionalmente conhecido e me presenteie com <strong>embalagens gratuitas dos curativos salvadores</strong>. Fica a dica!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Mas quando parei para pensar nessa novidade, <strong>percebi que ela não era tão inédita assim</strong>! Na verdade, ela representa um <strong>retorno às origens</strong>. Porque minha primeira experiência profissional (<em>informal, mas tá valendo</em>) foi justamente <strong>relacionada com material de construção</strong>. Meu velho, querido e saudoso <strong>papai</strong> era um <strong>visionário empreendedor</strong>, embora não tenha obtido o sucesso que pretendia. Mesmo trabalhando durante anos como empregado, <strong>alimentava o sonho de ser o próprio patrão</strong>. Fez várias tentativas de abrir um pequeno negócio e reunia bastante competência e habilidades com vendas, negociações e controle financeiro. Pena que não herdei este último talento, <strong>porque vivo à beira da falência</strong>. Mas quanto ao resto, tenho mesmo a quem puxar!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Uma das suas empreitadas foram <strong>depósitos de construção</strong>. Quando eu tinha 7 anos de idade, ele deu início ao primeiro, em sociedade com um parente. E meu pai fez questão de me colocar a par desde o princípio. Ele sempre dizia que eu era muito inteligente e aprenderia rápido. Então, numa época em que <strong>computadores eram máquinas infinitamente distantes da nossa realidade</strong>, ele me levou àquele pequeno e promissor negócio, sentou solenemente numa mesa, me apresentou uma caixa com várias <strong>fichas individuais de controle</strong> (<em>referentes a cada um das centenas de produtos à venda</em>) e explicou o que cada um significava (<em>desde pregos, tijolos, tubos, conexões e tudo mais</em>), onde estavam expostos e estocados, como medi-los, quantificá-los, vendê-los e, principalmente, o controle diário de entrada e saída, com precificação e cálculo de percentuais e lucros. Não sei como isso foi possível, <strong>mas sobrevivi</strong>! Absorvi a lição, embora ainda hoje tenha uma enorme preferência por letras, ao invés de números (<em>deve ter sido trauma decorrente da experiência</em>). Mas, não obstante a capacidade e a dedicação do meu pai, o empreendimento não deu certo. Bom, pelo menos não pra ele. O tal <strong>sócio passou a perna no coitado</strong> e apropriou-se indevidamente do comércio. Algo dífícil de engolir!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">No entanto, duas lições importantes restaram da experiência. A primeira: <strong>não confie em ninguém</strong>! Bom, quanto a essa <strong>nem ele e muito menos eu aprendemos patavina nenhuma</strong>. Nesse ponto, sempre fomos idênticos. <strong>Dois bocós</strong> que acreditavam na conversa fiada de qualquer Zé Mané. Prova disso é que depois dessa, <strong>papai foi enganado muitas outras vezes</strong>. E eu também já tive meus prejuízos por confiar demais. Alguns deles, até bem recentes e que me causam dor de cabeça só de lembrar. Mesmo assim, ainda <strong>creio que todo ser humano é digno da minha confiança, pelo menos até que me prove o contrário</strong>. Há um ditado que diz que o <strong>desconfiado excessivo erra tanto quanto aquele que confia em demasia</strong>. Afinal, sua suspeita quanto a tudo e a todos é tamanha que <strong>espera sempre o pior das pessoas</strong>, agindo de forma hostil, continuamente armado para o ataque iminente do inimigo que, na sua cabeça, <strong>está em todo lugar</strong>. Com isso, acaba <strong>encontrando seu malfadado destino justamente no caminho que tomou para evitá-lo</strong>. Pensamento é energia e não tem como não atrair àquilo para o qual empenhamos, tão obsessivamente, os nossos pensamentos. Até porque, ainda que não ocorra a punhalada que o desconfiado tanto espera, fica difícil pra qualquer um <strong>conviver com quem nunca baixa a guarda</strong> e vive repelindo e interpretando da forma mais deturpada e agressiva possível, <strong>qualquer tentativa inútil de afeto ou aproximação</strong>. E cedo ou tarde, o mais bem intencionado dos amigos decide se afastar, por não suportar mais dar murro em ponta de faca.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Mas isso é outra história. Quanto à <strong>segunda lição</strong> a que me referi, é a que de <strong>tudo tiramos um proveito</strong>. Toda experiência, todo aprendizado, toda tentativa é válida, mesmo que os frutos, a princípio, <strong>sejam duros e amargos</strong>. Paciência. <strong>Vai chegar uma época em que a árvore vai vingar</strong>. E produzir, ao seu tempo, bons resultados.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Pois é. <strong>Chegou o período da minha colheita</strong>. Lá vou eu desenterrar da memória os conhecimentos latentes sobre o assunto, para aplicar nessa nova fase. Quem sabe isso sirva ainda para superar <strong>a lembrança negativa</strong> inevitavelmente associada ao fato. Porque coragem e disposição para aprender, eu tenho de sobra. Só preciso que a <strong>coluna dê uma trégua</strong> e me ajude a vivenciar mais essa <strong>peripécia profissional</strong> com a saúde e o bem estar de que tanto necessito. <strong>Torçam por mim</strong>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;"><br />
</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black; font-family: Calibri;">Beijos,</span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-5396903416864936924.post-34492017381894072962011-11-15T08:25:00.000-08:002011-11-15T09:33:15.035-08:00Faz parte do meu show!<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFZHxeRMo4ek6_Fh2km19nVtivKLJjQGxnMUBlqtqxXBK-NE2pVmjwmTSjn_lRNtzBpuKWJXOCJl2KuOfiMXEzdVLqlgV4yIRVUGQ8LASQsseJxYqE9pLPXjtfEYsxxgYl5dk1MHeZuGTw/s1600/alice-wonderland-new_l.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="240" nda="true" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjFZHxeRMo4ek6_Fh2km19nVtivKLJjQGxnMUBlqtqxXBK-NE2pVmjwmTSjn_lRNtzBpuKWJXOCJl2KuOfiMXEzdVLqlgV4yIRVUGQ8LASQsseJxYqE9pLPXjtfEYsxxgYl5dk1MHeZuGTw/s320/alice-wonderland-new_l.jpg" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span style="color: black;">Aviso: É melhor não tentar me entender. Eu tentei fazer isso uma vez e fiquei doida!</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><span style="color: black;">Bom dia, meus leitores fofos de todo o mundo!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Gente, que felicidade contar com a audiência de tantos países. O lado ruim é que <strong>não posso fazer piada de Português</strong>, mas tudo bem, eu sobrevivo. Quando contei para minha mãe que ultimamente as estatísticas de acesso de nações como a <strong>Rússia</strong> tem aumentando bastante, a pobrezinha ficou toda orgulhosa comentando nas calçadas que a filha era tão inteligente que sabia até “<em>botar as coisas no computador em estrangeiro</em>”. Claro que não destruí seus sonhos de “<strong>mãe de miss</strong>”. Afinal, desde criança a vi tecendo <strong>mil planos de fama, sucesso e poder para mim</strong>. Planos esses nada modestos: era de <strong>Fátima Bernardes</strong> pra lá! Hoje ela precisa se conformar com uma <strong>estudante de jornalismo tardia e tomada por dores lombares</strong> que a impedem até mesmo de <strong>correr atrás de marginal em gravação de programa policial de quinta categoria</strong>. E isso é porque ela nem sonha que certos “amigos” me comparam à personalidades do naipe da “<strong>Marilena Limão</strong>”, do <strong>Programa Garras da Patrulha</strong>. Aquela, que tem pena de todo mundo e vive repetindo o bordão: “<strong>Olha aí, gente, o bichinho</strong>...”. A pior parte nessa história é ter de admitir que parece mesmo.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Mas vamos deixar que mamãe permaneça na ignorância. <strong>Sinceridade demais não serve pra nada</strong>, essa foi uma lição que aprendi a duras penas. O assunto que me traz a esse espaço anormal foi a <strong>ressurreição do meu Orkut</strong>. Sim, porque eu (<em>assim como você e como todo o resto do mundo</em>) troquei o pobre site de relacionamentos pelo <strong>Facebook</strong>. Tipo o que a “<strong>Oi</strong>” fez com as outras operadoras de telefonia celular, quando entrou no mercado distribuindo a torto e a direito <strong>chips com ligações gratuitas durante os fins de semana</strong>. E eu, de burra, <strong>não comprei meu A40 da Xuxa</strong> e agora sou corroída pelo arrependimento eterno. O que me consola é saber que não sou a única arrependida nessa história, porque a própria operadora foi pega de calças curtas, já que venderam muito mais do que esperavam. O resultado é que os proprietários desses “<strong>chips dourados</strong>” vivem entre o inferno e o paraíso. Embora possuam nas mãos um produto que <strong>vale ouro</strong>, para eles a expressão “<strong>final de semana</strong>” tem uma conotação totalmente oposta ao que representa para nós, reles mortais: basta entrar na zero hora do sábado para pipocarem ligações de gente pedindo pra fazer conferências.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Lógico que a popularidade da empresa levou fatalmente a uma adesão em massa, afinal, quem não tem um “Oi” sofre <strong>bullying, desprezo e solidão</strong> <em>(#foreveralone</em>). Com o <strong>minuto custando os olhos da cara</strong>, o único jeito é apelar para os <strong>infindáveis bônus</strong>, que só servem de “Oi pra Oi”. Aliás, ultimamente nem pra isso servem, porque de tão sobrecarregada a operadora nem funciona mais. <strong>Bem feito pra nós</strong>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Bom, depois de avacalhar com a “Oi” e instigar um processo, vou sair da <strong>zona de devaneio</strong> e voltar ao tema. Essa semana, nem sei dizer porque razão, acessei o abandonado Orkut e vi um <strong>depoimento fofo de um amigo, elogiando meu blog</strong>. Mas no recadinho um detalhe me chamou especialmente a atenção. Ele comentou que, embora gostasse muito dos textos, <strong>não conseguia associá-los à minha pessoa</strong>. Depois fiquei tentando imaginar que pessoa eu sou pra ele, mas horas de meditação só serviram pra <strong>dar um nó na minha cabecinha</strong> (<em>que já não é tão normal assim</em>). Então decidi apenas responder agradecendo a sua mensagem tão carinhosa e procurei esclarecer, em poucas palavras, <strong>que o blog é meu cantinho, onde TENTO escrever sem as amarras e as máscaras </strong>que a gente usa para sobreviver no dia a dia. Lógico que me conformei com a ideia de que talvez ele, assim como as outras pessoas que me conhecem, <strong>jamais compreendam isso plenamente</strong>. É o preço que se paga por estabelecer-se numa zona nada confortável, <strong>situada entre o anonimato e a exposição pública</strong>. Porque a galera que não me conhece pode ler <strong>à vontade e fazer as associações e idealizações</strong> que bem entenderem (<em>espero que me imaginem alta, loira, magra e jovem</em>). Mas para a <strong>turma que sabe quem eu sou</strong>, realmente devem soar meio estranhas algumas das minhas declarações. E isso já criou vários problemas dentre o círculo mais íntimo. A confusão só não foi maior porque, como já havia comentado antes, <strong>mamãe não usa Internet</strong> (<em>Deus a conserve assim!</em>). Mas é o preço que se paga por qualquer escolha que se faz na vida, estou conformada.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Passar por problemas de “<strong>interpretação</strong>” (<em>sejam boas ou más</em>) <strong>faz parte do meu show, meu amor</strong>. Principalmente quando se tem uma <strong>mente tão fervilhante, borbulhante, confusa e complexa</strong> que sua <strong>boca não consegue acompanhar o ritmo desse samba</strong>. O resultado é que, por vezes, <strong>preferi escrever longas e minuciosas cartas</strong> no intuito de esclarecer mal entendidos gerados durante uma conversa infrutífera e desastrosa, em que não consegui me expressar como pretendia. Lógico que essas cartas foram <strong>escritas para pessoas muito especiais</strong>, as quais me importava o fato de que compreendessem bem o que eu queria dizer. Mas o mais engraçado (<em>e trágico</em>) disso tudo é que, mesmo usando de todo <strong>o cuidado em explanar os meus sentimentos e intenções</strong> da forma mais <strong>clara e sincera possível</strong>, não raramente o que <strong>consegui foi aumentar ainda mais a confusão</strong>. De um texto de 4 páginas, a pessoa se apegava a um <strong>1/3 de uma linha</strong> e, a partir dela, <strong>resumia de forma deturpada e incompleta</strong> toda a “<strong>sua</strong>” interpretação sobre minhas <strong>emoções visceralmente expostas num pedaço de papel</strong>.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Essas experiências me levaram a uma inevitável constatação: se for para <strong>narrar alguma coisa</strong>, que sejam “<strong>fatos</strong>”, que podem ser medidos, delineados, catalogados e <strong>friamente descritos numa página de jornal</strong>. E olhe lá, porque ainda assim existem margens para diferentes interpretações. Tentar explicar-se, entender-se <strong>já é tarefa árdua para si mesmo</strong>, imagine para terceiros. A gente mal se conhece, mal sabe o que quer, <strong>mal sabe porque age ou pensa de determinadas formas</strong> e ainda quer que os outros compreendam claramente o que queremos e o que fazemos.</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Chegar a essa conclusão me fez crer que <strong>havia realmente desistido dessa mania de explicar tudo</strong>, especialmente no que diz respeito a mim. Senti-me segura e firme na resolução, julgando realmente estar <strong>liberta de tal necessidade</strong>. Mas ao escrever o <strong>último parágrafo desse texto</strong>, redigido em prosa, sem pausa para pegar fôlego, eis que percebo que estou <strong>JUSTAMENTE ME EXPLICANDO</strong>! Huahuahuahuahuahua! Tenho jeito não, né. Bom, caro amigo do Orkut, o jeito é se conformar. Uma <strong>blogueira confusa e paradoxal é o que temos pra hoje</strong>! Mas vamos combinar que um ar de “<strong>mistério</strong>” numa mulher até que pode ser bem charmoso... Fica aí martelando a cabecinha e tentando entender alguma coisa. <strong>E se descobrir, me conta, tá</strong>!</span></div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt; text-align: justify;"><span style="color: black;">Beijos e bom feriado!</span></div>Lulu Feminista de Arakehttp://www.blogger.com/profile/03140146045208356601noreply@blogger.com2